domingo, 15 de dezembro de 2024

«"As pessoas preocupavam-se mais em saber se uma mulher conseguiria fazer bem o trabalho, se seria forte o suficiente." Diz que, à sua maneira, é feminista. "Quero uma participação igual das mulheres, em todos os domínios. Defendo um feminismo que permita que homens e mulheres caminhem juntos, de forma a podermos falar de uma verdadeira igualdade entre os géneros."»

 


«Durante 16 anos, Angela Merkel assumiu o cargo de chefe do governo da Alemanha, liderou o país durante inúmeras crises e, com a sua atuação e atitude, teve um enorme impacto político e social na Alemanha e no mundo. Contudo, como é evidente, Angela Merkel não nasceu já chanceler. Nestas memórias, que redigiu em colaboração com a sua conselheira política de longa data, Beate Baumann, lança um olhar sobre a vida em dois Estados alemães — 35 anos na RDA, 35 anos na Alemanha reunificada.
Num tom intimista, até agora desconhecido, fala-nos da infância, da juventude e dos estudos superiores na RDA, bem como do dramático ano de 1989, em que se deu a queda do Muro e iniciou a sua vida política. Com este livro, permite-nos fazer parte dos seus encontros e conversas com as mais poderosas figuras mundiais e, tendo por base os mais relevantes pontos de viragem nacionais, europeus e internacionais, elucida-nos sobre a forma como foram tomadas as decisões que marcaram o nosso tempo. Liberdade oferece uma perspetiva singular dos corredores do poder — e é uma poderosa argumentação em defesa da liberdade». Veja aqui.

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Sobre  o livro, em newsletter da EXECUTIVA:


«Quase três anos após deixar a vida política, depois de 16 a governar a Alemanha, a ex-chanceler Angela Merkel volta a estar em destaque com o lançamento mundial do seu mais recente livro de memórias Liberdade. Em 2005, fez história quando foi eleita a primeira e única mulher chanceler alemã. Venceu quatro vezes, um caso raro na esfera política. Saiu por vontade própria em 2021 e remeteu-se ao silêncio desde então. O tema da liberdade, que dá nome ao seu livro, tem sido uma constante na vida de Angela Merkel. "Tenho 70 anos e durante os 35 anos em que vivi na RDA senti falta da liberdade, mas os meus pais deram-ma em casa. Hoje, vejo que há novamente partidos e movimentos políticos que tentam restringi-la. É por isso que acredito que devemos lutar pelo valor da liberdade, que devemos repetir a cada geração que ela é algo valioso, que não pode ser tomada como garantida, que deve ser conquistada repetidamente", diz em entrevista ao El País
Filha de um pastor luterano e de uma professora de inglês, nasceu na Alemanha Ocidental, mas foi criada na Alemanha Oriental, desde os 3 anos. Formada em Física e doutorada em Química Quântica, trabalhou como cientista, durante quase duas décadas, na Academia de Ciências de Berlim. Entrou tarde na vida política, aos 35 anos, logo após a queda do Muro de Berlim, em 1989. Reconhecida pelo seu pragmatismo e capacidade de criar alianças, foi a primeira mulher e a primeira não católica a liderar o seu partido, a CDU, em 2000. Quando se tornou candidata a chanceler, cinco anos depois, percebeu que na política ser mulher não era uma vantagem. "As pessoas preocupavam-se mais em saber se uma mulher conseguiria fazer bem o trabalho, se seria forte o suficiente." Diz que, à sua maneira, é feminista. "Quero uma participação igual das mulheres, em todos os domínios. Defendo um feminismo que permita que homens e mulheres caminhem juntos, de forma a podermos falar de uma verdadeira igualdade entre os géneros."»

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