Como se pode ver o trabalho é «exclusivo» mas temos ideia que há possibilidades gratuitas. Ao nosso olhar, é um artigo a não perder. Extenso, com ligações, que prende. De que precisávamos. Centra-se na música mas facilmente pode ser ampliado. Passagem:
Por outro lado, o desafio de entrar no circuito, manter um lugar e receber honorários justos continua a ser uma batalha – sobretudo na cadeia alimentar abaixo das estrelas pop e dos/as poucos/as que conseguem obter retorno financeiro em plataformas de streaming como o Spotify, cujas políticas de remuneração são, no mínimo, vampíricas. Segundo o inquérito Be The Change: Women Making Music, também deste ano, 81% das entrevistadas considera ser mais complicado para as mulheres navegar os meandros da indústria musical, identificando como principais barreiras o assédio sexual, a misoginia e o domínio masculino nos cargos de poder.
Optimismo? Pessimismo? Se sairmos da bolha – sorry not sorry, mas é nela que estamos, mesmo se ouvirmos Beyoncé ou Charli XCX todos os dias –, é difícil não ceder ao desencanto, mesmo com todas as conquistas do movimento #MeToo. À boleia da ascensão da extrema-direita, a misoginia violenta, que nunca se evaporou, está a sair da toca e dos cantos escuros da Internet.
Está a ganhar eleições, a receber palmadinhas nas costas em praça pública, a ganhar tracção no mundo digital (hoje, o mais real), do Telegram a redes sociais com o TikTok, onde se multiplicam fóruns de incels e grupos de exploração sexual ou de exposição não consentida de fotografias íntimas de mulheres. E sim, muitos dos participantes da chamada "manosfera" pertencem à Geração Z, a mesma sem a qual não teria sido possível o triunfo do brat summer desbragadamente queer e libertário, galvanizante e party animal de Charli XCX (brat significa pirralho/a, mas por causa da cantora e compositora britânica até o dicionário Collins já redefiniu o termo para “atitude confiante, independente e hedonista”). (...)».
Está a ganhar eleições, a receber palmadinhas nas costas em praça pública, a ganhar tracção no mundo digital (hoje, o mais real), do Telegram a redes sociais com o TikTok, onde se multiplicam fóruns de incels e grupos de exploração sexual ou de exposição não consentida de fotografias íntimas de mulheres. E sim, muitos dos participantes da chamada "manosfera" pertencem à Geração Z, a mesma sem a qual não teria sido possível o triunfo do brat summer desbragadamente queer e libertário, galvanizante e party animal de Charli XCX (brat significa pirralho/a, mas por causa da cantora e compositora britânica até o dicionário Collins já redefiniu o termo para “atitude confiante, independente e hedonista”). (...)».
Na nossa leitura, é mesmo bom, este trabalho. Em especial, CIG - Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género - e organizações equivalentes, não o ignorem. Na nossa avaliação bom contributo para revolucionar a intervenção, nomeadamente institucional, na esfera da(s) IGUALDADE(S). Em torno da Cultura e das Artes. Ministério da Cultura, façam a vossa parte. Voltamos a perguntar, onde temos, por exemplo, um PLANO PARA A IGUALDADE NO SETOR? O que é feito dos esforços passados nesse sentido?
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