No meio de tantas iniciativas no âmbito dos «50 anos de abril», só agora nos detivemos na que se refere a imagem - veja no site das comemorações e no site da CIG. Aqui, uma sistematização de mulheres admiráveis, como decorre do que lá se pode ler: «Conheça a história inspiradora de mulheres que, com fervor e determinação, se dedicaram à defesa das conquistas do 25 de Abril, moldando de maneira profunda a sociedade portuguesa. Navegando destemidamente pelos territórios da política, cultura, ciência e ativismo, essas mulheres, tanto antes como depois da Revolução dos Cravos, desempenharam papéis fundamentais, garantindo que os direitos das mulheres transcendessem as fronteiras da mera retórica». O que nos ocorre dizer: não podemos ficar por isto. De há muito que defendemos que dar VISIBILIDADE ÀS MULHERES tem de ser trabalho permanente, continuado, sistemático - o casuístico que seja para o promover. Com critério. E é assim que damos este destaque ao que aparece no site da CIG:
As Anónimas
“Mulheres pela Igualdade” chega ao seu termo.
Ao longo de nove meses, durante o ano de 2024, fomos publicando regularmente pequenas biografias de mulheres portuguesas que, num leque muito heterogéneo de envolvimentos, contribuíram umas, continuam a contribuir outras e, ainda, muitas passaram a contribuir para que as suas congéneres tivessem uma vida mais digna e com acesso de facto aos seus direitos humanos.
O Dia Internacional das Mulheres, 8 de março, foi o mote para se iniciar a publicação destas pequenas homenagens que, na nossa ideia inicial, se estenderiam até ao dia 25 de Abril. Contudo, e ainda bem, rapidamente percebemos que existiam muitas mais mulheres a merecerem referência do que os dias que mediavam entre uma data e outra. Ainda para mais no ano em que se comemoram os 50 Anos da conquista da Democracia em Portugal, em que muitas mulheres estiveram envolvidas, havia que alargar o prazo de publicação até ao fim do ano. Foi, assim, que se recuperaram 175 breves estórias de vidas femininas empenhadas, e comprometidas, no vivermos em Liberdade.
É inquestionável o papel fundamental que a Democracia tem proporcionado na melhoria da vida das pessoas em Portugal, em particular na vida das mulheres. Contudo, permanecem muitos dos tradicionais obstáculos: as assimetrias salariais e ascensão na carreira; a fraca representação na esfera política, religiosa e militar. São elas as principais visadas pela violência masculina. Maioritariamente, são elas que continuam a assegurar a grande maioria das atividades domésticas e de cuidado.
Neste que é o último “Mulheres pela Igualdade”, dedicamo-lo a todas as mulheres anónimas que diariamente enfrentam a invisibilidade das suas vidas, muitas vezes sorrindo…
Sandra Ribeiro
Presidente da CIG
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Pois bem, aproveitando a iniciativa, voltemos «à nossa» que chegou a estar prevista, proposta pela DGARTES: MULHERES NA CULTURA E NAS ARTES. Um pormenor, até nos custa percorrer a «LISTA» da CIG e não encontrar lá mais MULHERES que fizeram a DIFERENÇA nomeadamente na senda de um Serviço Público de Cultura... VISIBILIDADE É PRECISO NA CULTURA E NAS ARTES - por uma questão de DIREITOS HUMANOS. E para a formação de todos e todas. Vamos a isso. Apenas para ilustração do muito que se poderia trazer para aqui - mais do que adorno:
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E faz sentido voltar ao espaço que é dado à CULTURA na «Portugal mais Igual»:
Não fosse o contributo enviado na fase de discussão do diploma
e a coisa seria «mais negra» mas, pelo
«andar da carruagem»,
valeu de pouco.
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Como grande sobra do que se acaba de registar, façamos de 2025 um ano em que haja DIFERENÇA na esfera da VISIBILIDADE DAS MULHERES NA CULTURA E NAS ARTES. E podemos começar por olharmos o que se passa noutros Países via MINISTÉRIOS DA CULTURA ou equivalentes.