quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021

ARTE CAPITAL | MARC LENOT | «É uma excelente iniciativa este livro sobre mulheres fotógrafas editado na Textuel por Marie Robert e Luce Lebart: ninguém pode contestar que as mulheres fotógrafas não são suficientemente conhecidas, não são visíveis o suficiente e que, para corrigir esta situação, merecem exposições em museus, livros e revistas»

 


Veja  na Textuel, aqui


E na ARTE CAPITAL: 

MARC LENOT |

UMA HISTÓRIA DE MULHERES FOTÓGRAFAS, ESCRITA POR MULHERES. CRÍTICA POR UM HOMEM.

«É uma excelente iniciativa este livro sobre mulheres fotógrafas editado na Textuel por Marie Robert e Luce Lebart: ninguém pode contestar que as mulheres fotógrafas não são suficientemente conhecidas, não são visíveis o suficiente e que, para corrigir esta situação, merecem exposições em museus, livros e revistas. A primeira exposição coletiva no mundo de fotógrafas femininas teve lugar há 115 anos em Hartford, Connecticut, em abril de 1906; mais tarde, houve a exposição fundadora de Margery Mann e Anne Noggle no SFMoMA em 1975. A primeira exposição dedicada a mulheres fotógrafas na Europa foi na Pinakothek de Munique, em 2008, e a primeira em França, em 2009, na Gulbenkian Paris, uma notável exposição com uma centena de mulheres fotógrafas (ao mesmo tempo que elles@centrepompidou, no entanto, apenas 15 das 100 mulheres expostas na Gulbenkian estavam representadas no Pompidou, com uma seleção mais francesa), mas que, curiosamente, teve muito pouco eco (provavelmente este assunto não era visto na altura como um assunto interessante, nem militante; confesso não a ter visto na altura, só mais tarde a ter descoberto, através de amigos portugueses, pelo seu excelente catálogo), seguido por esta, muito mais divulgada, na Orangerie e Orsay em 2015 (mais de 150 artistas). As mulheres fotógrafas merecem revistas como a Femmes Photographes e a edição especial da Katalog, e livros como este: não há muito mais em francês, ao contrário da profusão de livros em inglês; demasiadas vezes, em França, preocupamo-nos apenas com as estatísticas brutas que contabilizam publicações, menções na imprensa e presenças em exposições e festivais, sem as acompanharmos com uma reflexão substancial. A bibliografia, muito bem feita, enumera 150 livros: apenas quinze estão em francês (incluindo traduções), mas quase 120 em inglês. Este grande livro (500 páginas) apresenta monografias curtas (uma página, uma imagem) sobre mais de 300 fotógrafas, desde o princípio da fotografia (Anna Atkins, nascida no século XVIII) até hoje (a mais jovem, Newsha Tavakolian, tem 40 anos); a ordem é cronológica (ano de nascimento), e um índice permite recuperar a ordem alfabética. Note a diferença entre as duas primeiras imagens: a escolhida para a capa (será um manifesto subliminar?) apontando a sua arma ao leitor, é possível ser vista como a marca da violência agressiva, enquanto a da fotógrafa mais jovem (Portrait de Negin à Téhéran, 2010) prefere denotar uma atitude calma e assertiva de defesa contra a violência. Duas facetas, dois estilos. (...)». Continue a ler, não perca.





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