domingo, 16 de março de 2025

sábado, 15 de março de 2025

LEMBRETE | NÃO ESQUECER QUE ESTÁ A DECORRER A «CSW69/Beijing+30» | ou seja a «69ª sessão da Comissão sobre o Status da Mulher» das Nações Unidas

 


«A Diretora-Executiva da ONU Mulheres e Subsecretária-Geral da ONU, Sima Bahous, ao lado do Secretário-Geral, António Guterres, participam de encontro com a sociedade civil durante a 69ª sessão da Comissão sobre o Status da Mulher (CSW69/Beijing+30). Crédito: UN Photo/Evan Schneider»


De lá, da ONU Brasil, a que se refere a imagem:

«Enquanto o mundo celebra o 30º aniversário da Declaração e Plataforma de Ação de Pequim, Estados-Membro adotaram, por consenso, uma poderosa declaração política para respeitar, proteger e promover os direitos, a igualdade e o empoderamento de mulheres e meninas

Acolhendo a adoção da declaração política, Sima Bahous, Subsecretária-Geral da ONU e Diretora-Executiva da ONU Mulheres, afirmou: “Enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades da igualdade de gênero exige uma ação coletiva e decisiva entre os Estados-Membros, agora mais do que nunca. Num momento em que conquistas arduamente alcançadas para a igualdade de gênero estão sob ataque, a comunidade global se uniu em um ato de solidariedade por todas as mulheres e meninas, em todos os lugares”.

A declaração política reafirma os compromissos da Declaração e Plataforma de Ação de Pequim, adotada originalmente em 1995, na 4ª Conferência Mundial sobre a Mulher, destacando a necessidade de defender todos os direitos humanos e liberdades fundamentais de cada mulher e menina, sem exceção. Ela reforça os compromissos com as mulheres, a paz e a segurança, enfatizando a importância de integrar as vozes e a liderança das mulheres em todas as etapas da prevenção de conflitos, construção da paz e resolução de conflitos.

Também sublinha a importância de erradicar a pobreza em todas as suas formas, garantindo o direito das mulheres e meninas à educação, especialmente nas áreas de STEM (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática), e ampliando os investimentos públicos em sistemas de cuidados. Ainda, reconhece o vasto potencial da tecnologia, destaca a necessidade de reduzir a desigualdade digital de gênero e pede investimentos renovados em estatísticas e dados de gênero para impulsionar a formulação de políticas baseadas em evidências.

A declaração política reafirma o compromisso dos Estados-Membros em eliminar todas as formas de violência contra mulheres e meninas, incluindo formas emergentes, como violência digital, assédio online e cyberbullying. Além disso, reconhece que alcançar progresso nessas áreas exige recursos e financiamento substanciais. O documento determina o fortalecimento dos sistemas nacionais, das instituições voltadas para as mulheres e dos mecanismos internacionais, incluindo uma Comissão sobre a Situação da Mulher (CSW) revitalizada, para acelerar os esforços de igualdade de gênero globalmente.

A Diretora-Executiva da ONU Mulheres acrescentou: “Nenhuma nação alcançou plenamente a igualdade de gênero até agora. Esta ousada Declaração deixa claro que os governos do mundo reconhecem 2025 como um momento crucial, em que as promessas feitas há 30 anos não podem mais ser adiadas. Ela serve como um trampolim para garantir que cumpramos nossos compromissos com a igualdade de gênero e o empoderamento das mulheres para todas as mulheres e meninas, em todos os lugares — e que façamos isso juntos”». 

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Ainda:




sexta-feira, 14 de março de 2025

NA PROCURARTE |«Unidas por Bissau»| 15 MAR 2025 |15:30 _ 18:00 | LISBOA





«Rodado na Guiné-Bissau, este filme instigante leva-nos a uma jornada que segue corajosas mulheres locais que desafiam as normas, afirmam o seu papel através da agroecologia, opondo-se à mutilação genital feminina e ao casamento forçado enquanto desafiam o patriarcado em todos os aspectos, criando instituições que promovem a auto-suficiência. Levando adiante o legado de Amílcar Cabral, líder da independência da Guiné-Bissau que incluiu os direitos das mulheres no centro da luta pela libertação, uma geração de mulheres em ascensão está a retomar o seu poder.
Após a exibição, propomos um djumbai (termo do crioulo guineense para conversa, convívio, roda de partilha, encontro) com membros da comunidade guineense e Livia Apa (ACEP - Associação para a Cooperação Entre os Povos)». Saiba mais.





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Procurarte

R. Neves Ferreira, 8B
Penha de França
Lisboa 1170-068
Portugal


quinta-feira, 13 de março de 2025

NO TEATRO SÃO LUIZ EM LISBOA |«Deseja-se Fernanda!»

 


«Em 2025, a Escola de Mulheres celebra 30 anos da sua criação e assinala cinco anos sobre a morte de Fernanda Lapa. O título do espetáculo não é inocente. Deseja-se Mulher, de Almada Negreiros, foi a primeira encenação profissional da Fernanda Lapa. “Como é que a Fernanda encenaria hoje um espetáculo em sua homenagem?”, interroga-se Cucha Carvalheiro, que faz a encenação de Deseja-se Fernanda!. “Obviamente recusaria tal encomenda, ainda por cima feita pela companhia que fundou… e, no entanto, para nós, seus cúmplices artísticos em tantos trabalhos, quanto desejaríamos que nos guiasse neste desafio que a Escola de Mulheres nos lançou… Deseja-se um espetáculo que, longe dos encómios e saudosismos que ela sempre recusou, celebre uma vida e obra de mérito, que ela encarou com inquietação e entusiasmo, alegria e vitalidade, humor e compaixão. E música, claro!”. Saiba mais.





quarta-feira, 12 de março de 2025

TALVEZ AGORA SERENAMENTE DISCUTIR O «WOKISMO»| ocorreu-nos ao lermos o artigo «O wokismo morreu vítima de assinatura» de Luís Pedro Nunes no semanário Expresso

 

no caderno IDEIAS do semanário Expresso de 25 FEV 2025 


O artigo ficou-nos na cabeça. E voltamos a ele. Parece-nos um verdadeiro «programa» para agora serenamente discutirmos o movimento. Li livros e opiniões sobre o assunto, alguns divulgados aqui no Em Cada Rosto Igualdade. Na comunicação social pudemos seguir reportagens, talvez a maioria sobre algo que tinha sido «caso». Assisti a conversas, e sempre fiquei com a ideia que cada um/uma tinha concepções diferentes sobre os pontos de partida para o que estava em causa. Vem-me à memória a CONVERSA DA CERCA  (que por acaso foi no Convento dos Capuchos) do Festival de Teatro de Almada do ano passado onde o assunto (o tema como agora se diz) dominou. O desacordo foi o tom, graças a Deus. Lembro que havia presentes que nem sabiam o que era aquilo de «wokismo». Cá para mim, muito prosaica, sempre me aproximei da matéria pelo lado profissional: de facto, o conceito nas suas diferentes declinações lá está na esfera da gestão, em termos conceptuais e práticos, à luz do paradigma DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL. E tem expressão em Relatórios de empresas de referência - mesmo que a palavra nem apareça. Sim, houve exageros, e aponta-se por exemplo o «ME TOO», e não se lembra, ilustrando também, a IGUALDADE ENTRE HOMENS E MULHERES que caminha a passo de caracol em tantas manifestações da vida. De repente, as «vozes do silêncio», e por isso o artigo acima merece ser notado e aproveitado, Ainda por cima atravessado pelo humor ao jeito do autor. Começa assim:

«Aparentemente, o wokismo, que ia controlar as nossas mentes e fazer de nós seres temerosos de pronunciar o verbo sem que a mão da inquisição moralista dos radicais de esquerda nos queimasse nas redes sociais, desmoronou-se. Sim, a frase está longa. Mas é isto: o wokismo acabou com uma mera assinatura de marcador de Trump. Quem diz o wokismo diz o tal DEI (programa de recrutamento de diversidade e inclusão), a imposição da Teoria Crítica da Raça, o pânico de acordar vítima da cultura de cancelamento ou de ter cometido um crime de “apropriamento cultural”. Tudo o que se tinha agregado no albergue geral da “guerra cultural”. A temida investida da turba moralista, elitista, ditatorial da esquerda progressista e que a direita populista trumpista está a substituir por um “wokismo de direita” (este termo foi recentemente apresentado pela revista “The Atlantic”). Wokismo que — vamos ser sérios de uma vez por todas — Portugal nunca vivenciou. A não ser no Twitter/X e em guerras de teclado e acusações esparsas: “Isso é wokismo!”, ou “não me deixo intimidar pela cultura de cancelamento”, ou “dizer isso não é aceitável”. Uma ressalva: algumas coisas ditas woke já não são mesmo aceitáveis de se dizer. O que não tem nada que ver com ser woke. “É ter noção”, como se diz agora. Estamos enquadrados?

O wokismo, como muita coisa que degenerou, começou com boas intenções. Trump — um milionário misógino condenado por abuso sexual — convenceu parte de uma nação de que havia uma guerra contra os trabalhadores esquecidos e contra os homens brancos por parte das elites urbanas radicais do Partido Democrata. E, se calhar, havia. Não nos termos em que ele dizia. E essa opressão fazia-se pela linguagem. Eliminar a linguagem, os pressupostos que essa linguagem implicava, por exemplo na questão dos direitos, foi o que bastou para Trump ganhar a “guerra cultural”. Como muito do que está a acontecer nos EUA, não se vislumbrou qualquer #resistência. Nem nos afamados pronomes, nem nos direitos dos trans no desporto ou na polémica das casas de banho. Até Bernie Sanders, o “socialista democrata”, veio dizer que estava na hora de se largar a treta woke e virar de novo para as “pessoas comuns”. É que, sim, houve gente demonizada por usar um sombrero numa festa de tequila. Houve episódios absurdos em campus universitários ou ambien­tes urbanos “progressistas”. Visto daqui, do ponto de vista de leitor de jornal, o wokismo parecia uma máquina descontrolada de destruir reputações. Um gatafunho de Trump silenciou todo aquele poder de obliterar pessoas. Bizarro. (...)».
E termina deste modo:
«(...) O wokismo, com os tais abusos idiotas e incompreen­síveis destes últimos anos, afinal terá sido a barreira conceptual para que EUA e Rússia não tivessem exatamente o mesmo discurso ideo­lógico de domínio do homem branco e “valores morais não decadentes”. Nunca fui woke. Mas acho que a linguagem e a sociedade evoluem e os direitos humanos não são um asterisco. Mas isto que acabei de descrever, esta consonância discursiva, não pode ser um avanço nem uma vitória. É um retrocesso grunho. Podemos dizer que o woke morreu. O de esquerda. Agora está aí outra coisa. Não sei se lhe querem chamar “woke de direita”. Acho curto».
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Allô CIG - Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género - e que tal desencadear um fórum para se refletir tudo isto? Serenamente, mas  animado, onde não faltem confrontos ...

segunda-feira, 10 de março de 2025

HOMENAGEM A MARIA TERESA HORTA | 15 março 2025 | 15:00 | BIBLIOTECA DE BELÉM | LISBOA

 

VALE MESMO A PENA CELEBRAR o «8 DE MARÇO» | bastava o foco nas mulheres que a comunicação social dá a propósito do «dia internacional das mulheres» | ILUSTRAÇÕES

 


Como se vê direito a capa, e lá dentro: 

“Não se pense que está tudo resolvido”: cinco olhares sobre o que é ser mulher hoje

O Dia da Mulher assinala as conquistas na luta pelos direitos das mulheres — que não podem ser tomados por garantidos. Perguntámos a cinco mulheres, dos 21 aos 90 anos, como é ser mulher hoje.


O artigo começa assim:  Depois de terem passado ao lado da revolução sexual e de costumes que marcaram a década de 1960, as mulheres portuguesas estavam finalmente em efervescência quando, em 1975, a Organização das Nações Unidas instituiu oficialmente o dia 8 de Março como o Dia da Mulher.
“Não se pense que está tudo resolvido”: cinco olhares sobre o que é ser mulher hoje
Ainda à boleia da passagem da ditadura para um regime democrático, as mulheres começaram nesse ano a soltar as amarras que as mantinham presas ao reduto doméstico e ao papel de mães, fustigadas pelo analfabetismo, pela pobreza e por um conjunto largo de interdições que iam da impossibilidade de saírem do país sem autorização do marido à proibição de seguirem carreiras na magistratura ou na diplomacia, para apontar apenas dois exemplos. (...)».

E ainda podíamos apontar no canto direito um trabalho sobre a CHEFE MARLENE VIEIRA. 

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«O ter de se reinventar, superar as noites sem dormir - lidando com o maior dos cansaços que é a privação de sono -, as mudanças físicas e psicológicas, as alterações hormonais, tudo junto, acabou por ser um mergulho mais profundo na vida de Dânia Neto. Sempre quis ser mãe, tem dois filhos que sempre idealizou, no entanto o sonho cor de rosa não é bem como reza a história: “Aquilo que não te dizem, revela muito do outro lado da maternidade. Foi um duro choque com a realidade”. Revela que chorava todos os dias e a todas as horas e ficou mesmo sem saber se “aquilo era normal ou se estava a entrar em depressão”». Veja aqui.

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“Gostava de um dia escrever sobre a primeira mulher Presidente da República. Será que isso um dia vai acontecer?” Mónica Menezes, autora do livro “Isso não é para meninas”, expressa desta forma o desejo de olhar para o feminino e ver-lhe as mesmas oportunidades profissionais e sociais abertas aos homens. Mónica leva para a sua obra a história de 40 mulheres portuguesas que quebraram barreiras em diferentes áreas. Rosa Mota, Ana Salazar, Teodora Cardoso, Carolina Deslandes, Catarina Furtado, Maria João Pires, entre outras, povoam as páginas do livro da mulher que entrega os seus dias à escrita criativa e storytelling. Entrevistámos a autora.  Leia aqui. Mais de lá: «
Quando dizem a uma criança que ela não pode experimentar um treino de futebol porque isso não é para meninas, acho que ainda há muito caminho para fazer. Quando se ouve e lê críticas negativas porque é uma mulher que está a comentar um jogo de futebol na televisão, é um sinal de que as mentes não estão preparadas para que as mulheres também estejam em lugares que eram só permitidos a homens. Quando as mulheres continuam a ser questionadas nas entrevistas de emprego se têm filhos, se querem ter ou se são casadas, também é um entrave para carreira de uma mulher».

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A manifestação contou com Mariana Mortágua, coordenadora do Bloco de Esquerda, Isabel Mendes Lopes, líder parlamentar do Livre, Inês Sousa Real, deputada do PAN e Paulo Raimundo, secretário-geral do PCP.

domingo, 9 de março de 2025

UMA VEZ MAIS «INVEJA BOA» | como outros viveram o «8 de março» na esfera da cultura ...


 F R A N Ç A

Veja aqui

Disponível aqui


«Depuis 2017, le ministère de la Culture a fait de la lutte contre les violences et le harcèlement sexistes et sexuels une priorité, en mettant en œuvre des plans d’actions dans le cinéma, la musique, le spectacle vivant, le livre et les arts visuels, dont la conditionnalité des aides est la mesure la plus emblématique. 

Cette conditionnalité s’applique selon les spécificités des secteurs en misant sur la prévention et la formation et en travaillant sur des dispositifs de signalement et de recueil de la parole, notamment grâce à la cellule d’écoute proposée par les partenaires sociaux du spectacle vivant et enregistré. Ces mesures essentielles doivent être étendues et renforcées dans un objectif renouvelé de tolérance zéro.

C’est pourquoi, la ministre de la Culture a décidé d’aller plus loin et de déployer un nouveau plan 2025 - 2027 de lutte contre les violences et le harcèlement sexistes et sexuels dans le secteur de la culture. 

Ce plan s’articule autour de quatre axes :

- prévenir et former plus massivement, 
- mieux repérer et signaler les faits de harcèlements et de violences, 
- agir et prendre des mesures rapidement, 
- renforcer l’accompagnement des victimes. (...)». Continue.

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E S P A N H A




«El Ministerio de Cultura celebra el Día Internacional de la Mujer 2025 con el lema ‘Iguales para crear, libres para vivir’

03/03/2025

  • Durante la semana, desarrollará una campaña en sus perfiles en redes sociales, que busca rescatar la memoria de mujeres españolas pioneras en distintos ámbitos de la cultura, para proyectar sus voces hacia el presente y el futuro
  • Los dieciséis Museos Estatales repartidos por el territorio ofrecerán una programación especial durante el mes con exposiciones, visitas temáticas, conferencias, conciertos, proyecciones o talleres familiares
  • El Ministerio de Cultura consolida su participación en el Festival Ellas Crean, con la apertura a cargo de la Compañía Nacional de Danza en el Museo Nacional del Prado, el ciclo Danza en los Museos o proyecciones en Filmoteca Española (...)». Continue.



sexta-feira, 7 de março de 2025

Mulheres do Nepal

 


Começa assim: «Ahead of International Women’s Day on 8 March, CPF celebrates one of its many women-led projects.  
In Nepal, Janakpur Women's Development Center is preserving and reviving Maithil women’s paintings and mud art heritage, a form of earthen architecture used to decorate mud houses with imagery that represents Maithil religious traditions. 
Elephants, peacocks, fish, turtles and lotus are just some of the symbols which Maithil women in Nepal traditionally featured in paintings and in mud bas relief on their houses in villages around Janakpur.  This ritual and decorative practice was a custom passed down from mothers to daughters for hundreds of years. (...)».


quarta-feira, 5 de março de 2025

MARIA HELENA E ÓSCAR LOPES |«VÊ SE A PRIMAVERA JÁ CHEGOU»|«é um livro belíssimo e imperdível, tanto pela contextualização do que foi o fascismo em Portugal, como por ajudar "a compor um retrato pouco conhecido do linguista: o marido, o pai, o filho, o amante da natureza, das flores e das plantas do jardim, dos gatos, o trabalhador incansável." | VAI SER APRESENTADO NO DIA 12 MAR 2025 _ 18:00 _ NO MUSEU DO ALJUBE _ LISBOA


 

 
 «VÊ SE A PRIMAVERA JÁ CHEGOU. Maria Helena e Óscar Lopes: cartas da prisão
"Vê se a Primavera já chegou às árvores do quintal. Em mim, é Primavera constantemente: basta viver e viverem pessoas como tu." [carta de Óscar Lopes a Maria Helena, 15-03-1955]
70 anos após a detenção de Óscar Lopes pela PIDE, no âmbito do "Processo dos 52" envolvendo o MUD Juvenil do Porto, Manuela Espírito Santo, em mais um trabalho rigoroso e oportuno, dá a conhecer a sua correspondência de prisão com a mulher, Maria Helena, e os filhos, preservada "a seu pedido", "para ficarem com uma recordação desses amargos dias".
São transcritos 52 postais e cartas do preso político Óscar Lopes para a mulher e uma carta dirigida aos filhos e 27 endossadas ao escritor e professor, produzidas entre 15 de março e 15 de julho de 1955, quando foi libertado sob caução, totalizando 80 documentos inéditos.
Editado, em dezembro de 2024, pela Associação de Jornalistas e Homens de Letras do Porto, é um livro belíssimo e imperdível, tanto pela contextualização do que foi o fascismo em Portugal, como por ajudar "a compor um retrato pouco conhecido do linguista: o marido, o pai, o filho, o amante da natureza, das flores e das plantas do jardim, dos gatos, o trabalhador incansável."

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Entretanto no Museu do Aljube:


Apresentação do livro “Vê se a Primavera já chegou”

12 de Março de 2025 - 18h00
AUDITÓRIO DO MUSEU DO ALJUBE

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e do belo texto de Domingos Lobo no jornal Avante! desta semana:



« ( ...) Óscar Lopes foi preso em sua casa, pela PIDE, a 12 de Março de 1955 e solto a 15 de Se­tembro desse mesmo ano, vi­tima do ver­go­nhoso pro­cesso dos 52, que Fran­cisco Du­arte Mangas verteu para esse ro­mance de re­fe­rência que é Ja­ca­randá. A pri­meira carta de Óscar Lopes para a es­posa, data de 15 de Março. Ou seja, três dias após a sua prisão. As cartas do autor de Ci­fras do Tempo, são mis­sivas de amor in­tenso, fe­bris e ar­re­ba­tadas, mas não es­quecem, nessa tor­rente sen­si­tiva, as pe­quenas coisas do real quo­ti­diano: Não es­queça o pa­ga­mento da Taxa Mi­litar, 50$00, na secção de Fi­nanças, não sei bem se este mês ou em Abril. Estou rijo de saúde. Tenho-vos sempre no co­ração: para mim terás sempre 17 anos e a mãe 30. Vê se a Pri­ma­vera já chegou às ár­vores do quintal. Em mim é Pri­ma­vera cons­tan­te­mente: basta viver e vi­verem pes­soas como tu.
He­lena e Óscar não ig­no­ravam a cen­sura que a PIDE exercia sobre a cor­res­pon­dência e, desse modo, ten­tavam que os con­teúdos se man­ti­vessem dentro de pa­râ­me­tros pos­sí­veis, im­pe­dindo a so­ne­gação do diá­logo epis­tolar entre os côn­juges. En­quanto as cartas de Maria He­lena se li­mitam a re­latar epi­só­dios do quo­ti­diano da fa­mília, as notas dos fi­lhos, o seu apro­vei­ta­mento es­colar, ou li­geiras fa­lhas nesse per­curso, a es­cassez de re­cursos eco­nó­micos, as ques­tões sobre os edi­tores e o pa­ga­mento de di­reitos, as cró­nicas para o Co­mércio do Porto e as re­per­cus­sões que esses textos te­riam, ou não, nas elites do Porto; Óscar fala da fa­mília com ar­re­ba­ta­mento e de He­lena com paixão, por vezes ad­mo­es­tando-a para a ne­ces­si­dade de tomar os me­di­ca­mentos, não te deixes abater, não dei­xando, de re­ferir o seu con­tínuo tra­balho de crí­tico e tra­dutor (mesmo quando os textos a tra­duzir lhe não eram es­ti­mu­lantes), de­ri­vando, por vezes, para lei­turas mais ape­la­tivas: Estou a tra­ba­lhar mais de­vagar porque o livro do Tolstoi é em­pol­gante. Só en­contro pa­ra­lelo em Go­ethe; reli já boa parte da «Sí­bila».1 Leria Tolstoi com muito mais ape­tite; Maria He­lena, eu não sou um rato de bi­bli­o­teca […] sou in­te­gral­mente hu­mano, e tenho-te a ti e aos nossos fi­lhos em tudo o que sou e faço.
Vê Se a Pri­ma­vera Já Chegou, é mais um dos grandes e in­dis­pen­sá­veis li­vros, cui­da­do­sa­mente edi­tados pela AJHLP. A ler, como é evi­dente.
 
1 Ro­mance de Agus­tina Bessa Luís»
 


«A Casa da Música celebra as mulheres na música»

 


«Um despertar necessário, para que nada fique como dantes. Ser-se mulher no mundo das artes – e não só – foi demasiadas vezes difícil ou até impossível. A sua aceitação condicional em universos identificados como “femininos” foi muito pouco para mulheres tenazes como Augusta Holmès, compositora parisiense do século XIX, quase apagada da história e recuperada nesta série de concertos. A sua presença enquanto musas inspiradoras foi redutora. A Casa da Música celebra as mulheres na música, sejam elas autoras, maestrinas ou intérpretes, sejam protagonistas da obra artística – num propósito que não se esgota aqui e cada vez mais se faz refletir na programação anual. Contamos com figuras grandes do panorama internacional como a maestrina Ustina Dubitsky e a pianista Yeol Eum Son, a música de compositoras como Yiran Zhao, Olga Neuwirth e Lili Boulanger, além de Liza Lim, Compositora em Residência na presente temporada – ela própria evocando a poeta grega Safo. Os homens também são chamados a celebrar as mulheres: Leoš Janáček contou a história trágica de Jenufa, uma mulher amada por dois homens, Beethoven teve em Leonora a protagonista de Fidelio, Mark-Anthony Turnage escreveu uma ópera sobre a figura trágica de Anna Nicole Smith».
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16.º Curso Livre de História da Música
Quem foram as grandes mulheres da história da música? Passando pela luta contra preconceitos, reconhecimento tardio, momentos históricos, obras inovadoras, criação de novos espaços e apostas na experimentação, conheça a trajetória e a obra das mais importantes figuras femininas da História da Música.




NA BUCHHOLZ | «a propósito do Mês da Poesia que é também o Mês da Mulher. “O tema vai ser mulheres poetas (...)» | 12 MAR 2025

 


De lá: «(...) Maria Garcia destaca, mais uma vez, o Clube de Leitura e a sessão de 12 de março, a propósito do Mês da Poesia que é também o Mês da Mulher. “O tema vai ser mulheres poetas e vamos ter connosco a Raquel Marinho autora do podcast O Poema Ensina a Cair. Vão discutir-se as obras de mulheres poetas portuguesas como Maria Teresa Horta ou Adília Lopes, que partiram recentemente, mas também Sophia de Mello Breyner e muitas outras”. (...)».


segunda-feira, 3 de março de 2025

CARNAVAL!

 



Imagem do Dia

O carnaval de Torres Vedras regressa às ruas sob 
o tema «50 anos do 25 de Abril». Com bom humor e sátira-política, os mascarados de todas as idades alertam para uma democracia em risco, precisando de cuidados.Torres Vedras, 1 de Março de 2025  
Créditos
/ Carnaval de Torres Vedras




sábado, 1 de março de 2025

NÃO PODEMOS IGNORAR |«“Estamos a falar de menores muito jovens, de 10, 11, 12 anos”, refere, acrescentando que associados estão crimes como servidão e escravidão doméstica, abuso sexual ou casamento forçado. “Durante este período de exploração há violações constantes, surgem gravidezes, por vezes precoces e na adolescência, que acontecem sucessivamente»

 



Da notícia da imagem  no semanário Expresso desta semana:


«(...) Na rota do tráfico

São sobretudo menores, de nacionalidade romena e maioritariamente do sexo feminino as principais vítimas das redes de tráfico humano forçadas à prática de mendicidade em Portugal, diz Marta Pereira, coordenadora nacional das respostas de assistência a vítimas de tráfico de seres humanos da Associação para o Planeamento da Família (APF). Ainda assim, recusa traçar um perfil-tipo das vítimas porque as redes e formas de operação “estão sempre a mudar”.

“Estamos a falar de menores muito jovens, de 10, 11, 12 anos”, refere, acrescentando que associados estão crimes como servidão e escravidão doméstica, abuso sexual ou casamento forçado. “Durante este período de exploração há violações constantes, surgem gravidezes, por vezes precoces e na adolescência, que acontecem sucessivamente. Paralelamente a esta exploração há ainda os bebés dessas gravidezes. Portanto, uma só pessoa tem muita rentabilidade nas mãos destes exploradores.”

Marta Pereira relata que Portugal é também país de origem de vítimas, com cidadãos portugueses (menores e adultos) a serem levados para o estrangeiro em situações de exploração, e de local de passagem para fazer chegar as vítimas a outros territórios. “Portugal é um país na rota do tráfico.”

Foi neste contexto que uma rapariga romena de 15 anos foi sinalizada numa rua de Viseu em 2019. Foi levada pelas autoridades e internada na maternidade Júlio Dinis, mas antes mesmo de entrar em trabalho de parto foi retirada do hospital por duas mulheres já identificadas que pertencem à rede de tráfico. Seis anos depois, foi encontrada na Geórgia, sem o bebé».

 


VOLTEMOS À CONFERÊNCIA DA EXECUTIVA |«Inspiring Women» | 13 MARÇO 2025

 




NO FESTIVAL PERIFERIAS | «Geografia do Género» | DE 1 A 9 MARÇO 2025

 


GÉNERO

Em 2025, o Festival Periferias volta a estar em diálogo com a temática que mapeamos para o ciclo anual que conduz a criação, programação e reflexão do Chão de Oliva e que, este ano, se denomina “Geografia do Género”.

Neste ciclo, procuramos reforçar a importância das questões de género, não somente por via de uma defesa robusta da Igualdade de Género, que faz parte dos valores desta associação, mas, também, mergulhando nos espaços fora dos binómios masculino/feminino, questionando os estereótipos de género e as necessidades de pensarmos sobre a pluralidade de identidades e expressões de género.

Expressões como “ideologia de género” ou “extremismo de género” têm pautado discursos políticos e sociais e ameaçam os pequenos – e ainda escassos – avanços que se têm vindo a conseguir na proteção e promoção da igualdade de género e na compreensão e sensibilização para diferentes expressões de género. Também o “feminismo” continua a ser associado a um conceito “radical” e “extremista”, numa clara desinformação sobre o conceito e a importância do mesmo.

O festival “Periferias” convoca o seu potencial político e poético sob diferentes “condições periféricas”, sejam estas geográficas, sociais ou filosóficas e conta, atualmente, com uma curadoria partilhada entre os co-diretores artísticos do Chão de Oliva, Paula Pedregal, Susana C. Gaspar e Nuno Correia Pinto.

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Concerto Rainhas do AutoEngano

Madalena Palmeirim, Natalia Green e Kali Peres (BRASIL/PORTUGAL)
1 MAR - 16H | MÚSICA
MU.SA - Museu das Artes de Sintra


Saiba mais