terça-feira, 25 de fevereiro de 2020

FILME | «Os Miseráveis»




«Oriundo de Cherbourg, na Normandia, Stéphane Ruiz (Damien Bonnard) acaba de se mudar para Montfermeil, nos subúrbios de Paris, para se juntar à Brigada Anti-Crime (BAC). Na sua equipa estão Chris e Gwada (Alexis Manenti e Djebril Zonga, respectivamente), dois polícias veteranos conhecidos pelos métodos bastante controversos de lidar com a criminalidade. Em poucos dias, Stéphane dá-se conta da enorme tensão entre os habitantes daquele lugar – sejam criminosos ou pessoas comuns – e as autoridades. Tudo ganha novas proporções quando uma criança filma, com o seu drone, uma operação policial.
Primeira longa-metragem do francês de ascendência maliana Ladj Ly, "Os Miseráveis" debruça-se sobre as guerras de poder em bairros problemático  e tem como ponto de partida a curta homónima que Ly realizou em 2017. Em competição pela Palma de Ouro no Festival de Cinema de Cannes – onde recebeu o Prémio do Júri –, obteve uma nomeação para o Óscar de Melhor Filme Internacional. PÚBLICO». Saiba mais.

«Em “Os Miseráveis” há sempre uma multidão de miúdos, num lugar onde nada funciona» - da critica de Jorge Leitão Ramos no Expresso

E palavras do realizador em entrevista dada a Francisco Ferreira, também no Expresso (o destaque é nosso): «(...)Logo a seguir a Cannes, Ladj Ly convidou o Presidente a ver o filme. O realizador fundou uma escola de cinema em Montfermeil e procurou que o Chefe de Estado visitasse aquele bairro. Macron respondeu-lhe com entusiasmo, chamou-o ao Palácio do Eliseu “e eu recusei esse convite”, contou Ladj. “Soube que viu o filme e que gostou dele, depois fez-me saber que ficou sensibilizado e que ia procurar soluções mas, para mim, ir ao Eliseu ouvir isso não fazia sentido. Tive pena que não nos visitasse. A vida em Montfermeil está bem longe dos clichés dos media. E este filme é também uma soma de testemunhos e de dez anos de arquivos. Prefiro apontar outros caminhos ao país. Prefiro dizer que a solução está na educação e na cultura. A França é um grande país que ainda lida muito mal com a história de guerra, de escravidão e de colonização que o formou”.


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