segunda-feira, 8 de fevereiro de 2021

MANUELA HARGREAVES|«Mulheres e Cultura Artística em Portugal»

 


SINOPSE

A investigação baseou-se em dezassete entrevistas presenciais, a mulheres cujo papel desempenhado no âmbito da direção de fundações, museus, galerias, ensino superior, crítica, curadoria e colecionismo de arte marcou a dinâmica cultural e artística entre a década de 1960 e a atualidade.
Fruto desta investigação, estabeleceu-se um quadro de compreensão da presença da mulher nas práticas discursivas e institucionais, permitindo uma releitura do domínio artístico em Portugal neste período, colocando-o a par de outros países no que concerne a estudos de género.

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O que  sobre o livro escreveu Valdemar Cruz no semanário Expresso desta semana:

«Em 1943, a galeria de Peggy Guggen­heim organizou, com Marcel Duchamp, uma inovadora exposição com 31 artistas mulheres. Ao fazê-lo, marcava uma posição e lançava uma questão perturbadora para o interior da arte de vanguarda: estariam as mulheres condenadas ao papel de musas, quase sempre reduzidas a objeto no qual incide a voluptuosidade do olhar masculino? A questão atravessa como lâmina cortante grande parte deste intenso e fundamental trabalho de Manuela Hargreaves, apostado em analisar e problematizar o papel das mulheres numa nova perceção da história da arte contemporânea em Portugal e também na construção das práticas discursivas das principais instituições culturais portuguesas a partir dos anos de 1960. O longo, penoso, quase sempre difícil percurso das mulheres na luta pela eliminação das desigualdades mantém uma atualidade perversa, não obstante os óbvios progressos conseguidos nas últimas décadas. Ao concentrar-se no percurso e na intervenção das mulheres no campo exterior à criação artística, a autora abre caminho para uma melhor compreensão do modo como, sem perder de vista o carácter ainda excecional de cada caso, algumas mulheres conseguiram impor-se como curadoras, colecionadoras, galeristas, críticas de arte ou investigadoras, num processo que, tardio em Portugal, acompanha as transformações antes iniciadas noutras partes do globo. Com uma investigação baseada em 17 entrevistas presenciais a mulheres ligadas à direção de fundações, museus, galerias, ensino superior, crítica, colecionismo e curadoria, a autora apresenta ainda a singularidade de casos como os de Dulce d’Agro, Salette Tavares, Ana Hatherly, Etheline Rosas, Maria Nobre Franco e Madalena Azeredo Perdigão, que em tempos diferentes deram contributos essenciais para o esboço de um ideal de participação paritária da mulher na vida cultural e artística em Portugal». / VALDEMAR CRUZ».



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