A Agenda foi esta.
E a intervenção da Ministra da Cultura pode
De lá:
«(...)
Não devemos ter receio de assumir que este é um processo complexo, dificultado pelos
diversos fatores sociais e económicos que fazem persistir e serem diversos os espetros
e as interligações das desigualdades de género. É igualmente complexa e sinuosa a
capacidade de darmos uma resposta direta a estas questões e uma solução
transversalmente eficaz a este problema. No entanto, há uma variedade de políticas
públicas de curto, médio e longo prazo que podem levar uma profunda mudança formal
e informal, institucional e individual:
- Envolver as instituições e as pessoas ligadas às indústrias culturais e criativas num diálogo construtivo e incentivar e premiar aquelas que sejam capazes de liderar e por prática no seu quotidiano e nos seus subsetores medidas de igualdade de género.
- Implementar uma lógica de paridade no âmbito dos apoios públicos da cultura e promover cada vez mais as atividades de programação dedicadas às criadoras e artistas portuguesas, seja de uma perspetiva histórica, seja de uma perspetiva contemporânea.
- Financiar e desenvolver programas e projetos culturais dedicados à igualdade de género, em especial aqueles que tenham impacto mais direto a nível local e regional (por exemplo, em casas de cultura) e que envolvam os principais participantes locais das indústrias culturais e criativas. (...)».
Acabado de ler o que se acaba de transcrever, na nossa leitura, ficamos com uma descrição «teórica» de possibilidades de intervenção na esfera das Politicas Públicas para a Igualdade na Cultura, e até se podia dizer em qualquer parte do mundo, mas ficamos sem a realidade do nosso País: sem saber quais as Politicas Públicas que existiram, que existem, e fundamentalmente as que se planeiam e programam para o futuro. E para isso necessariamente alguém tem de nos fazer um Ponto de Situação, quiçá, um «LIVRO BRANCO» sobre a igualdade entre homens e mulheres na Cultura. Alguém tem de inventariar as diferentes iniciativas que aconteceram e estão a acontecer. Alguém tem de nos dizer com dados estatísticos, como estamos de paridade no setor, alguém... Alguém tem de nos informar, em particular, o que se passou, está a passar, e deve ter lugar, na esfera do SERVIÇO PÚBLICO na Cultura e nas Artes, e não esquecendo que há a A Estratégia Nacional para a Igualdade e a Não Discriminação 2018-2030 «Portugal + Igual» ...
É sempre agradável ler «bons discursos» mas Governar é muito mais do que isso ... E o que temos no Programa do Governo? Isto:
E isto traduz-se em que? Em particular, qual o conteúdo a dar ao «designadamente estabelecendo incentivos à paridade no âmbito dos apoios públicos à cultura?». Qual foi a reação, qual é a reação do setor a esta ideia, ou já será uma prática? ... Sumarizando, parece que falta «muito trabalho de casa» sobre toda esta matéria ...
Para «adornar» o post lembremos, por exemplo:
Podia ler-se a propósito: «A revista Contemporânea, nesta edição especial, editada por Ana Cachola
e com um ensaio visual de Ana Vidigal, pretende problematizar a
presença feminina no campo artístico, refletindo sobre a
(in)visibilidade do género e a importância histórica e sociológica da
arte produzida por artistas mulheres.
Num momento em que o mundo da arte, à escala global, tem demonstrado uma
preocupação aguda com estas questões, a Contemporânea assume-se como
barómetro da situação artística portuguesa».
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E já agora, o post NO DIA INTERNACIONAL DOS MUSEUS | Museus de mulheres | Mulheres nos museus da primeira fase do Em Cada Rosto Igualdade.
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