domingo, 12 de setembro de 2021

PATRÍCIA REIS | «Ser mulher é perigoso»

 


Começa assim: «Sabem aquela sensação de perigo que se instala na pulsação assim que o motorista de táxi, ou equivalente, decide ir por um caminho estranho? Uma mulher sozinha num carro com um homem desconhecido. Ou então, se preferirem, a de chegar à garagem do prédio já noite cerrada e perceber que além de ti, carros e muito silêncio, está ali um homem a olhar-vos? Ou, cenário perfeitamente normal numa pandemia, vão a uma consulta e não há sala de espera ou recepcionista e o médico diz: pode despir-se. O receio até se consegue disfarçar, mas não desaparece até ao momento em que volto a sentir-me em segurança.

A maioria dos homens que conheço, se lhes conto alguns episódios similares, fica calada. Ou então diz: “Nunca tinha pensado nisso assim”. É talvez a frase que oiço mais vezes. (...)».



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