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«(...) A maioria dos órgãos de poder tem, assim, cerca de um terço de mulheres, embora a representação das mulheres em quatro das instâncias (sobretudo tribunais) alcance ou ultrapasse o limiar de 40%. E, não só as mulheres estão em minoria nos cargos de topo, como existem órgãos que ainda ficam muito abaixo deste patamar. É o caso do Conselho Superior de Defesa Nacional que, em 20 membros (a contar com o Presidente), tem só duas mulheres, a ministra da Administração Interna e a ministra do Ambiente e Energia (10%).
O problema está relacionado, tal como no Conselho de Estado, com o facto de o Parlamento só eleger homens para estes órgãos e de a maioria dos membros (neste caso, 16) serem eleitos por inerência quando os cargos de poder (como os dos ministros, do chefe de Estado-Maior-General das Forças Armadas, dos representantes da República das regiões autónomas ou dos presidentes dos governos regionais) são, na sua maioria, ocupados por homens».
SINOPSE
Um retrato íntimo de uma mulher num jogo de perigos e,
ao mesmo tempo, o épico de uma nação dividida pela guerra e fraturada pela
política de uma geração que se fez do sonho de um mundo melhor e que se perdeu
no campo de batalha. As mulheres também podem ser heroínas. Quando a estudante
de Enfermagem de vinte anos Frances «Frankie» McGrath ouve estas inesperadas
palavras, tudo muda.
Criada num cenário idílico da costa da Califórnia e protegida pelos pais
conservadores, sempre se orgulhou de fazer as escolhas certas, ser uma boa
rapariga. Mas em 1965 o mundo está a mudar, e também ela imagina escolhas
diferentes para si. Quando o seu irmão é destacado para a Guerra do Vietname,
Frankie alista-se também no Corpo de Enfermagem do Exército norte-americano.
Tão inexperiente como os homens enviados para combate do outro lado do mundo,
Frankie sente-se esmagada pelo caos, pelo sofrimento e pela destruição
provocados pela guerra, e pelos sentimentos inesperados que a invadem no
regresso a uma América diferente e dividida.
As Mulheres conta a história de uma mulher que viu a guerra, mas desvenda
igualmente a história de todas as mulheres que enfrentam o perigo para ajudar
os outros. Mulheres cujo sacrifício e compromisso é, muitas vezes, esquecido.
Este é um romance fulgurante e belíssimo, uma narrativa profundamente emotiva
com uma heroína memorável, cujo idealismo e coragem extraordinários definiram
uma geração. Saiba mais.
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As praças de
Lisboa junto ao ouvido
Passeio Sonoro
Pelas praças da
Figueira, Martim Moniz e Chile, a antropóloga Filomena Silvano guia-nos por
pequenos mundos dentro da cidade, pessoas que são histórias únicas, que se
desdobram em descrições meticulosas dos objectos, cores, cheiros que evocam
culturas que se entrelaçam. Um olhar para saborear durante uma caminhada de
40 minutos, quando mais lhe apetecer. |
Sinopse
O ciclo a vida, apesar dela, que ocorre no Centro de Artes Visuais em Coimbra, segue a esbanjar um bom fôlego ao propor, entre junho e setembro deste ano, a exposição Popalolo. Esta apresenta ao público conimbricense uma revisitação de pilares da produção de António Palolo (Évora, 1946 – 2000), feitos entre os anos 60 e início dos anos 70.
A obra de Palolo, que não ganhava uma retrospectiva desde 1995 – ano em que foi exposta na Fundação Calouste Gulbenkian –, imprime à cidade de Coimbra uma zona onde o tempo parece não sincronizado com a atualidade. Em um tecido urbano impregnado pelo sabor dos séculos, o CAV torna-se uma fonte de referências da segunda metade do século XX em pleno Pátio da Inquisição (1542).
Em conversa que tive recentemente com o historiador da arte Manoel Canada, foi citado como que a pop-art foi embrionariamente chamada de neo-dada: dentro da lógica do pop, das cores saturadas, do referencial relativo à charge, à banda desenhada, aos retratos de figuras icônicas e as cores chapadas que foram tão utilizadas por estadunidenses, como Robert Rauschenberg (Texas, 1925 – 2008) e Jasper Johns (Geórgia, 1930), no cenário artístico dos anos 50. Este estilo surgiu com técnicas comumente utilizadas no dadaísmo, como a colagem e a assemblage.
É desta premissa que aparecem as primeiras questões aos olhos daqueles que não conheciam a produção de António Palolo: falamos de um artista pop ou de um abstrato geométrico?
Por toda a exposição, o visitante flutua entre esses dois estilos flertados pelo pintor. Em uma escolha feliz, o curador de Popalolo, Miguel von Hafe Perez, opta por posicionar as obras abstratas geométricas na espinha dorsal do corpo do prédio do Centro de Artes Visuais. Daí surge um respiro ao explorador.
Apesar das grandes proporções das telas abstratas geométricas, elas não são obras que convidam seus contempladores para um mergulho. São corpos mecanizados e alienígenas – visivelmente não vieram das entranhas de Coimbra, mas poderiam ter vindo de uma estação de metrô de uma cidade cosmopolita, ou de algum ateliê concretista paulistano – por exemplo, do grupo Ruptura (São Paulo, 1952 – 1959).
Nestas condições, onde a obra desafia o espectador e não o acolhe, o generoso pé direito do salão do CAV consegue acomodar as vigorosas investidas das linhas de Palolo.
O visitante também encontra conforto na disposição das obras feitas de maneira conservadora, bem alinhadas – uma montagem visivelmente realizada por uma equipa extremamente profissional –, que permite a geometria abstrata agir de forma nuclear enquanto o figurativo, menos colorido, acomoda-se na órbita da expografia.
Ao final do circuito, o visitante também tem a oportunidade de assistir ao filme A. Palolo – Ver o Pensamento a Correr (1995, José Silva Melo), o que matura toda informação apresentada no CAV: uma linha narrativa tradicional e bem desenhada, que começa com um texto curatorial raro e contextualizador, um recorte expositivo bem equilibrado e encerra com um vídeo documental a fomentar o imaginário relativo à atmosfera do artista.
Popalolo acerta em preocupar-se em apresentar o artista de Évora ao grande público e, assim, educar os mais jovens em relação aos alicerces da pintura. Apresenta um passado com cores, texturas e formas que dão uma boa dica para possíveis caminhos futuros aos pigmentos sobre telas portuguesas. Somos gratos – além das paredes, sejam elas quais forem». Na umbigo.
A Festa das
Crianças |
«Quando
dizemos que a Festa do Avante! é uma festa para todos, referimo-nos também, e
de modo especial, às crianças. No Espaço Criança, um espaço cheio de sombra
fresca, elas têm à sua disposição escorregas, baloiços e muito por onde
brincar. Ali podem também assistir a pequenos
concertos ou ouvir
histórias. Podem aprender nos ateliers
e nos jogos. Logo ao lado, podem
dar voltas na roda gigante,
andar nos carrosséis ou rebolar nos insufláveis. Poucas são as que não saem de lá com
uma pintura facial. Há casas-de-banho
para crianças e os pais dos bebés têm, ali mesmo ao lado, um sítio para
trocar fraldas e micro-ondas para o leite e as papinhas». |
«O novo romance de Deborah Levy, três vezes finalista do Prémio Booker.
No auge da carreira, a pianista Elsa M. Anderson abandona o palco em Viena, a meio de uma atuação.
Mais tarde, em Atenas, detém-se a observar uma mulher estranhamente familiar a comprar um par de cavalos mecânicos numa feira da ladra. Elsa também quer cavalos como aqueles, mas já não há mais, e vagueia até ao porto, onde apanhará o ferry para ser uma efémera professora de piano, fugindo do seu talento e da sua história. Assim começa uma viagem pela Europa, perseguida por uma mulher que parece sua a doppelgänger.
Um retrato deslumbrante de melancolia e metamorfose, Azul de Agosto, de Deborah Levy, revela as formas como tentamos reviver as nossas histórias antigas e como procuramos reinventar-nos através delas». Saiba mais.
«Spanning 400 years, this exhibition follows women on their journeys to becoming professional artists. From Tudor times to the First World War, artists such as Mary Beale, Angelica Kauffman, Elizabeth Butler and Laura Knight paved a new artistic path for generations of women. They challenged what it meant to be a working woman of the time by going against society’s expectations – having commercial careers as artists and taking part in public exhibitions.
Including over 150 works, the show dismantles stereotypes surrounding women artists in history, who were often thought of as amateurs. Determined to succeed and refusing to be boxed in, they daringly painted what were usually thought to be subjects for male artists: history pieces, battle scenes and the nude.
The exhibition sheds light on how these artists championed equal access to art training and academy membership, breaking boundaries and overcoming many obstacles to establish what it meant to be a woman in the art world.
In partnership with Lockton». Veja aqui.