«Caro leitor,
no dia em que Daniela Martins, a mãe das duas crianças que deram título ao 'caso gémeas', foi ouvida na Assembleia da República, senti o que qualquer pessoa normal sente perante uma mãe em sofrimento a ter que responder a um político sanguessuga e cheguei a pensar num Alka-Seltzer para ajudar a digerir o incómodo. O refluxo máximo foi quando André Ventura quis repetir a exibição do vídeo que já excitou semanas de sessões contínuas nas televisões e nas redes sociais, com as crianças visíveis e a mãe a falar de um “pistolão”, mas as cambalhotas a que assisti nos últimos dias, como se a mãe que fez o que qualquer mãe faria tivesse apagado as suspeitas de que alguém com responsabilidades fez o que não devia ter feito, também me sensibilizaram bastante o estômago. (...)»*
* *
O excerto acima é isso mesmo, um excerto. De um texto que é só para assinantes - daí apenas aquela passagem - mas a que recorremos para nos associarmos à náusea que aquela audição também nos provocou ... Se puder leia o texto na integra. Pois é, a produção jornalística quando nasce não é para todos. É a vida, é assim que estamos organizados, ainda não conseguimos melhor. Pegando nas palavras com que a jornalista termina o seu trabalho: TENHAMOS ESPERANÇA. A confirmá-lo mais este recorte: «(...) Se não ficarmos a saber tudo, não estranhem. Também nunca soubemos
quem verdadeiramente mandou chamar o SIS para resgatar um computador
teoricamente roubado do Ministério de Galamba. Mas foi nessa comissão de
inquérito que nos caiu na sopa a confissão daquele governante de Costa que
queria desviar um avião para agradar a Marcelo porque sem o apoio dele estavam
tramados.
Tenhamos
esperança».
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