«A Direção Regional de Cultura
do Centro foi à procura das mulheres que ajudam a contar e a manter a história
da região
Sabemos, por experiência, que grande parte das histórias das estruturas culturais têm uma voz feminina. O que normalmente não conhecemos é a história destas mulheres e da sua ligação à cultura, por isso, fomos à procura delas, contando com o apoio de várias pessoas e entidades que ao longo da última semana nos enviaram várias histórias de mulheres cujo trabalho e empenho na promoção e manutenção da identidade e memória coletivas e das tradições foi/é relevante.
Recebemos cerca de duas centenas de contributos que salientam as histórias de mulheres e do seu saber-fazer: da saxofonista que aos 12 anos se tornou a primeira mulher a integrar as fileiras da (ainda hoje) sua banda filarmónica, à artesã que se dedicou à cestaria em bracejo para cuidar do marido, até à professora que, depois de se aposentar, moveu tudo o que estava ao seu alcance para abrir o Museu Escolar (hoje integrado na Rede Portuguesa de Museus). Conhecemos ainda a história de vários grupos corais e etnográficos integralmente compostos por mulheres, grupos esses que são hoje a memória viva das suas aldeias e das suas tradições. Neste processo, percebemos também que muitas são as bandas filarmónicas e os ranchos folclóricos da região que contam com a dinâmica da energia feminina ao comando. Tivemos ainda a felicidade de confirmar que existe uma onda crescente de artistas contemporâneas que regressaram às origens, dos materiais e das suas gentes, como base do seu processo criativo e de produção. E isto é apenas o “levantar de véu” dos contributos que recebemos e que temos a honra de partilhar ao longo desta semana com todos.
O desafio que fazemos é o de que viajem connosco ao longo destas histórias de vida e que as partilhem, ampliando a nossa voz e fazendo eco do extraordinário trabalho realizado por estas mulheres em prol da cultura».
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