terça-feira, 9 de julho de 2024

«Batom vermelho, o superpoder das mulheres»

 



Batom vermelho, o superpoder das mulheres


«Icónico e intemporal, o batom vermelho é muito mais do que um produto de beleza. Algumas mulheres usaram-no para definir o seu lugar no mundo, enquanto outras fizeram uso dele para ganharem coragem e quebrar estereótipos. Ao longo dos séculos, o batom vermelho tem tido vários significados, como destaca o National Geographic

Talvez uma das primeiras mulheres a usá-lo, de que há registo, foi a rainha Puabi da Mesopotâmia que, em 3500 a.C., aplicou nos lábios uma mistura de chumbo branco e pedras vermelhas esmagadas como símbolo do seu status e poder. A tendência pegou e enquanto no Egipto era usado em exclusivo pela alta elite, liderada por Cléopatra, que dava cor aos lábios com um pigmento vermelho extraído dos insetos cochonilha, na Grécia antiga os lábios vermelhos eram associados a prostitutas. No Império Romano, voltou a ser um símbolo de poder, mas durante a Idade Média foi proibido e considerado imoral pela Igreja Católica e o seu uso apenas restrito às prostitutas. Só voltou a ganhar estatuto com Isabel I, fã dos lábios bem vermelhos, a contrastar com a sua pele pálida. Na Inglaterra do século XVII acreditava-se que o batom vermelho tinha o poder de repelir espíritos maléficos. Ganhou popularidade e um novo significado na década de 1920, durante o movimento sufragista nos EUA, quando Elisabeth Arden, dona da marca de cosmética com o próprio nome, distribuía batons vermelhos a todas as mulheres que enchiam as ruas, tornando este produto num símbolo de independência e rebeldia. Nem com a Grande Depressão as vendas desceram e os economistas chamaram-lhe 'o efeito batom', para explicar que em períodos de crise social e económica as mulheres continuavam a comprar produtos que as fizessem sentir-se bem consigo próprias. Durante a Segunda Guerra Mundial, o batom vermelho teve um novo momento de fama, quando Hitler declarou odiar esta cor nos lábios. Nos países aliados utilizar batom encarnado tornou-se não só um símbolo de luta contra o nazismo, como obrigatório para as mulheres que se queriam juntar às forças militares aliadas. O ousado batom vermelho continuou a ser uma escolha clássica no pós-guerra, com as divas de Hollywood a incentivarem as mulheres a copiarem o look. Marilyn Monroe fazia questão de usar cinco camadas de batom, para garantir a intensidade da cor, o que se tornou na sua imagem de marca. Madonna, nos anos 80, usou e abusou dele. A partir daqui, tornou-se intemporal, tendo sido a arma secreta de milhares de mulheres no Chile que, em 2019, segundo o The Independent, usaram batom vermelho para denunciar a violência sexual, provando que os lábios vermelhos nunca saíram de moda».        

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na Newsletter de 5 JUL 2024 da EXECUTIVA 
 

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