sexta-feira, 20 de dezembro de 2024

«NÃO!» | ao que nos envergonha

 



Já muito foi dito sobre a intervenção policial a que se refere a
imagem que nos provoca desde logo uma reação incontrolável: lágrimas. Mas temos de ultrapassar isso para nos juntarmos - com indignação mas serenos -  a todas as ações que lutem para que não volte a acontecer. Haja Vergonha!  Notícias sobre o acontecido.





AS ARQUITECTAS |«A discussão sobre a situação das mulheres arquitectas no contexto nacional já foi iniciada, mas este é o primeiro encontro organizado pela Ordem neste âmbito»

 




Começa assim o trabalho do jornal Público:

«As arquitectas também fazem as nossas casas, e estão a mostrá-lo em Coimbra
Por agora, são apenas 7%, das cerca de 10 mil arquitectas em actividade em Portugal, as que aceitaram o repto lançado no passado mês de Julho pela Secção Regional do Centro da Ordem dos Arquitectos para mostrar os seus projectos e trabalhos na Casa das Caldeiras, em Coimbra. Mas as mulheres que integram a comissão organizadora da exposição Arquitectas da Nossa Casa, que desde o dia 26 de Outubro preenche a galeria da sede daquela secção da Ordem, afirmam-se convictas de que este é “um primeiro passo para chamar a atenção para uma realidade que tem de ser abordada no nosso país, como, de resto, já o fazem outras ordens profissionais”.
É assim que Cláudia Santos Silva e Liliana Moniz, duas das seis arquitectas que assinam esta curadoria, justificam ao PÚBLICO a pertinência do projecto Arquitectas da Nossa Casa. “A discussão sobre a situação das mulheres arquitectas no contexto nacional já foi iniciada, mas este é o primeiro encontro organizado pela Ordem neste âmbito”, nota Liliana Moniz. “Estamos aqui a dar visibilidade e reconhecimento ao trabalho das mulheres nesta profissão”, acrescenta Cláudia Santos Silva, lembrando que “a percentagem de arquitectas actualmente a exercer o ofício é praticamente igual à dos homens, andará pelos 46%”. Cita os números da OA, que soma actualmente 13 mil mulheres inscritas e dez mil a pagar quotas regularmente. (...)».


segunda-feira, 16 de dezembro de 2024

GULBENKIAN | EXPOSIÇÃO | «Narrativas do Eu, entre o público e o privado _ Livros de artistas mulheres na Coleção da Biblioteca de Arte» |31 OUT 24 - 31 MAR 25 |ENTRADA LIVRE

 

«Tendo como ponto de partida a Coleção de Livros de Artista e edição independente da Biblioteca de Arte, a exposição reflete a investigação desenvolvida no âmbito do projeto do IHA/NOVA SEED-Project | Narrativas do Eu em Livros de Artistas Mulheres. 
Estabelecendo a ponte entre a História da Arte Contemporânea e os Estudos de Género, reflete sobre a forma como as práticas artísticas feministas na área dos livros e edições de artista contribuem para a emancipação das “subjetividades femininas”, dando particular ênfase a discursos heterodoxos autorretratísticos e autobiográficos. (...)». Saiba mais.

SELMA UAMUSSE |«Ela é um abanão musical, um caso sério de atitude, garra e performance-trovoada, que se agiganta todas as vezes que solta o seu belo vozeirão»


«Selma Uamusse é sempre um acontecimento quando sobe a palco. Ela é um abanão musical, um caso sério de atitude, garra e performance-trovoada, que se agiganta todas as vezes que solta o seu belo vozeirão.

Uma voz que vai a todos os lugares que Selma quer, de Moçambique a Portugal, da electrónica de Moullinex ao clássico da pianista Maria João Pires, ao hip hop de Valete, ao indie rock de Samuel Úria, ao neoclássico de Rodrigo Leão, ao rock n´ roll de The Legendary Tigerman ou ao universo africano de BATIDA.

Autora de 2 discos em nome próprio, “Mati” (2018) e “Liwoningo” (2020), Selma está a preparar o seu disco “mais íntimo”, que conta a sua história. E aqui revela um pouco sobre ele e o que a move na música e na sua vida». Na newsletter «A Beleza  das Pequenas Coisas». Saiba mais no Podcast com o mesmo nome.


domingo, 15 de dezembro de 2024

«"As pessoas preocupavam-se mais em saber se uma mulher conseguiria fazer bem o trabalho, se seria forte o suficiente." Diz que, à sua maneira, é feminista. "Quero uma participação igual das mulheres, em todos os domínios. Defendo um feminismo que permita que homens e mulheres caminhem juntos, de forma a podermos falar de uma verdadeira igualdade entre os géneros."»

 


«Durante 16 anos, Angela Merkel assumiu o cargo de chefe do governo da Alemanha, liderou o país durante inúmeras crises e, com a sua atuação e atitude, teve um enorme impacto político e social na Alemanha e no mundo. Contudo, como é evidente, Angela Merkel não nasceu já chanceler. Nestas memórias, que redigiu em colaboração com a sua conselheira política de longa data, Beate Baumann, lança um olhar sobre a vida em dois Estados alemães — 35 anos na RDA, 35 anos na Alemanha reunificada.
Num tom intimista, até agora desconhecido, fala-nos da infância, da juventude e dos estudos superiores na RDA, bem como do dramático ano de 1989, em que se deu a queda do Muro e iniciou a sua vida política. Com este livro, permite-nos fazer parte dos seus encontros e conversas com as mais poderosas figuras mundiais e, tendo por base os mais relevantes pontos de viragem nacionais, europeus e internacionais, elucida-nos sobre a forma como foram tomadas as decisões que marcaram o nosso tempo. Liberdade oferece uma perspetiva singular dos corredores do poder — e é uma poderosa argumentação em defesa da liberdade». Veja aqui.

*
*  *


Sobre  o livro, em newsletter da EXECUTIVA:


«Quase três anos após deixar a vida política, depois de 16 a governar a Alemanha, a ex-chanceler Angela Merkel volta a estar em destaque com o lançamento mundial do seu mais recente livro de memórias Liberdade. Em 2005, fez história quando foi eleita a primeira e única mulher chanceler alemã. Venceu quatro vezes, um caso raro na esfera política. Saiu por vontade própria em 2021 e remeteu-se ao silêncio desde então. O tema da liberdade, que dá nome ao seu livro, tem sido uma constante na vida de Angela Merkel. "Tenho 70 anos e durante os 35 anos em que vivi na RDA senti falta da liberdade, mas os meus pais deram-ma em casa. Hoje, vejo que há novamente partidos e movimentos políticos que tentam restringi-la. É por isso que acredito que devemos lutar pelo valor da liberdade, que devemos repetir a cada geração que ela é algo valioso, que não pode ser tomada como garantida, que deve ser conquistada repetidamente", diz em entrevista ao El País
Filha de um pastor luterano e de uma professora de inglês, nasceu na Alemanha Ocidental, mas foi criada na Alemanha Oriental, desde os 3 anos. Formada em Física e doutorada em Química Quântica, trabalhou como cientista, durante quase duas décadas, na Academia de Ciências de Berlim. Entrou tarde na vida política, aos 35 anos, logo após a queda do Muro de Berlim, em 1989. Reconhecida pelo seu pragmatismo e capacidade de criar alianças, foi a primeira mulher e a primeira não católica a liderar o seu partido, a CDU, em 2000. Quando se tornou candidata a chanceler, cinco anos depois, percebeu que na política ser mulher não era uma vantagem. "As pessoas preocupavam-se mais em saber se uma mulher conseguiria fazer bem o trabalho, se seria forte o suficiente." Diz que, à sua maneira, é feminista. "Quero uma participação igual das mulheres, em todos os domínios. Defendo um feminismo que permita que homens e mulheres caminhem juntos, de forma a podermos falar de uma verdadeira igualdade entre os géneros."»

sexta-feira, 13 de dezembro de 2024

UM ARTIGO QUASE MANIFESTO QUE PODE SER PONTO DE PARTIDA PARA REFLETIR O PAPEL DAS MULHERES NO MUNDO DE HOJE |«2024: o reinado das mulheres num mundo pouco verde brat» |É DE MARIANA DUARTE NO JORNAL PÚBLICO

 


Como se pode ver o trabalho é «exclusivo» mas temos ideia que há possibilidades gratuitas. Ao nosso olhar,  é um artigo a não perder. Extenso, com ligações, que prende. De que precisávamos. Centra-se na música mas facilmente pode ser ampliado. Passagem:


«(...)Por um lado, é relativamente seguro afirmar que a indústria musical tem vindo a caminhar para um cenário mais equilibrado, não só em termos de género, mas também do ponto de vista racial. De acordo com um relatório publicado este ano pela Annenberg Inclusion Initiative da Universidade do Sul da Califórnia, “pelo segundo ano consecutivo a percentagem de mulheres artistas nas tabelas de popularidade aumentou após anos de estagnação”, sendo que os números actuais “ainda estão longe de representar os 50% de mulheres na população e no público melómano”.
Por outro lado, o desafio de entrar no circuito, manter um lugar e receber honorários justos continua a ser uma batalha – sobretudo na cadeia alimentar abaixo das estrelas pop e dos/as poucos/as que conseguem obter retorno financeiro em plataformas de streaming como o Spotify, cujas políticas de remuneração são, no mínimo, vampíricas. Segundo o inquérito Be The Change: Women Making Music, também deste ano, 81% das entrevistadas considera ser mais complicado para as mulheres navegar os meandros da indústria musical, identificando como principais barreiras o assédio sexual, a misoginia e o domínio masculino nos cargos de poder.
Optimismo? Pessimismo? Se sairmos da bolha – sorry not sorry, mas é nela que estamos, mesmo se ouvirmos Beyoncé ou Charli XCX todos os dias –, é difícil não ceder ao desencanto, mesmo com todas as conquistas do movimento #MeToo. À boleia da ascensão da extrema-direita, a misoginia violenta, que nunca se evaporou, está a sair da toca e dos cantos escuros da Internet.
Está a ganhar eleições, a receber palmadinhas nas costas em praça pública, a ganhar tracção no mundo digital (hoje, o mais real), do Telegram a redes sociais com o TikTok, onde se multiplicam fóruns de incels e grupos de exploração sexual ou de exposição não consentida de fotografias íntimas de mulheres. E sim, muitos dos participantes da chamada "manosfera" pertencem à Geração Z, a mesma sem a qual não teria sido possível o triunfo do brat summer desbragadamente queer e libertário, galvanizante e party animal de Charli XCX (brat significa pirralho/a, mas por causa da cantora e compositora britânica até o dicionário Collins já redefiniu o termo para “atitude confiante, independente e hedonista”). (...)».


Na nossa leitura, é mesmo bom, este trabalho. Em especial, CIG - Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género - e organizações equivalentes, não o ignorem. Na nossa avaliação bom contributo para revolucionar a intervenção, nomeadamente institucional, na esfera da(s) IGUALDADE(S). Em torno da Cultura e das Artes. Ministério da Cultura, façam a vossa parte. Voltamos a perguntar, onde temos, por exemplo, um PLANO PARA A IGUALDADE NO SETOR? O que é feito dos esforços passados nesse sentido? 

quinta-feira, 12 de dezembro de 2024

«ESF aims to build the capacity of and support grassroots LGBT+ human rights networks and organisations in sub-Saharan Africa, together with the Caribbean and the Pacific Islands, to increase their reach, effectiveness, and impact. The Fund is worth £25 million over four years»

 



De lá:

«The Baring Foundation is pleased to share that the Equal, Safe and Free Fund has awarded its first grants. 
Equal, Safe and Free is a new multi-donor Fund supported by the UK Foreign, Commonwealth and Development Office and leading private foundations (Baring Foundation, Oak Foundation, Foundation for a Just Society and Foundation for a Just Society International).

ESF aims to build the capacity of and support grassroots LGBT+ human rights networks and organisations in sub-Saharan Africa, together with the Caribbean and the Pacific Islands, to increase their reach, effectiveness, and impact. The Fund is worth £25 million over four years. (...)».


terça-feira, 10 de dezembro de 2024

QUASE DA FAMÍLIA |«é uma série sobre as mulheres que limpam e cuidam do mundo e o põem a mexer»

 



«Threats, violence and harassment against artists and authors in the Nordic countries»

 


Disponível aqui

«A vibrant cultural life with strenghtened conditions for cultural creators is a key aspect of Nordic cultural policy cooperation. This report presents a study on the prevalence of threats, violence, and harassment against artists and authors, conducted by Kulturanalys Norden in collaboration with eight artists' organisations in Denmark, Iceland, Norway, and Sweden.
The theme of the report is closely linked to artistic freedom, a central ideal in the cultural policies of the Nordic countries. A fundamental prerequisite for artistic freedom is that artists and authors can work freely without facing the risk of threats, violence, or harassment. Drawing on previous studies and new data from eight surveys, this report contributes new knowledge about the situation of artists and authors in the Nordic countries».


segunda-feira, 9 de dezembro de 2024

ANN NAPOLITANO |«Olá, Linda»

 



«Poderá o amor curar uma pessoa ferida?
Uma história comovente sobre como é possível amar alguém, não apesar de quem a pessoa é, mas por causa disso mesmo.
William Waters cresceu numa casa silenciada pela tragédia, na qual os seus pais mal conseguiam olhar para ele, muito menos amá-lo; mas quando conhece a vivaz e ambiciosa Julia Padavano, é como se o seu mundo se iluminasse. E com Julia vem a sua família, pois ela e as três irmãs são inseparáveis: Sylvie, a sonhadora, é feliz com o nariz enfiado nos livros; Cecelia é um espírito livre, apaixonado pelas artes; Emeline cuida pacientemente de todos eles. Com os Padavanos, William experimenta um novo sentimento: ter um lar, pois cada momento naquela casa é repleto de caos amoroso.
É então que a escuridão do passado de William vem à tona, colocando em risco não apenas os planos cuidadosamente pensados por Julia para o futuro de ambos, mas também a inexorável devoção das irmãs umas pelas outras. O resultado é uma desavença familiar catastrófica que muda irremediavelmente as suas vidas.
Será a inabalável lealdade que outrora os ligava forte o suficiente para voltar a reuni-los quando é mais importante?».

sábado, 7 de dezembro de 2024

TEATRO MUNICIPAL JOAQUIM BENITE | TEATRO PARA A INFÂNCIA |«Tudo tem um começo» | ATÉ 22 DEZ 2024

 


TUDO TEM UM COMEÇO

Uma criação de Pedro Proença e Teresa Gafeira

COMPANHIA DE TEATRO DE ALMADA

Ainfância, em si, é um começo, uma promessa para o desconhecido. Por isso as crianças querem conhecer, perceber, e efabulam sobre o que não conhecem. Como começou o Universo? Como apareceu de repente uma folha na terra? Como tive uma ideia?… Tudo está ligado: o começo, o crescimento, a explosão. Citemos um poema de Peter Handke, chamado Cancão da infância:

“Quando a criança era criança
Era o tempo das perguntas:
Por que é que eu sou eu, e não sou tu?
Por que é que estou aqui, e não ali?
Quando começou o tempo, e onde termina o espaço?
Não será a vida sob o sol um mero sonho?
Aquilo que vejo e oiço e cheiro,
Não será só a aparência de um mundo em frente ao mundo?”




sexta-feira, 6 de dezembro de 2024

MAIS UMA «VISITA» À TATE | veja obras da exposição «Małgorzata Mirga-Tas» | « (...) informed by a feminist perspective and a sustained engagement with her community (...)»

 



Małgorzata Mirga-Tas, Out of Egypt from the series Out of Egypt 2021. © Małgorzata Mirga-Tas. Courtesy of the artist, Frith Street Gallery, London, Foksal Gallery Foundation, Warsaw and Karma International, Zurich. Photo: Marek Gardulski.

«(...) Born in Zakopane, Poland, Mirga-Tas grew up in a Bergitka Roma community in Czarna Góra at the foot of the Tatra Mountains, where she continues to live today. Her visual storytelling is informed by a feminist perspective and a sustained engagement with her community, challenging stereotypical representations of the Roma people. She was the first Romani artist to represent a country at the Venice Biennale, and the first to have works acquired for the Tate collection.
Mirga-Tas brings attention to the everyday life of her community. She depicts family members, collaborators, historical figures, activists and artists, working from current or historic photographs. Often making together with other women, she creates patchworks of materials including clothing, curtains, tablecloths and jewellery, which are sewn together to form what she calls ‘microcarriers of history’.
She reimagines artworks from across the centuries, including some that have presented Roma identity in negative ways, which are transformed into vibrant images of strength and dignity. Mirga-Tas also looks back to specific historical moments, including the Romani Holocaust before and during the Second World War. Combining realism with visual symbols of Romani culture, her works show the Roma on their own terms – both as a contemporary community and as a people with a rich heritage. (...)». Mais aqui.

Małgorzata Mirga-Tas, Juana Vargas de las Heras, "la Macarrona" 2023. Courtesy the artist and Frith Street Gallery, London, Foksal Gallery Foundation, Warsaw and Karma International, Zurich. Photographer: José Morón.



quinta-feira, 5 de dezembro de 2024

«A COLÓNIA» | «Durante duas semanas, 18 crianças entre os 3 e os 14 anos, marcadas pela prisão dos pais e com um passado de clandestinidade e solidão, aprenderam pela primeira vez a brincar em conjunto e em liberdade»| ESTREIA HOJE | CULTURGEST |LISBOA

 



Também na plataforma SAPO: 

Após o teatro, Marco Martins vai transformar "A Colónia" num filme


O encenador e realizador falou à agência Lusa antes da estreia da peça na Culturgest, em Lisboa, que conta com presença e testemunhos de filhos de opositores da ditadura. Leia aqui

Excerto: «(...)A reportagem centra-se em duas semanas, entre julho e agosto de 1972, numa colónia de férias criada nas Caldas da Rainha, onde 18 crianças, “brutalmente marcadas pela prisão dos pais e com um passado de clandestinidade, sofrimento e solidão, aprenderam, pela primeira vez, a brincar e a ser livres”, escreveu a jornalista na reportagem.

Na base da criação da colónia esteve a Comissão Nacional de Socorro aos Presos Políticos, criada em 31 de dezembro de 1969, por um grupo de cidadãos que pretendia responsabilizar o governo e alertar a opinião pública portuguesa e internacional para a reiterada violação de direitos e liberdades fundamentais, pela PIDE/DGS, que prendia e torturava pessoas pelo simples crime de delito de pensamento.

O engenheiro e antigo presidente do Centro Católico Português, Francisco Lino Neto, o padre José da Felicidade Alves, o professor universitário Luís Lindley Cintra, a ilustradora Maria Keil, o jornalista Raul Rego, as escritoras Ilse Losa e Sophia de Mello Breyner Andresen, o ator Rogério Paulo e o engenheiro agrónomo Henrique de Barros, futuro presidente da Assembleia Constituinte, entre outros, faziam parte da Comissão que, com a Amnistia Internacional recém-criada, reuniu 18 crianças na colónia de férias naquela cidade da Região Oeste.

Na colónia trabalharam alguns católicos progressistas, como Catalina Pestana, que viria a ser provedora da Casa Pia, Felicidade Alves e Conceição Lopes, ex-monitora que entra na peça de Marco Martins. (...)».



segunda-feira, 2 de dezembro de 2024

CONVERSA NA BIBLIOTECA DE BELÉM |«A vida das mulheres em Portugal antes e depois de 25 de Abril» | COM MARIA ANTÓNIA PALLA |7 DEZ | 15:00 | LISBOA

 






AGUINALDO SILVA | «Meu Passado Me Perdoa»

 


«Recife, Colégio Americano Batista, 1957. A cena abre estas memórias de Aguinaldo Silva: é a eleição da Rainha da Primavera, quando os alunos votam a mais bela estudante. Esse ano, porém, a galhofa reina. Um a um os votos são apurados e não é uma garota a levar o prêmio. Quem "vence" o certame é um garoto de apenas treze anos, um dos alunos mais humildes da escola, que se torna objeto de chacota dos colegas. Pior ainda: perseguido e acuado no banheiro, onde apanha e sofre todo tipo de agressões, é resgatado por um pastor da instituição. Ao fugir para uma praça, é abordado por um desconhecido que promete consolá-lo daquele tumulto. O consolo infelizmente é outro. E faz com que aquele menino precise calar todas as humilhações experimentadas, sem poder dividir sua dor e vergonha com mais ninguém. Pois, se lhe perguntassem o motivo de tantas aflições, ele teria que responder: "Porque sou pobre, feio, esquisito e efeminado!".  Com a petulância benfazeja de quem traça o próprio caminho, Aguinaldo mergulha nas letras, tornando-se repórter policial, escritor precoce, editor de um pioneiro jornal gay — o Lampião da Esquina — e o novelista consagrado responsável por obras televisivas que fazem parte do imaginário de todos os brasileiros, como Roque Santeiro, Fera Ferida e Senhora do Destino. Da airosa cena gay no Recife dos anos 1960 aos inferninhos da Lapa carioca, das redações de jornal aos estúdios de televisão, estas memórias revisitam a vida de um dos grandes contadores de histórias surgidos no Brasil». Saiba mais.

«bondade»

«(...)  Não me agrada que a bondade, no século XXI, se tenha tornado numa atividade implementada após gestão do projeto, com fases, objetivos e balizas. Ser solidário com causas tornou-se o formato aceitável de bondade. A palavra não é sequer usada. Não se diz “seja bondoso com as pessoas sem abrigo”. O que se diz, é: contribua para a causa. Estamos todos a contribuir, mas na verdade ninguém faz nada. E os sem-abrigo continuam ao frio, de barriga cheia e com mais cobertores. Também contribuímos com as grandes campanhas de recolha de alimentos. Deixamos duas embalagens de massa e uma garrafa de azeite para o Banco Alimentar contra a Fome, à porta do supermercado. Somos mesmo bonzinhos!, podemos pensar, privadamente, comovidos com a nossa atitude desprendida. Mas pronto. Até à próxima campanha, está feito. Não querendo pôr em causa estas campanhas, que devem existir, cabe-me afirmar que é um exercício de bondade sem destino certo nem compromisso. Não alcançamos nada do que se seguirá. Confiamos nos outros. É uma ajuda abstrata.
Há uma outra forma de bondade que não desdenho, mas não me basta: defender causas nas redes sociais ou nas ruas. Manifestar apoio à defesa do meio ambiente, de uma sociedade sem racismo, sem especismo, sem diferenças de género e classe. É uma bondade que vai à base e está devidamente consagrada. Mas é fria. Tem um lado militar que não me agrada.
A isto acresce que cheguei há poucos dias de Paris, cidade que escolhi para passar uns dias de férias. Paris acabou por ser um enorme balde de água gelada. Um lugar desumanizado. Uma cidade que perdeu a bondade nos meandros da liberdade. Igualdade e fraternidade. (...)». Excerto da crónica de Isabela Figueiredo no semanário Expresso/Ideias desta semana. 

domingo, 1 de dezembro de 2024

O MDM _ MOVIMENTO DEMOCRÁTICO DE MULHERES | aprovou plano de ação para 2025

 


Movimento Democrático de Mulheres𝗟𝘂𝘁𝗮 𝗾𝘂𝗲 𝗨𝗻𝗲, 𝗙𝗼𝗿𝗰̧𝗮 𝗾𝘂𝗲 𝗧𝗿𝗮𝗻𝘀𝗳𝗼𝗿𝗺𝗮igualdade, direitos, justiça social e paz

_________________________________________________________


«𝗖𝗼𝗻𝘀𝗲𝗹𝗵𝗼 𝗡𝗮𝗰𝗶𝗼𝗻𝗮𝗹 𝗱𝗼 𝗠𝗗𝗠 𝗮𝗽𝗿𝗼𝘃𝗮 𝗣𝗹𝗮𝗻𝗼 𝗱𝗲 𝗔𝗰̧𝗮̃𝗼 𝗽𝗮𝗿𝗮 𝟮𝟬𝟮𝟱 𝗲 𝗰𝗼𝗻𝘃𝗼𝗰𝗮 𝗠𝗮𝗻𝗶𝗳𝗲𝘀𝘁𝗮𝗰̧𝗮̃𝗼 𝗡𝗮𝗰𝗶𝗼𝗻𝗮𝗹 𝗱𝗲 𝗠𝘂𝗹𝗵𝗲𝗿𝗲𝘀 𝗮 𝟴 𝗱𝗲 𝗠𝗮𝗿𝗰̧𝗼.
O Conselho Nacional do MDM aprovou hoje o Plano de Ação para 2025 e anunciou a realização da Manifestação Nacional de Mulheres a 8 de Março com desfiles marcados para Lisboa e Porto e em preparação em todos os distritos do país.
No ano em que se assinalam os 50 anos da primeira comemoração do dia internacional da mulher em liberdade e a manifestação do MDM realizada em 1975, entre a Praça dos Restauradores e a Praça do Comércio, em Lisboa, esse marco histórico não deixará de ser celebrado a 8 de março, dia em que as mulheres voltarão às ruas sob o lema “Luta que Une, Força que Transforma” por uma sociedade onde a igualdade seja vivida, os direitos respeitados, a justiça social uma realidade e a paz um compromisso comum». Saiba mais.







sexta-feira, 29 de novembro de 2024

«As disparidades de género no setor tecnológico são agora ainda mais acentuadas devido ao significativo gap no uso e acesso de Inteligência Artificial no trabalho»

 



Sobre o Relatório da Randstad, a que se refere a imagem,  na EXECUTIVA: 


«IA: ferramenta para a desigualdade de género? -  As disparidades de género no setor tecnológico são agora ainda mais acentuadas devido ao significativo gap no uso e acesso de Inteligência Artificial no trabalho. O novo relatório da Randstad, "Understanding Talent Scarcity: AI and Equity", citado pela Forbes, mostra que 71% dos profissionais qualificados em IA são homens, contra 29% de mulheres, representando uma diferença de 42 pontos percentuais na lacuna de género. Uma das conclusões mais preocupantes revela que as mulheres recebem frequentemente menos prioridade no acesso a ferramentas de IA no trabalho: 35%, em comparação com 41% dos homens. De destacar ainda, que as mulheres têm menos 5% de probabilidades de lhes serem oferecidas oportunidades de desenvolver competências em IA. Por outro lado, sentem-se menos confiantes (30%) do que os homens (35%) de que a formação que receberam as preparou para utilizar a tecnologia nas suas carreiras. Segundo os especialistas, esta lacuna nas competências de IA pode exacerbar as disparidades salariais e limitar a progressão na carreira das mulheres, em áreas tecnológicas. A boa notícia, revela o estudo, é que o gap da IA diminui visivelmente, mas não totalmente, para as mulheres que estão no mercado de trabalho há menos de um ano, em comparação com as profissionais com 30 ou mais anos de trabalho. Para o CEO da Randstad, Sander van 't Noordende, não há dúvida de que há sinais promissores nas gerações mais jovens, com as mulheres a adquirirem cada vez mais competências em matéria de IA e a reduzirem o diferencial de género. Mas não é suficiente, sublinha, "é urgente que as empresas ajam rapidamente, para garantir que as competências e o acesso à IA chegam a todos os grupos demográficos." ». Disponível aqui.




segunda-feira, 25 de novembro de 2024

ACABAR A VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES | «A epidemia de violência contra as mulheres e as raparigas envergonha a humanidade» - António Guterres

 

MENSAGEM PARA O DIA INTERNACIONAL PARA A ELIMINAÇÃO DA VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES | 25 de novembro de 2024

«A epidemia de violência contra as mulheres e as raparigas envergonha a humanidade.

Todos os dias, em média, 140 mulheres e raparigas são mortas por alguém da sua própria família. Cerca de uma em cada três mulheres ainda sofre de violência física ou sexual. Nenhum país ou comunidade está imune e a situação está a agravar-se.
As crises de conflitos e do clima, e a fome agravaram as desigualdades. A terrível violência sexual está a ser utilizada como arma de guerra e as mulheres e as raparigas enfrentam uma torrente de misoginia online. A situação é agravada por uma crescente reação contra os direitos das mulheres e das raparigas. Demasiadas vezes, as proteções legais são anuladas, os direitos humanos são espezinhados e os defensores dos direitos humanos das mulheres são ameaçados, assediados e mortos por denunciarem.
Há quase trinta anos que a Declaração e a Plataforma de Ação de Pequim prometeram prevenir e eliminar a violência contra mulheres e raparigas, já passou a hora de o conseguirmos».
Fonte.


*
*  *





*
*  *
Lembremos post anterior: