SINOPSE
Esta é a história da ascensão e queda de uma Corte
iluminada pela presença de mulheres leitoras, amantes de livros, apaixonadas
pela improvisação poética, cantoras afeiçoadas aos bailes, exímias dançarinas,
mulheres cuja vida se compreende entre os reinados de Manuel I e Sebastião
(1495-1578). Mulheres escritoras, rodopiando em salas, tocando alaúde,
improvisando versos, dando conselhos a ministros e embaixadores, argumentando
diante dos doutores, organizando a biblioteca das rainhas e princesas.
Influenciadas pela Itália renascentista, combateram a favor de uma religião do
espírito, colocando no centro do debate a ascensão da mulher e a crítica do
poder, o raciocínio sobre o amor e o desejo. Durante vinte anos, os salões
animaram-se com os apaixonados, desesperados perante o comando feminino da
literatura. Os poetas rastejaram, perderam olhos e braços, entraram para
conventos, fugiram para a Ásia, soçobraram perante os desafios do amor,
enquanto as mulheres envelheciam, condenadas a uma solidão imposta, fechando a
mente e o corpo em salas cobertas de luto.
Mas enquanto a Corte das Mulheres existiu, brilharam a erudição de Joana Vaz,
Públia Hortênsia de Castro e Luísa Sigeia, a música de Paula Vicente, o
comportamento irónico e provocador de Francisca de Aragão e Guiomar de
Blaesvelt, assim como os versos de Camões, Jorge de Montemor e Francisco de
Morais, lidos por Cervantes, Lope de Vega e Shakespeare. Naquele tempo, os
livros de amor gravitaram em torno da infanta Maria e da princesa Joana de
Áustria, num exuberante mundo feminino prestes a nascer. O que aconteceu a esse
século de ouro? - Saiba mais.

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