sexta-feira, 14 de junho de 2024

«femicídio»

 


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Não há forma de os números chegarem a zero. Em média, cinco mulheres ou meninas são mortas, por hora, no mundo, por alguém da sua família, de acordo com dados das Nações Unidas, divulgados pelo The Conversation. Frequentemente, estes homicídios estão ligados ao facto de serem mulheres. Alguns países estão a aprovar leis para criminalizar especificamente o femicídio, um ato de extrema violência à escala global contra mulheres e meninas, que apesar de na sua maioria ser um crime praticado pelo parceiro ou familiares, muitas vezes, ocorre para além da esfera privada. 

África registou o maior número absoluto de homicídios relacionados com parceiros e familiares de mulheres, segundo um relatório de 2022 das Nações Unidas, com cerca de 20 mil vítimas; seguida de 18 400 na Ásia; 7900 nas Américas; 2300 na Europa; e 200 na Oceânia.   
A Costa Rica foi o primeiro país a aprovar uma lei que tornou o femicídio num crime legalmente definido, em 2007, punível com 20 a 35 anos de prisão. Chipre integrou, em 2022, o femicídio como um crime distinto e um fator agravante na imposição de penas. Nesse mesmo ano, o exemplo foi seguido por Malta, onde este crime pode levar a prisão perpétua. Em 18 dos 33 países da América Latina e Caraíbas foi criada uma legislação que classifica o femicídio como um crime de ódio distinto. A Croácia é o mais recente país a integrar o femicídio como um crime autónomo punível com dez ou mais anos de prisão. 

Mais de uma década depois da ONU ter introduzido uma diretiva, em 2013, apelando aos Estados para tomarem medidas contra homicídios de mulheres e meninas com base no género, as leis, por si só, têm-se revelado insuficientes para reduzir o femicídio, como revela um relatório da Queen Mary University of London, que usou como caso de estudo o México. Um dos principais problemas é a inexatidão dos números, uma vez que apenas são contabilizadas como femicídio as mortes perpetuadas por companheiros ou familiares, quando muitas delas são resultado de mutilações genitais, crimes de ódio ou violações».  Recorte da Newsletter  da Executiva desta semana.
 







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