terça-feira, 30 de dezembro de 2025

EXPOSIÇÃO|«O que elas viram, o que nós vemos»

 

«A exposição O que elas viram, o que nós vemos está patente até 1 de fevereiro de 2026, no Museu Nacional de Arte Contemporânea do Chiado.

As mulheres estiveram presentes numa das mais importantes revoluções tecnológicas do século XIX – a invenção da fotografia. No entanto, o seu reconhecimento, quer como fotógrafas profissionais, quer como amadoras, tem sido tardio. Desde a década de 1850 que utilizaram a fotografia para autorrepresentação, como hobby, fundaram estúdios comerciais ou continuaram negócios familiares, desempenhando diversas funções técnicas em laboratórios fotográficos.
Esta exposição resulta de um trabalho de investigação e apresenta, a obra de três destacadas fotógrafas amadoras portuguesas, evidenciando a sua relevância. Margarida Relvas e Mariana Relvas, respetivamente filha e segunda mulher do reconhecido fotógrafo Carlos Relvas, e Maria da Conceição de Lemos de Magalhães, que neste período desenvolvem uma obra fotográfica de exceção, revelando a viragem de uma estética romântica para o Pictorialismo Fotográfico internacional.
A exposição apresenta um conjunto inédito de provas originais do seu trabalho e uma diversidade de técnicas e géneros, a par de publicações e correspondência, oriundas de distintas coleções públicas e privadas.
Propõe-se, assim, dar a conhecer e divulgar a obra destas autoras, retirando-as das sombras do arquivo e inscrevendo o seu percurso, tantos anos depois, na história da fotografia. (...)». Saiba mais.


segunda-feira, 29 de dezembro de 2025

Adeus, Brigitte Bardot


Bastava olhar para o espaço  que a comunicação social lhe dedica agora que nos deixa para se perceber o lugar que Brigite Bardot teve na vida. E continuará. A primeira página do Público ilustra. (Coincidência ou não a notícia que se lhe sucede na imagem não deixa de nos convocar, quiçá levar a comparar, e concluir que independentemente de casos de sucesso e de chegarem a ícones, como  Brigite Bardot «encarnou uma vida de liberdade" e chora-se "uma lenda do século", afirmou o Presidente francês, Emmanuel Macron, na rede social X» - a longa caminhada para a igualdade entre homens e mulheres continua). No jornal Público este trabalho:


Dá-nos um retrato amplo da vida da «estrela». Se tiver acesso na internet aqui. Do tanto que se podia eleger este excerto: «(...) E ao feminismo, disse nada? Disse-se livre para assumir os seus paradoxos. “As mulheres, hoje, são demasiado infelizes porque são demasiado livres. Antes, quando as mulheres se sentiam encurraladas, eu estava relaxada. Se hoje elas se libertaram, eu escolhi encurralar-me”, assim se assumiu no documentário Brigitte Bardot, l’Insoumise, de Mireille Dumas (2023): uma mulher retirada, em casa, La Madrague, que adquiriu em 1958 e onde vivia com o seu homem, "dependente da ternura e da protecção de outra pessoa”. Já era assim, acrescentou, nos tempos em que fazia cinema: havia sempre um realizador, um noivo ou um maquilhador por perto. Foi assim que ela se viu. (...)».

Talvez concluir com o que se pode ler no trabalho da SAPO: «Amada, criticada, admirada e contestada, Brigitte Bardot deixou uma marca profunda na cultura francesa e internacional. Para além da atriz e do ícone de estilo, ficará a memória de uma mulher que, como escreveu o poeta Jean Cocteau, “viveu como toda a gente, não sendo como ninguém”.


Rematando mesmo, voltemos  ao Público, com o que termina o artigo:  «Pela sua liberdade, pelo desejo de esquecimento, que era exótico nos anos 70 e mais bizarro é hoje na era de narcisismo desesperado, por tudo isso, pela liberdade, e pelas contradições resultantes desse desejo de normalidade e de esquecimento, vamos saudá-la: "Viva B.B.!"».
 

REVISITAMOS UM ARTIGO DE OPINIÃO DE VASCO PULIDO VALENTE DE 2014 PUBLICADO NO JORNAL PÚBLICO | «O empobrecimento» | TALVEZ PORQUE NOS DIAS QUE PASSAM MUITO SE TEM FALADO DE POBREZA E DOS POBRES | PERDÃO GENTE HÁ QUE SÓ DIZ «OS MAIS DESFAVORECIDOS»

  

Reproduzimos:


domingo, 28 de dezembro de 2025

AINDA É NOTÍCIA |«Num desporto com tradição de estruturas intrinsicamente masculinas, o clube da Bundesliga dá um passo inédito ao colocar uma mulher no comando executivo de um dos principais clubes alemães» -Tatjana Haenni

Fonte - Newsletter da EXECUTIVA  de 26 DEZ 2025


A CAPA DA EDIÇÃO INAUGURAL DA «TIME FRANCESA» | Angelina Jolie chama a nossa atenção para a «mastectomia preventiva»

 



de lá:

«A atriz americana Angelina Jolie aparece na capa do primeiro número da Time France, edição francesa da revista centenária lançada nesta semana, exibindo as cicatrizes de uma dupla mastectomia preventiva realizada há mais de uma década.

“Divido estas cicatrizes com muitas mulheres que amo. E sempre me emociono quando vejo outras mulheres compartilharem as suas”, afirma a atriz na edição inaugural da revista, que chega às bancas francesas na próxima quinta-feira (18).

As imagens foram feitas pelo fotógrafo Nathaniel Goldberg e marcam um dos principais destaques da estreia da Time na França — a primeira licença internacional da publicação, adquirida pelo grupo 360BusinessMedia».


Ainda:

«Angelina Jolie revelou publicamente em 2013 que havia se submetido à retirada preventiva das mamas após descobrir ser portadora da mutação do gene BRCA1que eleva significativamente o risco de câncer de mama e de ovário

Dois anos depois, em 2015, ela também retirou os ovários como medida preventiva.
“O acesso aos exames de rastreio e ao atendimento médico não deveria depender dos recursos financeiros nem do local de residência”, disse. (...)».


sábado, 27 de dezembro de 2025

«2026 International Day of Women and Girls in Science Join UNESCO on 11 February 2026 for a global event celebrating women in science and shaping a future where science and gender equality advance together»

 



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«From vision to impact: Redefining STEM by closing the gender gap

Today, women continue to represent less than one third of the world's researchers (see the UNESCO factsheet). Closing the gender gap matters not only for fairness, but also for the quality, relevance and impact of science, technology and innovation.

Building on the 2024 UNESCO Call to Action “Closing the Gender Gap in Science” and the 2025 “Imagine a world with more women in science #EveryVoiceInScience” campaign, the 2026 International Day of Women and Girls in Science shifts the focus from recommendations and reflection to showcasing existing good practices and solutions for building more inclusive Science, Technology, Engineering and Mathematics (STEM) ecosystems.

A hybrid one-day event will take place on Wednesday, 11 February 2026 at UNESCO Headquarters under the theme From Vision to Impact: Redefining STEM by Closing the Gender Gap. Organized in collaboration with Femmes@Numérique, it will place particular emphasis on new and emerging technologies and their influence on gender equality.

This celebration will bring together Member States, rising and renowned scientists (including from the L’Oréal-UNESCO For Women in Science Programme and OWSD Chapters), stakeholders from the public and private sectors, UNESCO scientific networks, journalists and students.

Key discussion areas (...)» - Continue aqui


FILME |«Na Terra dos Nossos Irmãos»

 


sinopse

No rescaldo da invasão norte-americana, refugiados afegãos iniciam uma nova vida no Irão, sem saber o preço que lhes será exigido enquanto estrangeiros em ambiente hostil. Através das histórias de um jovem e promissor estudante, uma mulher só e uma outra que carrega o peso do sacrifício da sua família, os realizadores traçam um retrato comovente da vida dos refugiados, e o modo como a esperança é constantemente assombrada pelo medo e opressão. Saiba mais.





sexta-feira, 26 de dezembro de 2025

OLIVETTE OTELE|«Europeus Africanos _ Uma história por contar»

 



«A extraordinária história dos Europeus Africanos.
Que papel, tão desconhecido, tiveram na evolução do continente europeu?
É amplamente difundida - e aceite, pela generalidade das pessoas - a ideia de que a presença de africanos na Europa é recente. Em Europeus Africanos, Olivette Otele, uma das grandes historiadoras da atualidade, desfaz esse lugar-comum e oferece-nos a inédita história dos europeus de ascendência africana na Europa.
Do século III até ao século XXI, a autora resgata a longa herança africana através da vida de pessoas comuns e extraordinárias, traçando uma história desconhecida. Nada é deixado ao acaso: o longo caminho de Europeus Africanos vai do imperador Sétimo Severo aos escravos africanos que viveram na Europa do Renascimento, desembocando nos atuais movimentos migratórios que hoje vemos nas cidades do velho continente.
E é por investigar, explorar e recuperar em linhas bem definidas - sem com isso deixar de pôr em evidência os matizes, as razões e as contradições - uma história tão esquecida que Olivette Otele dá um enorme contributo para pensarmos algumas das questões mais importantes da atualidade: racismo, identidade, cidadania, poder.
Um livro essencial para repensar o passado, trazer nova luz sobre o presente e projetar o futuro».

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e será um bom passo
ler o que Filipa Lowndes Vicente
escreveu sobre o livro na «ideias» do semanário Expresso 




excertos

«Olivette Otele: historiadora, mulher, africana europeia

Olivette Otele é historiadora e o seu livro mais conhecido e traduzido intitula-se, “Europeus Africanos. Uma História Por Contar” e está publicado em Portugal. No dia 27 de novembro, Otele esteve em Lisboa, a convite do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa (ICS-ULisboa), para proferir a palestra Sedas Nunes deste ano sobre “Representações e Trajetórias de Africanos Europeus”.

A autora é ela própria uma “africana europeia”. Nasceu nos Camarões, na África Central, em 1970, cresceu em Paris, e fez toda a sua formação universitária na Sorbonne. Primeiro uma licenciatura em Literatura Britânica e Norte-Americana, depois um mestrado em História e, finalmente, o doutoramento sobre História Colonial Europeia e as Políticas da Memória, centrado no papel de Bristol no tráfego transatlântico de pessoas escravizadas.

Continuou depois a sua carreira académica na Grã-Bretanha onde se tornou a primeira mulher afrodescendente a obter o título de professora catedrática em História. Mas, como a própria Otele analisa no seu livro “Europeus Africanos”, a ideia de “excecionalismo” — a pessoa negra, ou a mulher excecional que foi pioneira e única numa esfera específica — é indissociável da história das discriminações. Esta etiqueta de se ser a “primeira” tem o seu lado paradoxal. Além de não normalizar aquilo que deveria ser normal — mulheres, uma “maioria”, ou “minorias” étnicas ocuparem lugares de destaque, sugere que não existem discriminações e que depois de transposta essa barreira já nada é necessário fazer. O exemplo mais óbvio é, claro, o de Barack Obama. Quem imaginaria que depois dele — um homem negro a ocupar o lugar mais importante da sua nação — aconteceria o que aconteceu? (...).

Nem aqui nem ali: os papéis da dupla ascendência e de género é o título do capítulo 4, onde a autora se concentra em estudos de caso de pessoas nascidas em África, com progenitores africanos e europeus, e especificamente no papel das mulheres negras — as mães — na formação das identidades. A partir do estudo de caso das mulheres Ga no Gana, numa região dominada pela Dinamarca, a autora também escreve sobre um colonialismo pouco conhecido, o dinamarquês. Também analisa o caso das mulheres denominadas de Signares, nas ilhas de Goreia (Gorée), em frente a Dacar, e de São Luís, a norte do Senegal. Como Otele nos lembra, a palavra Signares vinha da palavra portuguesa “senhoras”, e identificava as mulheres de dupla ascendência — africana, por parte de mãe, e europeia por parte de pai — que assumiram lugares de poder na pequena ilha atlântica de Gorée, que hoje é Património Mundial da UNESCO e lugar-memorial especialmente simbólico para a história da escravatura. Estes casos são exemplificativos das vantagens económicas e sociais da ascendência europeia entre as mulheres africanas destas regiões do Gana e do Senegal. (...)».
 

segunda-feira, 22 de dezembro de 2025

PEGANDO NO POSTAL DO ATELIER MUSEU JÚLIO POMAR |«Boas Festas !»

 


LÍDIA JORGE | Prémio Pessoa 2025 | e uma entrevista na Revista do semanário Expresso a não perder

 



Excertos: «(...) Tem noção de que é a sétima mulher em 39 edições do Prémio Pessoa a recebê-lo?

E nenhuma na literatura. É verdade, só percebi ontem à tarde. A maioria são cientistas. Espero que sirva de incentivo às raparigas jovens que se estão a iniciar na literatura e escrevem demasiada sociologia. Que sirva para lhes mostrar que vale a pena voltar ao discurso literário, porque a literatura é a articulação mais profunda da linguagem, a mais rica, aquela que pode vencer o slogan, que tem os matizes todos para vencer o discurso publicitário em duas linhas ou em duas palavras. Portanto, o enriquecimento através da literatura é absolutamente fundamental e formativo das sociedades livres e democráticas. E gostava que essas raparigas não se importassem muito com o número de vendas, nem com os likes, que não se importassem se estão a escrever sobre o feminismo ou sobre as mães solteiras e coisas no género, mas que escrevessem literatura, onde esses temas existem, mas não são o prioritário. O prioritário é a beleza que a linguagem cria e que nos salva.

(...)Se fosse uma dessas raparigas novas, o que faria diferente? Se pudesse recomeçar, por onde recomeçaria?

Se agora começasse... Gosto das multidões. Começava por descrever uma grande multidão. É um ato absolutamente ficcional imaginar porque cada pessoa está ali. Porque é que grita “abaixo isto” ou “não queremos isto”? Porque levanta um cartaz? O que fez na vida? De onde veio? Como se levantou de manhã? Quantas pessoas deixou em casa? O que a espera à noite? Quanto ganha? Acho que é por isso que escrevo a partir dos ínfimos, porque têm histórias extraordinárias para contar. Histórias que não transparecem. Nunca me hei de esquecer de um rapaz que queria um emprego, não o arranjava e tinha vergonha de pedir dinheiro emprestado. Conseguiu o emprego, mas demoraram um mês a chamá-lo, e ele passou fome. Quando foi chamado e se apresentou pela primeira vez, aqui em Lisboa, vestiu o fatinho, comeu pouco, não tinha dinheiro, e nesse dia havia qualquer coisa na empresa e levaram-no à Casa da Comida, não sei se o restaurante ainda existe, e puseram-lhe um grande peixe à frente. Teve um choque tão grande que desmaiou. 

A história é real?

Sim, ele contou-me, mas não disse a ninguém. Caiu, percebe? Porque passou fome naqueles dias! E eu pergunto quantas pessoas passam e não dizem. A superestrutura desconhece completamente isso. É preciso ouvir estas pessoas. Há três anos, houve uma descrição da nossa economia com um balanço macroeconómico fantástico, e nesse mesmo dia houve tantas greves, um rebuliço tão grande, que eu tinha de ir para Braga e só pude ir de boleia. Nesse dia, alguém tinha dado o berço da sua criança, na altura de seis anos, para dois meninos da mesma idade dormirem. Perguntou à mãe como é que eles iam caber, e ela disse: “Um com a cabeça para cima e outro com a cabeça para baixo.” E eu pensei, aqui há um problema. Nesse dia em que cheguei de noite, numa camioneta, vim com pessoas pacíficas, caladas. Todas abaladas por uma destas greves intermináveis e selvagens dos transportes. Ninguém se revoltou, vinham com os saquinhos plásticos, atravessámos a noite escura, do norte até Lisboa, os portugueses sem dizerem nada. No dia em que Portugal teve uma avaliação macroeconómica extraordinária. Como não posso escrever tudo e tenho de escolher, vou escrever aquilo que me dói mais. Vou escrever sobre aqueles que não têm palco para dizer nada. E que não são violentos, não reclamam e ficam calados a sofrer. Mas que têm capacidade de sonho e de esperança. Não há antropólogo, historiador ou economista que atinja este sítio da Humanidade. É isto que emociona. É por isso que não faço ficção, porque penso. Penso porque faço ficção. (...)».


«Querido Pai Natal»

 




domingo, 21 de dezembro de 2025

«OVO DE INVERNO DE FAERGÉ» | está na comunicação social pelo valor exorbitante da venda, mas aproveite-se para divulgar que foi desenhado por Alma Pih «uma das muito poucas mulheres a trabalhar nas oficinas de joalharia de São Petersburgo no início do século XX» | NO MEIO DE TUDO, CERTAMENTE PARA MUITA GENTE REGALO PARA A VISTA



Veja o vídeo, e porque é bom saber,
 talvez esteja interessado/a  em

«“OVO DE INVERNO”

 FABERGÉ BATE RECORDE COM

 VENDA DE 30,2 MILHÕES EM LEILÃO»

2025-12-09 - Na Arte Capital

Excerto:«(...) Presente de Páscoa de 1913 de Nicolau II para a sua mãe, Maria Feodorovna, o Ovo de Inverno é uma cena fria e serena formada por cristal de rocha, platina e diamantes lapidados em rosa. Pela terceira vez nos últimos 30 anos, o Ovo de Inverno foi leiloado na Christie's. Foi desenhado por Alma Pihl, uma das muito poucas mulheres a trabalhar nas oficinas de joalharia de São Petersburgo no início do século XX. Nascida numa família finlandesa de mestres artesãos e designers, Pihl tinha um talento prodigioso para o desenho e, aos 20 anos, já trabalhava para Fabergé, arquivando as criações da oficina em esboços aguarelados em tamanho real. Paralelamente, Pihl esboçava os seus próprios desenhos e deparou-se com o desenho de um floco de neve enquanto atendia a uma encomenda de um magnata do petróleo que tinha solicitado 40 pequenas peças de joalharia. Reza a lenda que Pihl ficou impressionada com a beleza dos cristais de gelo espalhados pela janela da sua oficina e desejou replicá-los com os minerais mais finos que o dinheiro podia comprar. (...)».


sábado, 20 de dezembro de 2025

«Já está disponível a nova edição da revista DIABETES - VIVER EM EQUILÍBRIO»

 



quinta-feira, 18 de dezembro de 2025

ANIKI BÓBÓ (1942) | volta às salas





de lá:

«(...) Produzido por António Lopes Ribeiro, "Aniki-Bobó" é inspirado no conto "Meninos milionários", de Rodrigues de Freitas, e foi rodado na zona ribeirinha do Porto com crianças: Fernanda Matos (Teresinha), Horácio Silva (Carlitos) e António Santos (Eduardinho).
O universo infantil retratado em "Aniki-Bobó" "é uma reprodução do mundo real dos homens tal como o conhecemos, reduzido, no entanto, à sua mais funda e descarnada estrutura: Bem e Mal, justiça e injustiça, esperança e medo, felicidade e infelicidade, desejo e morte, amor e ódio", escreveu Manuel António Pina, num livro-ensaio sobre o filme, publicado em 2012.
No mesmo livro, Manuel António Pina recorda que "Aniki-Bobó" foi considerado imoral e subversivo, apupado na estreia em Lisboa, e que, por causa dele, o realizador teve de esperar quase vinte anos para voltar a fazer cinema.
"O seu nome foi riscado pelo bom gosto oficial do regime salazarista e todos os projetos, e foram muitos, que levou ao Fundo do Cinema lhe foram sucessivamente recusados", escreve. (...)».

terça-feira, 16 de dezembro de 2025

DA CATALUNHA | «PROTOCOL-GUIA d’abordatge de les violències masclistes i LGBTI-fòbiques a les arts escèniques i la música en viu»

 



«PRESENTACIÓ institucional

La Generalitat de Catalunya, a través del Departament de Cultura, es compromet fermament a garantir la igualtat de gènere i la diversitat en tots els àmbits de les arts escèniques i la música en viu. Amb l’objectiu de prevenir i abordar les violències masclistes i LGBTI-fòbiques, hem elaborat aquest Protocol-guia, que representa un pas significatiu cap a la creació d’entorns segurs i respectuosos per a totes les persones implicades en aquests sectors.
Aquest Protocol-guia és fruit d’una col·laboració estreta amb professionals del sector i entitats especialitzades, i s’ha desenvolupat seguint una metodologia mixta que combina tècniques qualitatives i quantitatives. El document ofereix una resposta integral, àgil i eficaç davant les violències masclistes i LGBTIfòbiques, amb l’objectiu de prevenir-les i reparar els danys que puguin causar.
Les dinàmiques de poder, la precarietat laboral i la dificultat per separar l’àmbit personal i laboral són factors que propicien l’aparició de situacions de violència. Aquest Protocol-guia aborda aquestes problemàtiques de manera específica per a cada sector, incloent-hi la dansa, el teatre, el circ i la música en viu, i ofereix estratègies preventives adaptades a les necessitats de cada context. El Protocol-guia es divideix en cinc apartats principals: la contextualització del document, la definició del protocol-guia, les bases d’aplicació, les estratègies preventives generals i específiques, i el circuit d’aplicació general. A més, inclou annexos amb circuits complementaris i documentació necessària per a l’aplicació del protocol. 
La Generalitat de Catalunya reafirma el seu compromís amb la igualtat de gènere i la diversitat, i amb l’erradicació de les violències masclistes i LGBTIfòbiques. Aquest Protocol-guia és una eina essencial per garantir la protecció dels drets humans i la dignitat de totes les persones que formen part de les arts escèniques i la música en viu. Convidem totes les organitzacions, entitats i empreses del sector a adherir-se a aquest protocol i a treballar conjuntament per crear espais segurs i inclusius». Saiba mais.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2025

BOA SUGESTÃO QUE NOS CHEGA DA TATE | «give a year of art» | QUE PODEREMOS MIMETIZAR ESCOLHENDO ORGANIZAÇÕES NOSSAS E «OFERECER ARTE»| DIVERSOS SERÃO OS CAMINHOS PARA O FAZER

 







MARIA TERESA HORTA |«Eu Sou a Minha Poesia»

 



«Eu Sou a Minha Poesia reúne uma selecção feita por Maria Teresa Horta dos poemas que considera serem os essenciais da sua obra.
Um longo percurso poético, iniciado em 1960, que se mantém vivo e cuja actualidade e ousadia a colocam na vanguarda da poesia portuguesa.
De cunho marcadamente feminista e erótico, uma poesia de intervenção e desobediência, que dá voz ao imaginário e ao desejo da mulher.
Uma obra literária ímpar que é um grito de coragem e uma afirmação de liberdade». Saiba mias.


PARABÉNS !, RAQUEL SOEIRO DE BRITO | porque faz 100 anos e diz «Pode ser ridículo, mas não me sinto velha” ...

 

uma entrevista a não perder 
 se tiver acesso leia aqui


«Raquel Soeiro de Brito: “Pode ser ridículo, mas não me sinto velha” _ Aos 100 anos, Raquel Soeiro de Brito, a primeira mulher a doutorar-se em Geografia em Portugal, em 1955, fala da idade, da velhice, de como viu — e vê — o mundo, dos sonhos que tem. Um assombro.
«Casou duas vezes, tem um filho, dois netos e quatro bisnetos. A 12 de Dezembro, na sexta-feira, completou 100 anos. Raquel Soeiro de Brito, geógrafa nascida numa família de Elvas com tradição militar, vive hoje em Paço de Arcos. O marido morreu há quatro anos. O filho e um dos netos estão em Paris, a neta em Valência. Apenas se queixa de uma coisa no seu centenário. Que lhe doem os pés. Certamente por ter andado tanto, ela que se define como “uma geógrafa de terreno”, incansável a percorrer Portugal e as antigas colónias. (...)

A exposição A Professora, na Casa de Vidro daquela faculdade, reúne até 19 de Dezembro fotografias dos lugares por onde Raquel Soeiro de Brito andou e que lhe permitiram construir uma vasta obra no domínio da geografia física e humana, com mais de uma centena e meia de livros e artigos, como Goa e as Praças do Norte (1966), Goa e as Praças do Norte Revisitadas (1998), No Trilho dos Descobrimentos: Estudos Geográficos (1997), Portugal, Perfil Geográfico (1994) ou a coordenação científica de Atlas de Portugal (2005).
Distinções teve várias ao longo da vida, de que se destacam duas condecorações com a Ordem Militar de Sant’Iago da Espada, o grau de grande-oficial (em 1998, por Jorge Sampaio) e o grau de grã-cruz (em Junho, por Marcelo Rebelo de Sousa). Dos Capelinhos, o seu vulcão de estimação, onde esteve a última vez em 2021, diz: “É um filhote, um filhote violento.” Aos 100 anos, levanta os olhos para outro mundo: “Gostava de ter ido à Lua.” (...)


Ainda:

e não resistimos ...




 

domingo, 14 de dezembro de 2025

«AS MENINAS EXEMPLARES» | de João Botelho




«As desventuras de Sofia, as exemplares Madalena e Camila, as atribuladas férias de rapazes e raparigas que, alguns anos mais tarde, conduzem à resolução de certos mistérios, compõem a trilogia perfeita da Condessa de Ségur sobre a educação, o poder social, religioso e político. O desejo e a sua opressão, a violência e a punição e, por fim, a perda terrível acompanhada do crescimento inevitável. Adultos e crianças compreenderão que preceitos, regras e orações podem esmagar nervos e sangue».

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de lá:

«(...) A “ajuda preciosa” de Paula Rego
Para filmar “As Meninas Exemplares” João Botelho assume que teve “uma ajuda preciosa” chamada “Paula Rego”. O autor recorda um encontro com a pintora portuguesa durante o festival de cinema de Veneza. Nessa ocasião, Botelho contou-lhe que queria adaptar ao cinema a obra e perceberam, então, que tinham “a mesma atitude” perante o texto. Rego até “se propôs a desenhar os cenários e as roupas”.
A primeira referência da artista falecida em 2022 ao universo de “As Meninas Exemplares” ocorre em 1971, quando recorre a citações deste livro no catálogo da sua exposição individual na Galeria São Mamede, em Lisboa. A ligação de Paula Rego com esta obra consolidou-se em 2001, através da criação de oito desenhos inspirados na trilogia.
As figuras femininas nas gravuras de Rego não se parecem com crianças, mas também não assumem completamente feições e atitudes de adultos. Esta ambiguidade é recuperada pelo realizador que escolhe atores adultos para interpretar os papéis destinados a crianças.
Esta inspiração resultou também numa das particularidades do filme: a sua apresentação ser acompanhada por uma exposição itinerante de desenhos e gravuras de Paula Rego, inspirados na obra da Condessa de Ségur. No Porto, a mostra vai ficar até 18 de janeiro. (...)».

 
 Foto: Jaime Freitas/Ar de Filmes