A missão dos Olhares do Mediterrâneo é promover a produção cinematográfica das mulheres que trabalham nos países à volta do Mediterrâneo. As mulheres entram no Festival como fazedoras de cinema (realizadoras, argumentistas, produtoras, montadoras, etc.), não necessariamente como protagonistas dos filmes, porque é grande a variedade de temas que as cineastas querem abordar. Porém, este ano, as mulheres são também protagonistas de muitas das histórias que recebemos e, portanto, vos apresentamos.
Histórias de resiliência, resistência e reivindicações. Histórias de mulheres que não querem ficar quietas e caladas no lugar que a sociedade ou a contingência lhes quiseram definir. Mulheres que olham para si e para o mundo, que interrogam e desafiam a realidade à sua volta, que criam laços, saltam fronteiras e transmitem heranças. Mulheres que se dão a ver e falam alto (e às vezes cantam). Mulheres cujo corpo às vezes se transforma em obras de arte que desafiam o patriarcado.
Não faltam, na programação, histórias mais íntimas, de relações e laços familiares emaranhados, às vezes melancólicos, de amores complicados, com desfechos sombrios ou divertidos. Mas nunca perdemos de vista a vastidão do mundo e das histórias que nele, e fora dele, cabem. Assim, este ano também apresentamos histórias migrantes, que saem de uma ponta do Mediterrâneo para chegar ao Atlântico, passando por Urano. Histórias de fronteiras, reais e simbólicas, de prisões com grades ou a céu aberto, histórias com finais felizes e dramas sem fim à vista. Contamos o mundo, observado pelas mulheres do Mediterrâneo, de olhos bem abertos».
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