terça-feira, 30 de setembro de 2025

MULHERES EM DESTAQUE | Inês Nunes

 




«A curta-metragem 'A Solidão dos Lagartos', da portuguesa Inês Nunes, venceu o prémio de melhor curta-metragem na secção Nest, do Festival Internacional de San Sebastián, destinada a filmes de estudantes de cinema, anunciou hoje a organização.

"Num 'spa' rodeado de montanhas de sal, os visitantes desfrutam do calor, enquanto os salineiros, a poucos metros de distância, trabalham. As crianças correm longe dos adultos e uma mulher perde-se nas salinas. Ao cair da noite, o espaço transforma-se, impulsionado pelos desejos de quem por ali passa", pode ler-se na sinopse do filme que já esteve no Festival de Cannes deste ano.

Natural de Tavira e formada em Realização pela Escola Superior de Teatro e Cinema, em 2015, Inês Nunes recebeu uma bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian para fazer o mestrado na Elías Querejeta Zine Eskola, em San Sebastián. (...)». Leia na integra.



segunda-feira, 29 de setembro de 2025

EDITH WHARTON | «Os Costumes do País»

 


Vencedora do Prémio Pulitzer
Tradução de Frederico Pedreira

«Introdução de Claire Messud
Bela, ambiciosa e materialista, Undine Spragg é uma herdeira que vê os homens como um meio para atingir os seus objetivos. Milionários nova-iorquinos e aristocratas franceses caem aos seus pés, mas cada conquista é apenas mais um degrau na sua incessante busca por poder.
Sátira mordaz, crítica a ada ao mercado matrimonial e observação perspicaz do snobismo da Era Dourada, Os Costumes do País apresenta uma anti-heroína fascinante e determinada». Saiba mais.


domingo, 28 de setembro de 2025

ACONTECEU | CONFERÊNCIA |«Das lutas anticoloniais às lutas do quotidiano: lugares das mulheres nos 50 anos das independências»| ÉVORA


«Esta Conferência pretende promover o conhecimento e a discussão pública sobre os contributos das mulheres, no contexto das lutas pelas independências - em Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e Portugal - e sobre os progressos e recuos ocorridos, nos últimos cinquenta anos, em matéria de participação política e direitos das mulheres, nestes mesmos contextos.
A mobilização e a participação das mulheres nas lutas de libertação contra o colonialismo português não chamaram particular atenção na academia até à última década. As raras investigações realizadas mostram que mesmo que algumas tenham chegado a postos de chefia e de decisão, os países independentes reproduziram rapidamente as relações desiguais de género. Nos mesmos estudos, enunciam-se sentimentos de desilusão e de traição a partir dos relatos dessas mulheres.
À medida que o percurso dos países independentes avançou, a situação da grande maioria das mulheres melhorou, mas não significativamente. As condições políticas e económicas de Estados recém-nascidos não favoreceram a emancipação das mulheres e a estrutura patriarcal do Estado manteve-se. Apesar de um reconhecimento formal dos direitos das mulheres, a sua valorização foi sendo remetida para o mérito individual, desligada de análises de fundo e ações políticas estruturais
Assistiu-se a um apagamento dos papeis das mulheres nas lutas de libertação na memória nacional oficial. O reconhecimento dado à participação feminina na luta de libertação nacional encontra-se limitado a celebrações oficiais e ao reconhecimento público de algumas, vistas como excepcionais, como Titina Silá, na Guiné-Bissau, ou Josina Machel em Moçambique. A invisibilização de muitas outras mulheres que participaram nas lutas de libertação revela como hoje continuam relevantes as lutas pelo seu reconhecimento». Saiba mais. Lá o Programa detalhado. E  sobre créditos e link. 

Créditos: Arquivos da FRELIMO (frente de libertação de Moçambique). 
 Disponível aqui: Livros Ultramar - Guerra Colonial: Moçambique & FRELIMO - ‘A MULHER MOÇAMBICANA NA LUTA DE LIBERTAÇÃO NACIONAL’ - Maputo 2012 - MUITO RARO



«Que Género de Roupa é Essa?»

 


«Integrada no projeto O Museu Fora do Armário, e com curadoria de André Murraças, a exposição Que Género de Roupa é Essa? convida a um percurso inédito pelos jardins do Parque Botânico do Monteiro-Mor, onde imagens do acervo do Museu Nacional do Traje dialogam com a história do vestuário e a sua relação com o género. Entre curiosidades como a presença da saia nos exércitos persas, o uso do rosa como cor masculina de celebração ou o estilo marcante dos dandys, a mostra propõe novas leituras sobre moda, identidade e representação. Paralelamente, é lançada a revista Marginália #3, com textos e imagens que aprofundam os temas abordados, disponível na loja do museu».
Terça a domingo, das 10h às 13h/14h às 18h - Saiba mais


sexta-feira, 26 de setembro de 2025

TALVEZ LHE INTERESSE SABER MAIS SOBRE O GINÁSIO CLUBE PORTUGUÊS | para uma adesão cada vez maior desde a infância aos mais velhos

 







Frequentamos o GCP «desde sempre» e acabamos de receber «O SPORT». Em permanência há coisas a transformar, a melhorar, mas a nosso ver é de facto um projeto magnífico. A ambição: que houvesse muitos GCP pelo País. Se não conhece para começar  uma incursão ao site deste  «clube desportivo, pessoa colectiva de direito privado, declarado de utilidade pública pelo seu contributo em prol da educação física, cívica e desportiva da Nação» é capaz de ser boa ideia.


quinta-feira, 25 de setembro de 2025

segunda-feira, 22 de setembro de 2025

«Como é que Um Caracol Foge de Casa?» | «O novo livro infantil de Capicua com ilustrações de Matilde Horta é uma crítica divertida ao problema da habitação»

 



Descrição
O caracol está cansado de ter a casa às costas. Gostava de ser ágil e de se libertar do peso da carapaça.
Mas como é que um caracol foge de casa?
Exasperado, decide tirar pelo menos umas férias e ir à praia visitar os primos. Pelo caminho, vai tentando fazer amigos, mas percebe que anda tudo demasiado ocupado com o tão falado problema da habitação. As andorinhas ocupadas a fazer os ninhos, a toupeira desesperada por uma toca maior, o esquilo que não encontra uma árvore livre…a vida no bosque não é fácil. Saiba mais.



domingo, 21 de setembro de 2025

«UN Women Strategic Plan 2026–2029»

 


«UN Women is the global lead for gender equality and women’s empowerment. Our Strategic Plan 2026–2029 comes at a pivotal moment, as the world is failing women and girls on every measure of gender equality in the 2030 Agenda for Sustainable Development. Yet our commitment to make the world a better place for all women and girls remains unshaken. Our mandate has never been more relevant. Guided by the vision and energy of women’s rights movements and governments committed to gender equality, we are charting a path forward for peace, people, and planet. With clarity and courage, we will realize a world of equality, empowerment, and rights for all women and girls».




neste endereço (disponível em 6 línguas)



sábado, 20 de setembro de 2025

«A RUA É DAS CRIANÇAS» DIZ-NOS RUY BELO | e aí também pode começar o lançamento do elevador social neste mundo de desigualdades | DISTO E DOUTRAS OCUPAÇÕES PARA CRIANÇAS E JOVENS NOS FALA O PROGRAMA ELEITORAL DA CDU A LISBOA

 



Há lá coisa melhor do que começar um post com Ruy Belo!, e só isso  - por nos levar à «A Rua é das crianças» - já tinha valido a pena termo-nos detido no Programa da CDU para Lisboa. E podíamos ficar por aqui, já estava de bom tamanho. Mas, continuemos, os tempos assim o pedem. Ora bem, estivemos em iniciativas com vista à elaboração do Programa Eleitoral da CDU a Lisboa e podemos  testemunhar o que diz João Ferreira: «Um programa alternativo começa no modo como se constrói. Durante vários meses fomos falar com muita gente: moradores, associações de bairro, clubes, escolas, sindicatos, projectos de várias áreas. Fomos falar com a cidade em centenas de iniciativas, em todas as freguesias da cidade. Com palavras, desenhos e textos, fomos tecendo de forma colectiva e participada o Programa que apresentámos hoje e que, podemos dizer, espelha um projecto onde o direito à cidade fará de Lisboa a cidade da nossa vida». Desde logo,  cumpre-se o desígnio OGP - Open Government Partnership,   «governar  para as populações, e com as populações». Com curiosidade fomos ver o resultado - na integra neste endereço. 
Aqui chegados, no Em Cada Rosto Igualdade, com gosto e entusiasmo, partilhamos, em especial,  esta componente, considerada  um dos 17 Pontos- Chave do Programa Eleitoral - Lisboa para crianças:  




Indo ao pormenor o espaço «Educação e Juventude» do Programa



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Se há conhecimento que todos nós teremos é este relativo às Crianças e Jovens nomeadamente em contexto escolar. Ainda assim do que recentemente apareceu no espaço público



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Sobre o Relatório em trabalho de no Expresso de Isabel Leiria:  «Fosso entre ricos e pobres no acesso ao ensino superior agravou-se  - Educação continua a ser a forma mais eficaz de garantir melhores condições de vida e os números mostram que há mais pessoas em Portugal a conseguir um diploma de Ensino Superior. O problema é que a maior parte desse crescimento acontece entre quem tem mais recursos e continua a deixar de fora muitos alunos das famílias com mais baixos rendimentos. Mais surpreen­dente: o fosso entre uns e outros tem vindo a acentuar-se desde 2008».

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Voltando ao Programa Eleitoral da CDU para Lisboa, estivemos na conversa havida no Jardim da Estrela em que se refletiu em particular o ponto 9. do excerto acima, ou seja,  «Dinamizar a integração das comunidades escolares na vida cultural e social da cidade, através da programação de actividades específicas das bibliotecas, museus e serviços municipais de ambiente e protecção civil. Disponibilizar oferta para a ocupação qualificada dos tempos livres das crianças, nos períodos não lectivos». De facto, há um saber e um prazer que só a cultura e as artes nos podem dar. E o que se passa nos tempos livres, em especial nas férias, e tempos afins, serão determinantes para a vida das crianças e jovens, e para quando adultos. Mesmo para os 11% das famílias pobres que chegam ao ensino superior não é indiferente como viveram esse tempo da infância e juventude. Sim o ELEVADOR SOCIAL passa por aqui. A seguir apenas ilustrações: sobre a importância de uma «colónia»; um caso de entre os que existem para atividades de férias; sobre a entrevista de Dino D´Santigo que diz do que é ficar fechado em casa; ...
 
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«Nos Verões de 1972 e 1973, um grupo de 18 crianças (entre os 3 e os 14 anos) passou duas semanas de férias nas Caldas da Rainha e no Baleal. Em comum tinham o facto de serem filhas de presos políticos do regime ditatorial português. As suas vidas estavam marcadas pela prisão dos pais, pela clandestinidade, por solidão e sofrimento, mas nesta colónia de férias puderam brincar e ser livres (...)».

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Na tal conversa no Jardim da Estrela deu para perceber que uma INICIATIVA PARA CRIANÇAS E JOVENS DE LISBOA  para os tempos em que «não têm onde ficar» não só é necessária como possível. Há que aprender com o que existe - ao de qualidade só alguns têm acesso -, aproveitar a capacidade disponível, e construir uma REDE em torno de ofertas várias. Da arte ao desporto. Idas à praia ou à piscina, passeatas para descobrir paisagens, descobrir o museu ali ao lado, frequentar o espetáculo na sala «xpto»  que é de todos, conversas com os seus ídolos e outros e outras que podem vir a ser, um jogo de futebol de meninas e meninos ... E para os almoços e lanches até teremos refeitórios ociosos que facilmente serão operacionalizados. Uma exigência: TUDO TEM DE SER MARCADO PELA QUALIDADE. HÁ QUE BUSCAR EXCELÊNCIA. De tal maneira que mesmo aqueles que têm onde ficar queiram fazer parte daquela experiência. Dito doutra forma, não querem ficar fora daquela «CENA»! 

  

quinta-feira, 18 de setembro de 2025

SE PUDER NÃO PERCA A GRANDE ENTREVISTA COM DINO d´SANTIAGO NA REVISTA VISÃO | e saibamos sobre a sua «Adilson»

 


Recortes

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e sobre a ópera «Adilson»



«Numa encomenda e produção original da bienal BoCA, Dino D’Santiago foi desafiado a estrear uma ópera, que cruza história, cultura e a identidade multicultural portuguesa.
“Adilson” é uma ópera em cinco atos dirigida por Dino D’Santiago, a partir do texto original “Serviço Estrangeiro” de Rui Catalão e direção musical de Martim Sousa Tavares. Acompanhamos a jornada de um homem afrodescendente, nascido em Angola, filho de pais cabo-verdianos, que vive há mais de 40 anos em Portugal — sem nunca ter obtido cidadania portuguesa. Chamado D’Afonsa pelos amigos, Nuno pela família, Adilson no passaporte, a sua vida desenrola-se entre salas de espera, processos adiados e um labirinto burocrático que o impede de ser plenamente reconhecido pelo país onde sempre viveu.
Mais do que um indivíduo, Adilson representa milhares de pessoas deixadas nas margens do sistema. A ópera transforma a espera em poesia e faz da invisibilidade um ato de resistência. No culminar da obra, ouve-se o grito que ecoa para além do palco: “Eu não sou português. Eu sou Portugal. Um país à espera.”
Abordando temas como a injustiça social, a discriminação, a fragilidade humana e a esperança, esta primeira incursão de Dino D’Santiago no território da ópera assinala igualmente os cinquenta anos do fim da presença militar portuguesa em terras coloniais nos territórios africanos». Saiba mais.




domingo, 14 de setembro de 2025

PARA QUANDO «A FORÇA DA CULTURA E DAS ARTES» NA LUTA CONTRA A VIOLÊNCIA DOMÉSTICA? | com projetos permanentes, continuados e sistemáticos ... | NÃO RESOLVE, MAS CERTAMENTE QUE CONTRIBUI PARA SE LUTAR CONTRA ESTA «EPIDEMIA»

 


A notícia da imagem é do semanário Expresso,
 em trabalho de Marta Gonçalves,
e é de lá o excerto seguinte.

«Queixas de violência doméstica aumentam 26%: polícias registam mais de 21 mil vítimas deste crime em apenas seis meses do ano

«(...) À data de 10 de setembro, esta quarta-feira, estavam aplicadas pelo menos 1662 medidas de coação relacionadas com o crime de violência doméstica, confirmou ao Expresso a Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais. Cerca de um quarto (403) encontra-se com a mais gravosa, a prisão preventiva. No entanto, não significa que ao longo de 2025 só tenham estado estas pessoas em preventiva, uma vez que muitas medidas de coação podem já ter sido cumpridas, alteradas ou revogadas.

Há ainda 893 pessoas com vigilância eletrónica, as chamadas “pulseiras eletrónicas”, que fiscalizam à distância o cumprimento da medida de coação. Por último, estão também aplicadas 366 medidas de coação de proibição ou imposição de condutas sem vigilância eletrónica. Por exemplo, pode ter sido decretado o afastamento da vítima mas ter sido considerado que não era necessário controlar o cumprimento da decisão.

“Estes dados conjugados devem preocupar-nos, talvez importe olhar para outros fenómenos criminais e perceber se estamos também perante uma sociedade mais violenta”, diz Moyano Marques. “Tem havido uma evolução muito significativa no combate à violência doméstica. O sistema que está montado para prevenir e combater é robusto. O esforço tem sido feito e tem dado resultados.”».

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Ganhar a batalha contra este flagelo como se constata é caminho longo e difícil. Certamente que todos concordaremos que devemos lançar mão de tudo o que está ao nosso alcance para vencermos esta luta. A nosso ver, não temos explorado como podíamos «a força da cultura  e das artes» nesse esforço. Chegou a haver projetos na esfera do Ministério da Cultura/DGARTES com esse propósito no que se era acompanhado pela CIG. O que será feito disso? Aproveitamos para lembrar o impacto do trabalho de IBSEN nas Politicas Públicas, e naturalmente vem logo ao decima a sua CASA DE BONECAS.



Resumo

«Tenho de saber quem tem razão: a sociedade ou eu.«
Nora vive o sonho burguês do final do século XIX: casada com um quadro superior num banco, tem 3 filhos e vive uma vida desafogada.
No entanto, esconde um segredo que, se descoberto, pode destruir este idílio e atirá-la para as mãos da justiça, condenando assim a família à desgraça.
O terror anunciado chegará através de um homem sinistro, impondo uma revolução indesejada, mas inevitável, na vida e na consciência desta mulher.
Levada à cena pela primeira vez em 1879, Casa de Bonecas chocou a sociedade da época pela exploração realista que faz do lugar da mulher na sociedade e na família, e pela denúncia da falsa moralidade que lhe é imposta.
A discussão em torno da ação transbordou dos palcos para os jornais e salões da época e confirmou Ibsen, obreiro de uma extraordinária modernização do teatro, como um dos dramaturgos mais influentes da literatura ocidental
. Saiba mais.



Uma vez mais, à consideração da Senhora Ministra que se ocupa da Cultura e, embora não apareça na designação do Ministério, ao mesmo tempo da IGUALDADE. Quem sabe, boa circunstância para se fazer o que ainda não foi feito ... . 


sábado, 13 de setembro de 2025

EXPOSIÇÕES | ALLEZ PARIS | do TEATRO ao RETRATO |«(...)no Arquivo Municipal de Lisboa até 20 de setembro de 2025 - com uma visita guiada pelos curadores marcada para o dia 20 de setembro, às 15 horas, bem como uma visita guiada para pessoas cegas ou com baixa visão, igualmente para o dia 20 de setembro, pelas 11:00. A entrada é livre»


 


«(...)Parece ser esta uma tendência constante nos retratos de Eurico do Vale, que oscilam habilmente entre noções de naturalidade, espontaneidade e teatralidade – como no caso da série Casamentos e Festas –, mas que não escondem preocupações mais globais de perda ou extinção que extravasam o retrato. Demonstradas no registo das alterações citadinas em séries como As Senhoras do Chiado, Lisboa anos 90, ou Lisboa Operária, que acabam por revelar, através do recurso a diferentes técnicas de fazer o retrato (na primeira uma câmara à mão, ao estilo de Cartier-Bresson ou Kertész, nas duas últimas um uso do tripé e do estúdio que invoca Félix Nadar), uma antiga Lisboa em desaparecimento face à entrada no novo milénio; ou, também, no registo dos limiares de mudança entre a infância e a adolescência como se observa na série – ainda a decorrer – intitulada Adolescentes do séc. XXI.

No segundo piso, ainda com o eco das imagens de Eurico do Vale, faz-se um contraste revelador com o trabalho de António Pedro Ferreira em Allez Paris. Embora as matrizes sejam idênticas entre estes fotógrafos, pois ambos trabalham a dimensão retratista, António Pedro Ferreira distancia-se da tónica cenográfica que caracteriza grande parte do trabalho de Eurico do Vale, consolidando uma fotografia eminentemente documental em registo direto. Allez Paris revisita as provas impressas pelo autor em 1996 (expostas coincidentemente pela primeira vez no Arquivo Municipal de Lisboa nessa altura) para oferecer uma releitura, ou atualização, deste acervo. As quarenta provas são apresentadas lado a lado, num mergulho sobre a migração portuguesa em França durante os anos 1980.
Registos precisos do quotidiano da comunidade migrante revelam Saint Denis e o Norte de Paris numa ampliação sensível, reforçada por um puctum de opostos trazido pelas dicotomias visuais presentes: a esperança de uma vida melhor, as saudades da terra natal, a precariedade existencial, e a vida em comunidade»