«Sempre foi um trabalho feito por homens, mas a falta de mão de obra
masculina levou a que muitas mulheres se tornassem trepadoras de coqueiros, no
estado de Kerala, no Sul da Índia, onde toda a economia gira em torno da
indústria do coco. As trepadoras, ou maram keri,
que significa "mulher que ousa quebrar as regras" já representam 10%
da força de trabalho, graças ao programa criado pelo ministério da
Agricultura, o Friends of Coconuts, em 2011, que começou por ensinar
mais de 5 mil desempregados entre os 18 e os 40 anos a subir aos coqueiros,
tendo nos últimos anos gerado empregos a 68 mil pessoas, divulga o El País.
"Isso abre as portas a muitas mulheres desempregadas para realizarem este
trabalho, que normalmente está limitado aos homens. Cada vez mais mulheres
estão a aceitar o desafio e a contribuir para a economia familiar", diz
Mini Mathew, da agência governamental Coconut Development Board. Os
salários das mulheres rondam as 15 a 25 rúpias (17 a 28 cêntimos de euro) por
árvore, dependendo da altura, enquanto um salário médio no sector agrícola em
Kerala ronda as 840 rúpias, cerca de 9,3 euros. Paralelamente, este programa
proporciona formação para melhorar as competências de liderança e comunicação e
capacitar outras mulheres. "Cheguei a trepar a 30 árvores por dia",
conta Sugunan, de 47 anos, que aprendeu com o pai, ainda adolescente, a subir
aos coqueiros para o substituir quando ele não conseguisse. Suni Lee, de 53
anos, que se juntou recentemente ao programa e foi a primeira mulher da sua
turma, revela com orgulho "não estar dependente de nenhum homem para as
minhas necessidades. Aprendi e não só consegui colher os meus próprios frutos
para ter água de coco, como também criei um centro de formação onde ensinei
outros a fazê-lo, tanto homens como mulheres." » - da Newsletter da EXECUTIVA -12/01/2023.
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