Veja no blogue de Alexandre Pomar
De lá:
«É um filme notável sobre um livro notável, As Mulheres do meu País, de Maria Lamas. Um documentário que é um road movie seguindo a inspiração de Maria Lamas, às vezes seguindo a sua viagem pelo país, seguindo o livro, a jornalista e fotógrafa, procurando lugares fotografados, possíveis sobreviventes ou idênticas vidas femininas, leituras/leitoras actuais, sem descansar nas normas habituais do documentário, os depoimentos de possíveis especialistas (se existem), a cronologia, a fácil síntese informativa. É uma aventura de cinema em que as autoras interrogam o que foi a aventura editorial ainda surpreendente de Maria Lamas e questionam a sua própria admiração pelo livro, lendo-o e interpelando outras mulheres. Fica (quase) de fora o itinerário pessoal, literário e político de Maria Lamas e tudo o que seria desfocar a atenção dedicada a essa obra única.
Estreou em 2022 no Festival Indie e não teve então o menor eco crítico, o que comprova a indigência criminosa da crítica de cinema instituída na chamada comunicação social de referência.
Tem andado por aí em sessões periféricas e ontem (14 SET.) foi apresentado num ciclo dedicado a mulheres ilustres pelo cine-clube de Alvalade (Cinema Fernando Lopes, U. Lusófona). Só soube do filme ontem mesmo, graças à Maria d'Aires Caeiro, a neta que tem tratado e ajudado a divulgar o espólio fotográfico - ignorava-o ainda que desde há muito escreva sobre Maria Lamas fotógrafa e procure tudo sobre o livro em fascículos de 1948-50, sobre a preciosa reedição da Caminho em 2003 num fac-símile trabalhado por José António Flores (pouco divulgada e comprada e depois guilhotinada pela Leya), e sobre a actual distribuição com o Público numa produção também em fascículos e muito cuidada. (...)». Leia na integra.
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A propósito relembremos o livro também mencionado no post de Alexandre Pomar, e que tinhamos referido aqui:
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E atentemos no «Tem andado por aí em sessões periféricas». A nossa postura no que à questão das «Igualdades» diz respeito é que não seja tratada à parte, e que a causa e demais equivalentes entrem no ADN das organizações. Estejam em toda a parte. Mas isto não é incompatível com o terem-se categorias, nomeadamente na DIVULGAÇÃO, bem identificadas. E que haja Portais especificos. Lembram-se?, já houve o Portal Igualdade (que é certo não passou de uma experiência fraca), e se bem nos lembramos defendeu-se que houvesse um Portal na esfera do PLANO DA IGUALDADE DA CULTURA que nos dissesse, por exemplo, do que existe e vai existindo na Oferta Cultural nestes dominios, e que contribuisse para dar visibilidade às Mulheres invisiveis do passado no âmbito da Cultura e das Artes. Com escala. Como acontece noutros Países. Olhando para o «caso» deste post: não incomodará, a quem deve incomodar, o «desconhecimento» destas realidades em termos de «mainstreaming»? Bom, mas mesmo a quem vai estando atento, por conta própria, como se vê as coisas vão-lhe escapando ... Em sintese, uma vez mais, chamamos a atenção do Ministério da Cultura para encarar o assunto de frente. E, uma vez mais, para dizermos do que estamos a falar esta sugestão: vejam o que acontece com outros MINISTÉRIOS DA CULTURA ou equivalentes. Ilustração: França; Espanha.
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Para terminar, ainda há mais um filme neste ciclo do Alvalade Cineclube:
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