quarta-feira, 15 de março de 2023

SESSÃO PÚBLICA ASSINALA O CENTENÁRIO DE MARIA ALDA NOGUEIRA | «uma vida de combate pela igualdade e emancipação social» | 15 MAR 2023 | 18:00 H | CENTRO DE TRABALHO VITÓRIA | LISBOA

 


Passagem do que se pode ler sobre Maria Alda Nogueira no blogue Silêncios e Memórias:

«(...)Concluído o Liceu, ingressou na Faculdade de Ciências, no curso de Ciências Físico-Químicas, numa altura em que decorria a Guerra, propiciando-se, então, o contacto e a filiação nas duas associações progressistas de mulheres - a Associação Feminina Portuguesa para a Paz e o Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas - que, para além de pugnarem pela emancipação feminina, continham uma postura antifascista, a primeira, e oposicionista, a segunda. Para Alda Nogueira, a filiação na AFPP, em Janeiro de 1946, e o convívio com outras mulheres fez «gerar [...] a ideia de que os direitos das mulheres estavam entrelaçados com a defesa da democracia, com a própria luta contra o fascismo» [p. 32].

Simultaneamente, integrou a última fase do CNMP, quando este passou a ser dirigido por Maria Lamas e aglutinava muitas mulheres que integravam, ou viriam a integrar, as fileiras das oposições ao fascismo, ajudando à implantação de Delegações locais, nomeadamente no Algarve: Faro, Olhão, Silves, Monchique.

Interveio na Exposição de Livros Escritos por Mulheres, organizada na SNBA em Janeiro de 1947, proferindo a conferência "A mulher e a Ciência", e assinou  textos no Jornal do Fundão e nas revistas Modas e Bordados e Os Nossos Filhos.
Já era, então, militante do Partido Comunista, a que tinha aderido ainda no final do Liceu ou no início da Faculdade: primeiro, terá militado na Federação das Juventudes Comunistas Portuguesas e, em 1942, com 18 ou 19 anos, passou para o Partido, integrando a célula da Faculdade, onde foi activa na luta contra o decreto-lei n.° 31658, de 21 de Novembro de 1941, que triplicava o valor das propinas.
Concluiu o curso em 1945; foi professora em Olhão, provavelmente no ano lectivo de 1945-1946, onde ajudou a implantar uma delegação do CNMP; leccionou, em 1947, no Externato Comercial da Voz do Operário, em Lisboa; e, entre Novembro de 1948 e Abril de 1949, trabalhou na Escola Industrial Alfredo da Silva, no Barreiro.
Subscreveu as listas do Movimento de Unidade Democrática - MUD e a sua preocupação com o desenvolvimento e enquadramento das lutas das mulheres a nível nacional, levou-a a trabalhar até 1949, com Cecília Simões Areosa Feio e Maria das Dores Cabrita, no sector de Mobilização e Organização das Mulheres Comunistas. 
Nesse mesmo ano, participou na candidatura presidencial de Norton de Matos, "mergulhando", de seguida, na clandestinidade. Tinha 26 anos e a sua opção relacionou-se com a prisão, no Luso, de Álvaro CunhalMilitão Ribeiro e Sofia Ferreira e a intensificação das ofensivas repressivas sobre o Partido Comunista. O que pensava ser algo temporário e que voltaria à carreira científica, que abraçara e tanto desejava, tanto mais que fora deferido o seu pedido para ir trabalhar para França com Irene Curie, transformou-se em 25 anos de sacrifícios, inimagináveis para o comum dos oposicionistas, numa luta ininterrupta pelo derrube do duradouro fascismo português. (...)». Leia na integra.

Maria Alice Samara || Maria Alda Nogueira. Da Resistência à Liberdade
                                                                        || Assembleia da República || 2019]

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