«Icónico e intemporal, o batom vermelho é muito mais
do que um produto de beleza. Algumas mulheres usaram-no para definir o
seu lugar no mundo, enquanto outras fizeram uso dele para ganharem
coragem e quebrar estereótipos. Ao longo dos séculos, o batom
vermelho tem tido vários significados, como destaca o National
Geographic.
Talvez
uma das primeiras mulheres a usá-lo, de que há registo, foi a rainha
Puabi da Mesopotâmia que, em 3500 a.C., aplicou nos lábios uma mistura de
chumbo branco e pedras vermelhas esmagadas como símbolo do seu status
e poder. A tendência pegou e enquanto no Egipto era usado em exclusivo
pela alta elite, liderada por Cléopatra, que dava cor aos lábios com um
pigmento vermelho extraído dos insetos cochonilha, na Grécia antiga os
lábios vermelhos eram associados a prostitutas. No Império Romano, voltou
a ser um símbolo de poder, mas durante a Idade Média foi proibido e
considerado imoral pela Igreja Católica e o seu uso apenas restrito às prostitutas.
Só voltou a ganhar estatuto com Isabel I, fã dos lábios bem vermelhos, a
contrastar com a sua pele pálida. Na Inglaterra do século XVII
acreditava-se que o batom vermelho tinha o poder de repelir espíritos
maléficos. Ganhou popularidade e um novo significado na década de 1920,
durante o movimento sufragista nos EUA, quando Elisabeth Arden, dona da
marca de cosmética com o próprio nome, distribuía batons vermelhos a
todas as mulheres que enchiam as ruas, tornando este produto num símbolo
de independência e rebeldia. Nem com a Grande Depressão as vendas
desceram e os economistas chamaram-lhe 'o efeito batom', para explicar
que em períodos de crise social e económica as mulheres continuavam a
comprar produtos que as fizessem sentir-se bem consigo próprias. Durante
a Segunda Guerra Mundial, o batom vermelho teve um novo momento de fama,
quando Hitler declarou odiar esta cor nos lábios. Nos países aliados
utilizar batom encarnado tornou-se não só um símbolo de luta contra o
nazismo, como obrigatório para as mulheres que se queriam juntar às
forças militares aliadas. O ousado batom vermelho continuou a ser uma
escolha clássica no pós-guerra, com as divas de Hollywood a incentivarem
as mulheres a copiarem o look. Marilyn Monroe fazia questão de
usar cinco camadas de batom, para garantir a intensidade da cor, o que se
tornou na sua imagem de marca. Madonna, nos anos 80, usou e abusou dele.
A partir daqui, tornou-se intemporal, tendo sido a arma secreta de
milhares de mulheres no Chile que, em 2019, segundo o The Independent,
usaram batom vermelho para denunciar a violência
sexual, provando que os lábios vermelhos nunca saíram de moda».
_________________na Newsletter de 5 JUL 2024 da EXECUTIVA
|
Sem comentários:
Enviar um comentário