Sobre o filme no semanário Expresso:
«O cineasta japonês ausculta comportamentos humanos e destinos sentimentais em torno do amor, da traição e do abandono. Três histórias de uma doce crueldade
TEXTO FRANCISCO FERREIRA
Os primeiros filmes de Ryûsuke Hamaguchi nem sempre foram centrados em mulheres, e a prova disso são os belíssimos 55 minutos de “Touching the Skin of Eeriness” (2013), filme que a plataforma Henri, da Cinemateca Francesa (cinematheque.fr/henri/), agora divulgou na secção Japan Fringe (até 4 janeiro de 2022). É um Hamaguchi anterior a “Happy Hour”, revelação de Locarno 2015 que lançou o japonês, esse, sim, centrado em mulheres na casa dos 30 e à procura do seu lugar do mundo; em seguida vieram os amantes desencontrados de “Asako I & II”, que lhe apuraram o estilo. Começou então a falar-se dele como um “cineasta das mulheres”, epíteto que antes tocou a Mizoguchi ou a Cukor. Hamaguchi é, na essência, um contador de histórias com talento incomum, escritor admirável que com toda a lisura poderia ser romancista. Nesta perspetiva, o filme que nos traz aqui é a prova acabada da sua maturidade, três histórias independentes, mas que se apelam, com cerca de 40 minutos cada, três psicodramas de novo centrados em mulheres a questionarem a identidade, o desejo e, neste caso, de forma mais exposta, o erotismo. (...)». Revista E | Expresso de 18 DEZ 2021.
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