Helena Almeida «Pintura Habitada» (pormenor), 1976. Fotografia
e tinta acrílica. Coleção Moderna
«Esta proposta, que inclui mais
de 100 obras, está organizada cronologicamente, de 1916 a 2018, e por
tipologia, acompanhando os três pisos de exposição. No ano em que se assinalam
os 50 anos das eleições legislativas de 1969 em Portugal, que permitiram pela
primeira vez o voto sem restrições às mulheres, este percurso destaca o período
anterior e posterior à Revolução de 25 de abril de 1974 através de artistas que
de alguma forma combateram a política conservadora do Estado Novo. Paula Rego,
Clara Menéres ou Ana Hatherly preconizam esta vontade nas suas obras.
Por outro lado, esta proposta
de percurso expositivo faz parte das mudanças anuais da exposição da Coleção
Moderna, que pretendem convidar o visitante a um novo olhar sobre a coleção. As
obras expostas, que percorrem os séculos XX e XXI, são mais de 400, incluindo
aquisições recentes de Ângela Ferreira ou Grada Kilomba e também obras de Mily
Possoz ou Ofélia Marques, grande parte desconhecidas do público. Numa sala
inteiramente dedicada aos seus desenhos e bordados, a artista Maria Antónia
Siza, prematuramente desaparecida, é mostrada pela primeira vez em Lisboa na
Fundação Calouste Gulbenkian.
Ilustrações para livros e
revistas pertencentes à Biblioteca de Arte da Fundação Calouste Gulbenkian,
realizadas sobretudo nas décadas de 1920 e 1930 por artistas mulheres, são
expostas na grande vitrina do piso inferior. Também pertencentes à Biblioteca,
destacamos uma série de livros de artista de produção recente e de grande
diversidade temática, desde o foto-livro ao livro de exposição, passando pelo
livro mais matérico e serigrafado.
Com efeito, validando uma
vontade urgente que o próprio meio artístico nacional impulsiona, o crescente
número de obras de artistas mulheres que tem sido adquirido nos últimos anos
para a Coleção Moderna do Museu Calouste Gulbenkian vem, deste modo, procurar
destacar no acervo as artistas mulheres, incluindo jovens como Sara Bichão,
Mariana Gomes, Ana Cardoso, Luísa Jacinto, entre outras.
Por fim, este percurso lança
também pistas e propõe encontros tão diversos com temáticas que passam pela
autorrepresentação, a representação da mulher e de crianças, a explosão da cor,
a poesia visual, o corpo e a ausência». Saiba mais.
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Sobre esta exposição: Mulheres Artistas no Blogue Praça do Bocage.
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