De lá:
«(...)Featuring some 100 photographs, the exhibition addresses her innovative approaches to picturing people, emphasizing her work on social issues including economic disparity, migration, poverty, and racism».
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E do semanário Expresso desta semana - Revista - no espaço de João Pacheco:
«(...)Uma dessas primeiras imagens fora do estúdio é de 1933 e está agora em Washington. Nela podemos ver uma multidão de homens numa fila que era conhecida como a fila do pão White Angel, em São Francisco. De costas para o sítio onde está a ser oferecida comida, um homem com um púcaro de metal apoia-se numa trave de madeira, mostrando resignação, com as mãos juntas num gesto que poderia ser de raiva ou de reza. Noutra fotografia já do verão de 1936, uma criança de uma família negra trabalha no campo, no Alabama. Sim, mal abandonou o estúdio, muitos dos retratados de Dorothea Lange passaram a ser pessoas marginalizadas, seja pela tragédia de uma crise económica mundial ou pela segregação racial. São pessoas que podemos ver, sendo desnecessário viajarmos no tempo nem no espaço. Outras realidades não puderam ser mostradas logo na altura em que Lange as fotografou, durante a II Guerra Mundial. É o caso de retratos de famílias de japoneses e de norte-americanos de origem japonesa, que foram transportados para campos de detenção, a seguir ao ataque japonês à frota militar norte-americana estacionada em Pearl Harbor, no Havai, no final de 1941. Uma coisa é sabermos que essa detenção de civis aconteceu a dezenas de milhares de pessoas de todas as idades, nos Estados Unidos. Outra coisa muito mais forte é vermos como um rapaz parece alheado, às cavalitas do avô, já num campo de detenção. Noutra imagem desta tragédia humana, um avô e dois netos pequenos esperam por um autocarro em Hayward, na Califórnia, em 1942. O autocarro servirá para os levar para o campo onde ficarão encerrados, por simbolizarem o inimigo. Estão vestidos com roupa de gala. O avô não olha para a fotógrafa. Um dos netos tenta sorrir. Há dignidade. E há humilhação. Cada um tem uma etiqueta manuscrita, pendurada de uma casa de botão do casaco».
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