quarta-feira, 17 de fevereiro de 2021

Para cuidar o futuro de Carmem Dolores em nós ...

 



Sinopse

«Nunca pensei escrever um segundo livro de memórias, embora o primeiro tivesse como título Retrato inacabado. No entanto, o tempo foi passando e comecei a anotar numa espécie de diário o que me ia acontecendo, o que ia observando, o que me despertava mais interesse… e assim surgiu este No palco da memória, para que fique um registo daquela que ainda sou, uma referência aos trabalhos em que fui participando, e até um recordar do que se escreveu a meu respeito.»
Eis uma voz única, a de Carmen Dolores, que nos entrega aqui, desta vez por escrito, um testemunho precioso de uma longa vida em que o Teatro desempenhou um papel decisivo. Cruzamento de passado e presente, de memórias e vida, de vozes e de silêncios, esta é também a história de uma mulher e do seu tempo, história que ela tornou exemplar pelo empenho e sensibilidade com que sempre a viveu. Saiba mais.

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Este post porque ontem a triste notícia: morreu Carmem Dolores.





1 comentário:

  1. Morreu Carmen Dolores,uma das maiores actrizes de teatro da sua geração. Senhora de uma voz inconfundível e de uma forma de representar sempre diferente e inconfundível. Carmem para além de ser uma actriz que deixou a sua marca e nos fez viver momentos extraordinários com a sua presença nos palcos, era uma mulher muito especial, de uma enorme generosidade e sempre pronta a ajudar os outros. A sua sensibilidade permitia-lhe compreender rapidamente quando alguém necessitava do seu apoio e de imediato o oferecia com uma tal discrição que nos deixava surpreendidos. Dotada de uma simplicidade e de uma modéstia excessiva também sabia ser irónica quando alguém tinha pretensões de ser diva, pois nunca conseguiu perceber essa atitude. Carmen deixa-nos uma obra notável não só teatral (no palco e na escrita), como no cinema, na poesia, no teatro radiofónico. Tinha a noção da importância das memórias e do mesmo modo que um historiador, sempre teve a preocupação de contextualizar os seus escritos. É com grande saudade que a recordo sempre cheia de novos planos de escrita, dizendo-me que se calhar já não ia ter tempo de escrever várias coisas que tenha em mente. Adeus, Carmen e que a terra lhe seja leve.

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