«Na última reunião plenária do Conselho Económico e Social (CES), o presidente retirou a proposta de um novo manual de “linguagem neutra e inclusiva” que passaria a reger toda a comunicação, interna e externa. Vários das organizações e representantes dos parceiros sociais presentes na reunião levantaram objeções ao documento, e Francisco Assis optou por adiar a sua votação. A primeira proposta apresentada pela nova direção do CES evitou, assim, o risco de chumbar.
Francisco Assis nega ao Expresso que estivesse em causa o veto do documento. “Estou convencido que a proposta iria passar, embora com algumas abstenções e dois ou três votos contra”, disse. Alguns dos participantes na reunião questionaram a “oportunidade” desta discussão, numa altura em que o país enfrenta uma pandemia grave e uma maior crise económica e social. Assis responde que “não estamos em estado de paralisia, nem impedidos de pensar” e justifica a retirada da proposta antes da votação pela necessidade de “acolher os vários contributos apresentados na reunião”. O presidente do CES admite, no entanto, existirem algumas “reservas e resistências” e considera que “temos toda a vantagem em fazer uma discussão aberta, porque o que não é discutido não é interiorizado”.
O documento de 16 páginas foi escolhido expressamente para ser levado ao CES no Dia da Mulher. Uma data simbólica, a acresce o facto de a autora ser Sara Falcão Casaca, socióloga e especialista em questões de igualdade, que foi chamada para a vice-presidência pelo novo presidente.
A ideia de que é necessário tornar os documentos oficiais mais ‘inclusivos’ não é nova, surge mesmo como recomendação feita, não só pelo Conselho Europeu, mas também pelo próprio Conselho de Ministros. E, no seu primeiro contributo para a discussão, a socióloga defende o manual como forma de “garantir que, no CES, a discussão de diferentes temas e a transmissão de ideias seja feita de forma a seguir as orientações e as boas práticas em matéria de linguagem inclusiva”. (...)»
Depois reparámos na elaboração de mais um manual. Mas já não haverá manuais que chegue? Uma vez mais, é só recorrer à internet. Outra vez ilustração:
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