«Jane Russell foi um dos maiores símbolos sexuais do cinema americano dos anos quarenta
e cinquenta. A sua entrada no cinema foi um caso famoso: THE OUTLAW, em 1943, que
Howard Hughes, completamente fascinado por Jane, quis construir em torno dos atributos
físicos da atriz, com isso desafiando os puritanos cânones da censura americana e, mais
precisamente, do código Hays. Nesses primeiros anos da década de 40, com a guerra a
rugir na Europa e no Pacífico, Russell ficou célebre como pin up, adorada pelo soldados
americanos estacionados pelo mundo fora. Como se tivesse querido dissipar o escândalo (e o
exagero) de THE OUTLAW, foi só depois da guerra que a sua carreira cinematográfica verdadeiramente
arrancou, primeiro na comédia (como “sidekick” de Bob Hope em THE PALEFACE) e depois numa série
de géneros, mais dramáticos ou mais cómicos e, inclusivamente, musicais. E foi então que o seu
talento e a sua versatilidade explodiram e se tornaram evidentes, sobretudo a partir de HIS KIND OF
WOMAN, de John Farrow, para uma carreira relativamente curta (no final dos anos cinquenta deixou
de trabalhar regularmente em cinema, passando a participações raras e muito espaçadas no tempo)
mas bafejada por um conjunto de belíssimos filmes. Os de Walsh (sobretudo THE REVOLT OF MAMIE
STOVER, quase um anti-OUTLAW, que exibimos em abril na sessão de antecipação deste Ciclo), os de
Nicholas Ray, o de Dwan e, muito especialmente, o de Hawks, GENTLEMEN PREFER BLONDES, que a juntou
a Marilyn Monroe para um despique entre as duas vedetas femininas mais populares da altura.
Nascida a 21 de junho de 1921, Russell morreu em 2011, a semanas de completar 90 anos. No princípio
da década de 1990 veio a Portugal a convite do Festroia e nessa ocasião esteve também aqui,
nestas salas da Barata Salgueiro onde este mês o seu hot blood tomará conta do ecrã».
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