Sinopse
«O Assassino Tímido é um romance ambientado na Espanha da Transição, que conta uma história baseada no obscuro episódio da morte de Sandra Mozarovski, actriz do cinema de destape - supostamente, por suicídio, aos dezoito anos de idade. Filha de um diplomata russo e relacionada com a alta sociedade da época, o seu caso nunca chegou a esclarecer-se.
Este dramático episódio serve de mote à narradora, que nele entrelaça a sua própria juventude desenfreada, a sua complexa relação com mãe e a vida de três personagens inesperados: Camus, Wittgenstein e Pavese». Saiba mais.
Este dramático episódio serve de mote à narradora, que nele entrelaça a sua própria juventude desenfreada, a sua complexa relação com mãe e a vida de três personagens inesperados: Camus, Wittgenstein e Pavese». Saiba mais.
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Da critica na Revista «E» do Expresso de 4/4/2020
Da critica na Revista «E» do Expresso de 4/4/2020
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O foco da narrativa recai em Sandra Mozarovski, estrela precoce do ‘cinema de destape’, género muito popular na época, mistura de terror com erotismo, destinado a um público desejoso de ver raparigas a mostrar as mamas. Sandra era uma dessas jovens atrizes e rodou mais de 20 filmes até aos 18 anos, quando morreu em circunstâncias misteriosas. Os boatos sobre uma relação secreta com o rei, Juan Carlos I, e uma suposta gravidez adensaram o mistério. Será que caiu mesmo da varanda dos pais ao regar as flores às três e meia da manhã? Terá sido suicídio? Ou foi antes ‘suicidada’, como sugerem alguns rumores na internet?
Em vez de esgravatar o lado sórdido da história de Mozarovski, Clara Usón parte dessa espécie de esfinge, colhida na flor da idade, para construir um espantoso novelo de memórias, de reflexões e de experiências, próprias e alheias, onde se misturam as difíceis relações da narradora com a mãe, as ideias de Camus sobre o suicídio, a vida e obra de Ludwig Wittgenstein, a Espanha da movida e muitas outras coisas. Usón não acredita na ‘unidade’ do romance: “Penso, como Cervantes, que o romance é ‘escrita desatada’, onde cabe tudo, até a desordem.” No caso deste livro, a desordem faz todo o sentido, porque é uma entropia consciente. Única forma, talvez, de falar de questões tão duras como a luta da narradora contra a dependência dos comprimidos, numa clínica de desintoxicação, período em que se aproximou perigosamente da loucura e do “poço negro” de onde não há regresso. Esse “poço negro” que já não a seduz, “embora saiba que está à minha espera e que um dia, um dia qualquer, quando não estiver a contar com isso, hei de enfrentar a água turva, insondável”. / José Mário Silva».
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