quarta-feira, 16 de junho de 2021

«O PCP e a emancipação da mulher»

 



«(...)Permitam-me uma palavra para evidenciar o contributo de Álvaro Cunhal, nesta luta pela emancipação da mulher, desde logo e muito cedo com a sua tese o «Aborto, causas e soluções» defendida em 1940, e posteriormente como dirigente do Partido, o seu contributo no plano teórico e prático para a acção do Partido, o que é exemplificado na Conferência «A Emancipação da Mulher no Portugal de Abril» que agora faz todo sentido recordar: «Como a conferência testemunha o nosso Partido está profundamente empenhado na defesa dos direitos das mulheres e na luta pela sua emancipação. A acção das mulheres é porém um elemento fundamental do processo. Nós dizemos às mulheres e em primeiro lugar às mulheres trabalhadoras que têm no PCP um firme e permanente defensor dos seus interesses, direitos, aspirações e objectivos. Mas, ao mesmo tempo, lançamos um apelo: Mulher! Toma nas próprias mãos a conquista dos teus direitos! Isto é: organiza-te, participa activamente nos sindicatos e em outras organizações unitárias, avança as tuas reclamações e objectivos, luta por eles, mobiliza as massas femininas para a luta.»
Às mulheres comunistas atribuímos uma especial responsabilidade na condução da acção e intervenção geral no Partido e em particular e com grande relevo também na sua ligação às mulheres, aos seus problemas específicos, à sua luta, dando atenção ao conhecimento dos seus problemas e anseios, à sua mudança de pensar e de agir, e no incutir a confiança no valor insubstituível da sua luta organizada, quer para a satisfação das reivindicações que são comuns aos trabalhadores e ao povo, de que são parte integrante, quer na exigência de erradicação das desigualdades, discriminações e violências que as afectam no trabalho, na família, na vida social, política e cultural. 
No PCP, os direitos das mulheres e a sua emancipação são uma responsabilidade de todos os militantes – mulheres e homens – aos diversos níveis da vida partidária, no trabalho institucional, na Assembleia da República, nas Autarquias ou no Parlamento Europeu. Porque tal é inerente à natureza e projecto deste Partido. Como tal, o nosso papel de vanguarda na luta emancipadora das mulheres não é uma proclamação de retórica política, nem tão pouco se alimenta do património de acção e luta recebido por gerações de mulheres e homens comunistas. É um exercício prático que temos de fazer a todos os níveis, corrigindo insuficiências, valorizando o que alguns teimam em apagar ou em deturpar, intervindo sobre a realidade para a sua transformação, dialogando e cooperando com todos aqueles e aquelas que defendem os direitos das mulheres, na lei e na vida. (...)»




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Atualizado


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