quinta-feira, 18 de março de 2021

UMA VEZ MAIS A «LINGUAGEM INCLUSIVA» | agora a partir do Conselho Económico e Social (CES) | EM RESPOSTA UMA REAÇÃO QUE JÁ É «PADRÃO» | TALVEZ HAJA QUE ENCONTRAR OUTRAS FÓRMULAS ...

  



Capa Expresso | 12 MAR 2021





O assunto a que se referem as imagens acima chamou a nossa atenção. Teve destaque na primeira página e depois desenvolvimento, a nosso ver, apropriado no 1.º Caderno do Expresso desta semana. É de lá o excerto que se segue: 

«Na última reunião plenária do Conselho Económico e Social (CES), o presidente retirou a proposta de um novo manual de “linguagem neutra e inclusiva” que passaria a reger toda a comunicação, interna e externa. Vários das organizações e representantes dos parceiros sociais presentes na reunião levantaram objeções ao documento, e Francisco Assis optou por adiar a sua votação. A primeira proposta apresentada pela nova direção do CES evitou, assim, o risco de chumbar.

Francisco Assis nega ao Expresso que estivesse em causa o veto do documento. “Estou convencido que a proposta iria passar, embora com algumas abstenções e dois ou três votos contra”, disse. Alguns dos participantes na reunião questionaram a “oportunidade” desta discussão, numa altura em que o país enfrenta uma pandemia grave e uma maior crise económica e social. Assis responde que “não estamos em estado de paralisia, nem impedidos de pensar” e justifica a retirada da proposta antes da votação pela necessidade de “acolher os vários contributos apresentados na reunião”. O presidente do CES admite, no entanto, existirem algumas “reservas e resistências” e considera que “temos toda a vantagem em fazer uma discussão aberta, porque o que não é discutido não é interiorizado”.

O documento de 16 páginas foi escolhido expressamente para ser levado ao CES no Dia da Mulher. Uma data simbólica, a acresce o facto de a autora ser Sara Falcão Casaca, socióloga e especialista em questões de igualdade, que foi chamada para a vice-presidência pelo novo presidente. 

A ideia de que é necessário tornar os documentos oficiais mais ‘inclusivos’ não é nova, surge mesmo como recomendação feita, não só pelo Conselho Europeu, mas também pelo próprio Conselho de Ministros. E, no seu primeiro contributo para a discussão, a socióloga defende o manual como forma de “garantir que, no CES, a discussão de diferentes temas e a transmissão de ideias seja feita de forma a seguir as orientações e as boas práticas em matéria de linguagem inclusiva”. (...)»

A leitura do artigo levou-nos a algumas ponderações. Desde logo, mas esperava-se reação diferente? Olhando para o que tem acontecido face a iniciativas idênticas podia concluir-se que até já podemos falar de um padrão. Não muito distante, por exemplo, no âmbito das Forças Armadas, que lembramos recorrendo a post de novembro 2020 do Em Cada Rosto Igualdade:


E podemos avaliar da agitação provocada recorrendo ao Google. Veja por si, mas aqui uma ilustração:


Depois reparámos na elaboração de mais um manual. Mas já não haverá manuais que chegue? Uma vez mais, é só recorrer à internet. Outra vez ilustração:














Talvez se possa aplicar: há coisas que todos estão a fazer e outras que ninguém faz. Ou seja, estaremos ao mesmo tempo na esfera de conflitos positivos e de conflitos negativos.

A nosso ver, como o temos defendido, haverá que encontrar novas estratégias não só para a questão da «comunicação inclusiva» como  para a questão mais ampla das «igualdades» nas organizações, sejam elas com ou sem fins lucrativos. Em particular, inserir a «comunicação inclusiva» no trabalho mais abrangente do RELATÓRIO INTEGRADO que está a fazer o seu caminho por esse mundo fora, com os «melhores» na dianteira, é capaz de ser avisado ... E para começar o Conselho Económico e Social (já agora, para quando Conselho Económico, Social e Cultural?) poderá estimular «benchmarkings» e (como muitos só vão lá quando está «na lei») sistematizar legislação que já o exige ou para lá caminha) ... Mas isto é antes de mais uma questão de boa gestão. Estratégica.  Sobre estas matérias o blogue Organizações Verdes de que cuidamos. Vem a calhar, de post recente;



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