Fotografias Câmara Municipal de Vila do Conde
SE puder não perca ESTE trabalho no jornal Expresso da semana passada: «Onde há rede, há rendas», de Inês Loureio Pinto. Se tiver acesso, aqui. Começa AssIM:
«Fio a fio, aos pares de bilros de cada vez, desenrolaram-se oito quilos de algodão. Durante meses, 150 pares de mãos compuseram 437 quadrados coloridos com o tilintar incessante dos bilros de madeira. A Maior Renda de Bilros do Mundo, assim cunhada pelo “Guinness World Records” em 2015, foi então içada na Nau Quinhentista, na alfândega de Vila do Conde, para a contemplação da população. Hoje, o manto rendilhado de mais de 50 metros quadrados está exposto no Museu das Rendas de Bilros de Vila do Conde, formando um túnel para a zona da oficina das rendilheiras. É lá que encontramos Goreti Sousa, funcionária do museu, e Ester Barros, reformada da mesma função há 13 anos, mas que continua a vir diariamente. Só vem às tardes agora, ressalva: “já não tenho idade para andar a correr”. Aos 78 anos, Ester conta 74 de prática com as rendas de bilros. “Não havia infantários. Íamos para a escola de manhã e depois vínhamos para cá”, recorda. No segundo andar daquele edifício, um solar do século XVIII, funciona há 106 anos uma escola de rendilheiras. Tal como Ester Barros, milhares de vilacondenses ali aprenderam, de muito pequeninas, a arte que é ex-líbris da localidade.
Enquanto Goreti trabalha numa renda para emoldurar um lenço de batizado, uma encomenda privada, Ester termina uma inicial, um erre rendilhado, para vender na loja do museu, que também expõe e vende o trabalho de outras rendilheiras da vila. Conta-nos que faz desenhos de criações que imagina ou vê na televisão e improvisa-as em renda. A loja do museu exibe vários pares dos seus brincos intrincados. Contudo, não se considera artista, embora as suas peças já tenham desfilado nos manequins de alguns dos estilistas mais conceituados do país, como Kati Xiomara e Luís Buchinho. Nas salas do museu, é possível conhecer obras que vão do tradicional secular ao design contemporâneo, como é o caso de peças feitas pelas rendilheiras para o Desfile Bilros, coordenados pela designer Eugénia Cunha. (...)».
Lá, também esta informação: «Onde se ouvem os bilros
Inspirada pela espuma das ondas, a técnica das rendas é ex-líbris das localidades costeiras de Vila do Conde e Peniche. Ambas têm um museu e uma escola, de frequência gratuita, que garante a continuidade da arte do dedilhar dos bilros.
Museu e Escola das Rendas de Bilros de Vila do Conde
Rua de São Bento, 70 4480-781 Vila do Conde
Tel. 252 248 468
museus@cm-viladoconde.pt
Segunda a sexta-feira, 9h-12h e 14h-18h
Escola Municipal de Renda de Bilros de Peniche
Rua Alexandre Herculano 2520-273 Peniche
Tel. 262 785 934
escola.rendabilros@cm-peniche.pt
Segunda a sexta-feira, 9h-13h e 14h-17h “Às terças há renda”: terça-feira das 20h às 22h
Museu da Renda de Bilros de Peniche
Rua de Nossa Senhora da Conceição, 1 2520-379 Peniche
Tel. 262 249 538
museu.rendabilros@cm-peniche.pt
Terça-feira a domingo, 10h-13h e 14h-18h»