«Paris, meados da década de 80: a jovem V. procura nas páginas dos livros algo que preencha o vazio de afecto deixado pelo divórcio dos pais. Com treze anos, num jantar, conhece G., escritor, figura da elite intelectual parisiense, semblante de monge budista e «olhos de um azul sobrenatural». Desconhece a reputação sulfurosa de que o escritor de cinquenta anos goza e desde o primeiro olhar é conquistada pelo magnetismo daquele homem, pelos olhares que lhe dedica. Depois de um meticuloso cortejo de algumas semanas, V.entrega-se a G. de corpo e alma.
O idílio amoroso chega ao fim quando V. percebe, com uma terrível desilusão, que G. coleciona relações com adolescentes e que faz das sucessivas conquistas a matéria-prima da sua obra literária. Debaixo da aparência melíflua de homem de letras esconde-se um perigoso predador, enfeitiçado pela juventude das suas vítimas, encoberto por uma sociedade complacente.
Mais de trinta anos volvidos sobre os factos, Vanessa Springora narra, de forma lúcida e fulgurante, esta história de amor e perversão. Uma história individual - a sua história com o escritor Gabriel Matzneff - que espelha tantas outras e que expõe as derivas de uma época deslumbrada pelo talento e pela celebridade. Corajoso e comovente, este romance autobiográfico incendiou o meio literário francês e reacendeu o debate sobre o consentimento um pouco por todo o mundo». Saiba mais.
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Esta semana a autora é capa do Ípsilon:
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