sábado, 13 de julho de 2024

«É no cimo da vila, onde já se adivinha só existir floresta, que surge a Secundária de Vouzela. (...)»

 



Se puder não perca o trabalho a que se refere a imagem. Começa assim (o destacado é nosso):



Éno cimo da vila, onde já se adivinha só existir floresta, que surge a Secundária de Vouzela. Envolto em verde, o edifício recém-remodelado oferece um ar novo à escola pública com melhores notas nos exames do secundário de 2023. Ali impera o silêncio. Ao redor, não há nada. Existem quatro blocos e um átrio com matraquilhos e pingue-pongue e um toldo colorido onde todos os 390 alunos, do 7º ao 12º ano, se vão encontrando. Há também poemas espalhados pelos corredores. No bloco principal, versos de Sophia de Mello Breyner enchem as escadas. E enquanto Cesariny e Eça coloram o átrio, a meio de outra escadaria surge um verso de Saramago: “Não tenhamos pressa, mas não percamos tempo.”

“Somos uma escola colorida”, diz José Alberto Pereira, o diretor e ali professor há 31 anos. Não esconde o orgulho da distinção, sobretudo num meio rural onde a interioridade se sente — “e muito”, reforça Maria Almeida, professora de Português. Mede-se pela área de abrangência da escola, que alberga aldeias distantes, e pelo tempo que alguns alunos demoram a chegar de autocarro — “alguns uma hora”. Mede-se pelas condições das famílias, quando um em cada quatro alunos são desfavorecidos. E pela falta de acesso, por exemplo, a visitas de estudo. “Para irmos ao Convento de Mafra, visita integrada no estudo de ‘O Memorial do Convento’, pediram-nos mais de €70 por aluno de transporte, no ano passado. Para alguns destes miúdos é impossível”, exemplifica a professora. (...)

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Sim, reparámos no que destacámos, e certamente acontecerá com outros/as. E alinhando-se com quem questiona os rankings não queremos contudo deixar de nos associarmos «à festa» de Vouzela. Mas, ainda: observar  como as desigualdades começam cedo, não havendo elevador social que as neutralize ... Haverá sempre exceções   




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