sábado, 1 de março de 2025

NÃO PODEMOS IGNORAR |«“Estamos a falar de menores muito jovens, de 10, 11, 12 anos”, refere, acrescentando que associados estão crimes como servidão e escravidão doméstica, abuso sexual ou casamento forçado. “Durante este período de exploração há violações constantes, surgem gravidezes, por vezes precoces e na adolescência, que acontecem sucessivamente»

 



Da notícia da imagem  no semanário Expresso desta semana:


«(...) Na rota do tráfico

São sobretudo menores, de nacionalidade romena e maioritariamente do sexo feminino as principais vítimas das redes de tráfico humano forçadas à prática de mendicidade em Portugal, diz Marta Pereira, coordenadora nacional das respostas de assistência a vítimas de tráfico de seres humanos da Associação para o Planeamento da Família (APF). Ainda assim, recusa traçar um perfil-tipo das vítimas porque as redes e formas de operação “estão sempre a mudar”.

“Estamos a falar de menores muito jovens, de 10, 11, 12 anos”, refere, acrescentando que associados estão crimes como servidão e escravidão doméstica, abuso sexual ou casamento forçado. “Durante este período de exploração há violações constantes, surgem gravidezes, por vezes precoces e na adolescência, que acontecem sucessivamente. Paralelamente a esta exploração há ainda os bebés dessas gravidezes. Portanto, uma só pessoa tem muita rentabilidade nas mãos destes exploradores.”

Marta Pereira relata que Portugal é também país de origem de vítimas, com cidadãos portugueses (menores e adultos) a serem levados para o estrangeiro em situações de exploração, e de local de passagem para fazer chegar as vítimas a outros territórios. “Portugal é um país na rota do tráfico.”

Foi neste contexto que uma rapariga romena de 15 anos foi sinalizada numa rua de Viseu em 2019. Foi levada pelas autoridades e internada na maternidade Júlio Dinis, mas antes mesmo de entrar em trabalho de parto foi retirada do hospital por duas mulheres já identificadas que pertencem à rede de tráfico. Seis anos depois, foi encontrada na Geórgia, sem o bebé».

 


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