A questão do poder é, pois, ambígua. Para se ter poder, tem que se poder imaginar tê-lo, como diz Virgílio “Eles podem porque pensam que podem” e à mulher esse pensamento esteve-lhe vedado durante muito tempo. Que ficou dessa negação ancestral do poder feminino? Soube adaptar-se e escolher outros caminhos, tortuosos, para o exercer? O poder exercido no feminino tem a mesma natureza que o poder exercido pelos homens? As mulheres desejam o poder? Para quê? Muitos dos estudos de sociologia sobre o tema revelam que a maioria das mulheres tem uma imagem negativa do poder, associando-o a solidão e a tramas e intrigas pouco dignificantes. Por outro lado, a mulher com poder ou desejo de poder é frequentemente malvista pela sociedade, contrariamente ao homem, e com necessidade de se justificar pela posição que ocupa. A sua vida privada é dissecada, a sua aparência é sobrevalorizada em relação às suas ações e as suas motivações não são vistas como nobres nem legítimas a não ser que se norteiem pelo sacrifício pela comunidade ou família.
Apesar de tudo, a história regista várias mulheres que, aproveitando de circunstâncias diversas e por força de vontade própria, conseguiram contrariar o destino e atingir o poder político, económico ou outro.
Neste colóquio internacional pretendemos tratar numa perspetiva transdisciplinar a questão da(s) mulher(es) e do(s) poder(es), ao longo da história e no presente, nos países de língua portuguesa». Leia na integra.
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