«As obscuras cartas enviadas ao seu amante fugitivo por uma clarissa pacense, num crescendo de espera, aflição e abandono que retempera os prístinos motivos da poética galaico-duriense com uma nova hipersensibilidade barroca, alcançaram desde a sua publicação um improvável sucesso por toda a Europa, instigando uma contenda literária que caminha já para o seu quarto século.
Sobre estes pungentes documentos da desesperança tudo tem sido questionado: a sua autoria e sexo, a nacionalidade e a língua original, a genuinidade ou artifício da sua emoção, a veracidade ou ficcionalidade dos contextos biográficos evocados. Investigadores, polemistas, críticos literários e devotos marianistas terçaram ponderosos argumentos a favor de cada uma das hipóteses aventadas, negadas, reformuladas, retomadas, recombinadas, a que se vem juntando um crescente corpus de recriações que ameaça relegar o próprio texto, transmudado em pretexto, para um indevido segundo plano. Apesar dessa fértil receção, ou por virtude dela, a paixão de Mariana permanece no centro da galeria dos mitos amorosos nacionais, segunda apenas para a tragédia de Pedro e Inês.(..)»
Sobre estes pungentes documentos da desesperança tudo tem sido questionado: a sua autoria e sexo, a nacionalidade e a língua original, a genuinidade ou artifício da sua emoção, a veracidade ou ficcionalidade dos contextos biográficos evocados. Investigadores, polemistas, críticos literários e devotos marianistas terçaram ponderosos argumentos a favor de cada uma das hipóteses aventadas, negadas, reformuladas, retomadas, recombinadas, a que se vem juntando um crescente corpus de recriações que ameaça relegar o próprio texto, transmudado em pretexto, para um indevido segundo plano. Apesar dessa fértil receção, ou por virtude dela, a paixão de Mariana permanece no centro da galeria dos mitos amorosos nacionais, segunda apenas para a tragédia de Pedro e Inês.(..)»
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