segunda-feira, 31 de março de 2025

LEMBRAR ISABEL DA NÓBREGA

 


Como se vê pela imagem 
Isabel da Nóbrega  é capa da revista
 «E» do Expresso  desta semana. 
É bom lembrar a escritora.


Se tiver acesso o trabalho na versão online está aqui

Excertos: «(...) João Gaspar Simões foi o segundo J da vida de Isabel da Nóbrega. E foi o primeiro escândalo. O doutor Bastos Gonçalves nunca o aceitou. Quando o casamento acabou e Isabel foi viver com Gaspar Simões, cortou relações com a filha, mantendo com ela uma zanga que duraria cerca de 10 anos. Sob o estigma do abandono do lar, a Justiça também não perdoou Isabel, que apenas podia ver os filhos duas vezes por mês, na casa da avó paterna, Laura, sem nunca poderem ir à rua juntos. Nem a sociedade de Lisboa a desculparia: “Várias vezes viraram-lhe a cara enquanto descia o Chiado”, conta Ana Maria Magalhães. Quem nunca deixou de a perdoar foram os filhos, encantados com aquela mãe “mágica”, como ainda a recordam, apesar das dificuldades por que passaram. José, o mais velho, acabaria por ser mandado estudar em Santo Tirso, Pedro ainda hoje se emociona a falar das restrições judiciais, enquanto Ana Isabel prefere lembrar-se dos percursos que com 9 anos fazia de mãos dadas com a mãe, que, em segredo, a ia esperar à saída do Colégio St. Julian’s, em Carcavelos, e a acompanhava até à estação de comboio. Ou dos encontros à tarde quando saía do Ramalhão, em Sintra, onde era aluna externa, e tomava chá na casa de uma amiga de Isabel da Nóbrega. E se a mãe tudo aos filhos explicou sobre o amor que a invadira, o pai nunca mais falou na primeira e única mulher. Nem com ela voltou a falar, mesmo nas ocasiões especiais, como casamentos e batizados, a que ela nunca faltou, mas sempre em espaços separados do ex-marido. “Ela explicou-nos que gostava de uma pessoa maravilhosa, não nos escondeu nada e nunca julgámos a mãe”, dizem numa só voz. (...)

José era ainda um escritor em potência. Isabel percebe-lhe o talento e não perde tempo, sugerindo que Saramago assuma o suplemento literário de “A Capital”. Estava dado o tiro de partida naquele que seria o seu mais ambicioso projeto: “nobelizar” o José. Em 2009, à pergunta da jornalista da “Tabu”, a escritora não hesita: “Viu que havia Saramago antes de haver Saramago? Ah, vi, isso vi… Quer ele queira, quer não, estou na vida dele assim.” Mas ainda é cedo para balanços, muita paixão havia para se cumprir, antes do desgosto. (...)».

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domingo, 30 de março de 2025

DEVAGAR, DEVAGARINHO, ... | ainda a passo de caracol | MAS BOAS NOTÍCIAS: PELA PRIMEIRA VEZ UMA MULHER PRESIDENTE DO COMITÉ OLIMPICO INTERNACIONAL _ KIRSTY COVENTRY | PELA PRIMEIRA VEZ EM PORTUGAL UMA MULHER ÁRBITRA PRINCIPAL NUM JOGO DA I LIGA _ CATARINA CAMPOS

 


NA EXECUTIVA: «Kirsty Coventry, ex-nadadora olímpica do Zimbábue, fez história ao ser nomeada presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), tornando-se a primeira mulher e a primeira africana a ocupar o cargo mais importante do desporto mundial, nos 131 anos de existência da entidade, avança o Euronews. Aos 41 anos, a mais jovem entre os sete candidatos, venceu na primeira ronda das votações, com a maioria absoluta dos votos, tomando posse a 23 de junho, para um mandato de oito anos. Só em 1981, o COI começou a ter representação feminina na assembleia olímpica e, desde então, apenas quatro mulheres lideraram as 43 federações olímpicas. "A menina de nove anos que começou a nadar no Zimbabué, e sonhava com os Jogos Olímpicos, jamais poderia ter imaginado este momento", confessa a nova líder no seu discurso de vitória, citada pelo Globo. "Espero que esta votação seja uma inspiração para muitas pessoas. O teto de vidro foi hoje quebrado e estou plenamente consciente das minhas responsabilidades como modelo a ser seguido." 

Desde muito nova que se destacou na natação, tendo treinado e estudado nos Estados Unidos. O seu currículo impressiona. Conquistou sete medalhas, duas de ouro, nas cinco edições dos Jogos Olímpicos em que participou, e o título de bicampeã olímpica. Despediu-se, em 2016, das competições, com o maior número de medalhas individuais da história olímpica da natação feminina. Soma ainda 14 vitórias nos Jogos Pan-Africanos. A sua dedicação e talento fizeram dela um ícone desportivo em todo o mundo, inspirando gerações de atletas. 

O desporto continuou a fazer parte da sua vida profissional, tendo ocupado posições de liderança desde que se juntou ao COI, em 2013. Chegou à presidência da Comissão de Atletas da entidade, em 2018, o mesmo ano em integrou o governo do seu país, como ministra do Desporto, Juventude, Artes e Recreação, função que terá de abandonar para assumir o novo cargo. A sua eleição promete ser um ponto de viragem e mudança do Comité, com um foco renovado em diversidade, transparência e inovação. O seu empenho na promoção do desporto como instrumento de mudança social e de capacitação é uma das chaves do seu sucesso, tanto como atleta como como líder e governante».


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«“É uma vitória para as mulheres que querem chegar a um patamar mais alto e fazer a diferença. É muito importante que as mulheres também tenham o seu espaço”, sublinhou Mariana Sousa em à agência Lusa, momentos antes do apito inicial para o jogo Casa Pia-Rio Ave, relativo à 27.ª jornada do principal escalão.

A jovem, de 16 anos, disse esperar uma “boa arbitragem, independentemente de ser homem ou mulher”, referindo ainda que é necessário “recordar a diferença que existia entre homens e mulheres” para perceber que hoje em dia vai diminuindo: “E ainda bem”.

A ‘juíza’ da associação de Lisboa, de 39 anos, liderará uma equipa de arbitragem composta ainda por Andreia Sousa e Vanessa Gomes, e vai viver mais um momento para recordar. (...)». Leia na integra.



«MARIA JOANA» | Nuno Ribeiro, Calema, Mariza





sábado, 29 de março de 2025

NA NEWSLETTER ARTE CAPITAL | «A idade e o tempo são categorias de privilégio? Pode ficar surpreendido: Oh sim, são. Pessoalmente, nunca interroguei a idade e o tempo nesta perspetiva. E digo-lhe mais: ambas são categorias de normas sociais que reiteram padrões de opressão e exclusão».

 



Este evento ocorre no âmbito do O XIII Congresso de Pós-Graduação em Estudos de Cultura, que terá lugar na Universidade Católica Portuguesa, de 3 a 4 de abril de 2025, sob o tema "Ecos da Idade: Dinâmicas relacionais num mundo intergeracional". O objetivo será abordar aquilo a que Simone de Beauvoir chamou a “conspiração do silêncio em torno do envelhecimento”, examinando preconceitos e estratégias para ultrapassar as disparidades intergeracionais. Como podemos promover o respeito e a compreensão entre as gerações? Como podemos ultrapassar as diferenças geracionais para promover a inovação social e a resiliência? De que forma é que as diferenças geracionais representam desafios e oportunidades para a coesão social? Daqui



sexta-feira, 28 de março de 2025

«ON FALLING« | um filme de Laura Carreira



Após a sua exibição em prestigiados festivais internacionais, como Toronto e San Sebastián – onde recebeu a Concha de Prata para Melhor Realizadora – e o BFI London Film Festival, onde foi distinguido com o Prémio de Realizadora Revelação, ON FALLING, a primeira longa-metragem de Laura Carreira, estreia nos cinemas do Reino Unido e da Irlanda a 7 de março, em cerca de 50 salas. Seguem-se a Holanda e Portugal, a 27 de março, com exibição em aproximadamente 20 salas de cinema, e depois a Bélgica, em abril, assim como a Grécia, Espanha, França e Japão, entre outros países.
ON FALLING acompanha a jornada de Aurora (Joana Santos), uma jovem portuguesa emigrada na Escócia, a trabalhar num armazém de comércio eletrónico em Glasgow. Entre longos turnos e um quotidiano marcado pela instabilidade, a protagonista vê-se confrontada com desafios que colocam à prova a sua resiliência. Trata-se de um retrato subtil e intimista sobre a precariedade, o isolamento e a procura de um propósito num mundo em constante movimento.
Com uma abordagem cinematográfica realista e uma interpretação marcante de Joana Santos, ON FALLING apresenta uma representação íntima e detalhada da alienação e dos desafios financeiros enfrentados por muitos trabalhadores no mundo contemporâneo, cuja realidade precária é explorada com sensibilidade e profundidade. O filme tem sido amplamente elogiado pela crítica internacional. Saiba mais.




segunda-feira, 24 de março de 2025

LUISA CARNÉS |«Tea Rooms _ Mulheres Trabalhadoras»

 


«dez horas 

cansaço

três pesetas

Madrid, anos 30. Prenúncios de guerra civil ecoam na cidade e, num distinto salão de chá, cruzam-se senhoras chiques, boémios, velhos habitués. Entre o brilho dos lustres e vistosas bandejas de bolos, nada escapa ao olhar da jovem empregada Matilde: o trabalho árduo e sempre em risco, o autoritarismo dos da mó de cima, conversas frívolas, sonhos e dramas. Quando a agitação cresce nas ruas, Matilde dá voz às interrogações das colegas: devem juntar-se aos descontentes? Que preço teriam de pagar? E o que significa ser mulher neste mundo em convulsão? Romance coral, ardentemente político, TEA ROOMS (1934) é o despertar de uma consciência social e um retrato das mulheres trabalhadoras no início do século XX que se revela espantosa e tristemente actual».
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MULHERES EM DESTAQUE |«Mundiais de Pista Coberta: Patrícia Silva conquista bronze nos 800m»

 

«Filha dos antigos atletas Rui Silva e Susana Cabral - e neta de Carlos Cabral -, Patrícia Silva conquista assim a primeira medalha para Portugal na edição de 2025 dos Mundiais de Atletismo de Pista Coberta, a 17.ª da história lusa na competição». Leia mais.

MULHERES EM DESTAQUE |«Judo: Patrícia Sampaio conquista bronze no Grand Slam de Tbilisi»

 



«Patrícia Sampaio (6.ª do ranking) conquistou, este domingo, a medalha de bronze na categoria de -70 kg no Grand Slam de Tbilisi ao derrotar a uzbeque Barchinoy Koditova (171.ª) por ippon em 13s».



domingo, 23 de março de 2025

E CÁ TEMOS MARGUERITE DURAS | na peça «Uma Barragem Contra o Pacífico» | «ENCENAÇÃO SEGURA, POÉTICA E SENSÍVEL DE ÁLVARO CORREIA, PARA MAIS UM GRANDE "TEMPO DE TEATRO" DA CTA»

 

Sobre a peça o trabalho de Domingos Lobo,  no jornal Avante!, a não perder:

Termina assim: «A per­so­nagem Su­zanne, mag­ni­fi­ca­mente in­ter­pre­tada por Íris Cañ­mero, trans­porta o eu de Duras, as suas me­mó­rias, a sua bi­o­grafia, entre a re­cusa e a fuga ao real de uma fa­mília a querer soltar-se da mi­séria, de uma casa ina­ca­bada, tendo a mú­sica como ele­mento de con­forto que apa­zi­guava a raiva dos dias agrestes; Jo­seph o filho in­con­for­mado, bus­cará ou­tros ho­ri­zontes (um João Jesus ir­re­pre­en­sível) e a Mãe, ob­ce­cada por uma terra in­fértil, im­po­tente pe­rante um Es­tado que tudo pro­meteu aos co­lonos e os aban­donou à sua sorte, in­ter­pre­tada por uma Te­resa Ga­feira, em pleno, a do­minar a acção. En­ce­nação se­gura, poé­tica e sen­sível de Álvaro Cor­reia, para mais um grande «Tempo de Te­atro» da CTA».


sexta-feira, 21 de março de 2025

CAPICUA|«Um gelado antes do fim do mundo»






E da Plataforma SAPO: « "Um gelado antes do fim do mundo" é um disco sobre o nosso tempo. Fala sobre a sobrevivência da poesia num mundo em colapso, sobre a nossa carência de futuro e de esperança, mas, sobretudo, sobre o encantamento, na arte e na natureza, como antídoto para tudo isso”, lê-se no texto de apresentação do álbum, o 5.º de originais da rapper. (...). Continue a ler.



«O número de menores em risco a viver em barracas, casas sem condições, quartos de pensão pagos pela Segurança Social ou outras situações precárias e que são alvo de medidas de proteção não tem parado de aumentar»

 


no Semanário Expresso desta semana


Mais excertos:
«(...) Nos últimos dias foram noticiados casos de mães que dizem ter sido ameaçadas com a retirada dos filhos por viverem em barracas, casas ocupadas, quartos partilhados ou por estarem em risco de ficar sem habitação. As ameaças terão partido de técnicos de intervenção social de diferentes autarquias da Grande Lisboa, nomeadamente onde estão em curso demolições de construções ilegais.

Um conjunto de organizações e movimentos sociais lançou uma petição a exigir “soluções habitacionais em vez de ameaças”, referindo especificamente o caso de Ana Paula, mãe de quatro filhos, o último nascido esta semana, e que alegadamente está em risco de perder as crianças por não conseguir aceder a uma habitação, estando a viver numa pensão atribuída pela Segurança Social.

Porém, a lei de proteção de crianças e jovens em perigo não prevê a retirada de menores à família por questões relacionadas com a habitação. De acordo com a legislação, só se considera que a criança está em perigo quando foi abandonada, sofre maus-tratos ou abusos sexuais, não recebe os cuidados ou a afeição adequados, é obrigada a trabalhar ou está exposta a comportamentos que afetem a sua segurança ou equilíbrio emocional, por exemplo. Em nenhuma das oito alíneas que definem a legitimidade da intervenção é mencionada a situação de pobreza ou carência habitacional.

“Pobreza não é perigo”

 “Por si só, a carência económica não pode, em caso algum, justificar a retirada. Se a criança viver num espaço sem condições, os serviços da Segurança Social têm de atuar no sentido de a retirar daquele contexto, mas garantindo que ela permanece junto da família”, explica ao Expresso Odete Severino Soares, jurista especializada em direito de menores. 

Rui Godinho, da Direção de Infância e Juventude da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML), frisa igualmente que não se retiram crianças por questões económicas, já que isso seria penalizá-las duplamente, privando-as do direito à família. “Não se pode confundir pobreza com perigo. Isso é um mito que importa desconstruir. A situação de pobreza não é uma situação de perigo e não dá aos técnicos legitimidade para intervirem”, afirma, adiantando que 30% dos processos de proteção estão relacionados com violência doméstica e 15% têm origem em situações de conflito parental que não têm qualquer relação com a realidade socioeconómica. 

Ainda assim, os relatos de ameaças existem. (...) ».

 


quinta-feira, 20 de março de 2025

DE OUTROS |«Côte d’Ivoire»

 

Disponível aqui

«Côte d’Ivoire has shown its commitment to gender equality and women’s empowerment by ratifying most of the principal human rights instruments at the international and regional levels, including: the Protocol to the African Charter on Human and Peoples’ Rights on the Rights of Women in Africa; the Convention on the Elimination of All Forms of Discrimination Against Women (CEDAW); the Beijing Declaration and Platform for Action; and the UN Security Council Resolutions on Women, Peace and Security (1325, 1820, 1888). In November 2016, Côte d’Ivoire adopted a constitution that enshrines the principles of gender equality and equal opportunities, including in the labour market. In 2019, the country adopted a law stating that all political parties must include at least 30 percent of women in their list of candidates for elected assemblies. However, despite these commitments, there are still challenges that hinder progress towards gender equality. Côte d’Ivoire’s gender gap ranked 122nd out of 146 countries assessed by the World Economic Forum’s 2023 gender report. This ranking is based on performance across four subindices: economic participation and opportunity; educational attainment; health and survival; and political empowerment. (...)».


quarta-feira, 19 de março de 2025

«O Meu Pai É Meu»

 



«O meu pai é tão grande — mas tão grande, mesmo! — que, quando estica os braços e o olho de baixo, é crescido e crescido!
É tão alto que parece nunca mais acabar!
Aos olhos deste menino, o seu pai é um verdadeiro gigante: forte e poderoso, ternurento e divertido, compreensivo e amigo…
É assim que Eduardo Sá nos revela a admiração e o amor que uma criança sente pelo seu pai e vice-versa. Uma relação mágica, divertida e comovente, ilustrada com a ousadia e a vivacidade de Paulo Galindro». Saiba mais.


segunda-feira, 17 de março de 2025

TEATRO MUNICIPAL JOAQUIM BENITE | EXPOSIÇÃO | «As Mulheres em Gil Vicente» | ALMADA

 


«No teatro de GIL VICENTE as personagens femininas assumem, com frequência, papéis de destaque e de protagonista. São figuras variadas que, por vezes, se inscrevem numa tradição — histórica, mitológica (cristã e clássica) ou alegórica —, surgidas da realidade cultural e quotidiana contemporânea do autor e do seu público. Algumas são dotadas de uma individualidade bem definida; outras, embora providas de nome, seguem uma tipificação. No inovador teatro de Vicente encontram-se deusas e princesas, fadas e feiticeiras, damas pastoras e serranas, e alcoviteiras, mães severas, jovens rebeldes, casadas descontentes. No mês em que se celebra o Dia Internacional da Mulher, destacamos nesta exposição algumas mulheres do teatro de GIL VICENTE, através das suas palavras e das companhias de teatro que lhes deram corpo e voz nos palcos». Saiba mais.



SÉRIE | «Poder no Feminino: A Força das Mulheres na Europa»| ESTÁ A PASSAR NA RTP2 E DEPOIS PODEMOS VER NA RTP PLAY

 





domingo, 16 de março de 2025

sábado, 15 de março de 2025

LEMBRETE | NÃO ESQUECER QUE ESTÁ A DECORRER A «CSW69/Beijing+30» | ou seja a «69ª sessão da Comissão sobre o Status da Mulher» das Nações Unidas

 


«A Diretora-Executiva da ONU Mulheres e Subsecretária-Geral da ONU, Sima Bahous, ao lado do Secretário-Geral, António Guterres, participam de encontro com a sociedade civil durante a 69ª sessão da Comissão sobre o Status da Mulher (CSW69/Beijing+30). Crédito: UN Photo/Evan Schneider»


De lá, da ONU Brasil, a que se refere a imagem:

«Enquanto o mundo celebra o 30º aniversário da Declaração e Plataforma de Ação de Pequim, Estados-Membro adotaram, por consenso, uma poderosa declaração política para respeitar, proteger e promover os direitos, a igualdade e o empoderamento de mulheres e meninas

Acolhendo a adoção da declaração política, Sima Bahous, Subsecretária-Geral da ONU e Diretora-Executiva da ONU Mulheres, afirmou: “Enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades da igualdade de gênero exige uma ação coletiva e decisiva entre os Estados-Membros, agora mais do que nunca. Num momento em que conquistas arduamente alcançadas para a igualdade de gênero estão sob ataque, a comunidade global se uniu em um ato de solidariedade por todas as mulheres e meninas, em todos os lugares”.

A declaração política reafirma os compromissos da Declaração e Plataforma de Ação de Pequim, adotada originalmente em 1995, na 4ª Conferência Mundial sobre a Mulher, destacando a necessidade de defender todos os direitos humanos e liberdades fundamentais de cada mulher e menina, sem exceção. Ela reforça os compromissos com as mulheres, a paz e a segurança, enfatizando a importância de integrar as vozes e a liderança das mulheres em todas as etapas da prevenção de conflitos, construção da paz e resolução de conflitos.

Também sublinha a importância de erradicar a pobreza em todas as suas formas, garantindo o direito das mulheres e meninas à educação, especialmente nas áreas de STEM (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática), e ampliando os investimentos públicos em sistemas de cuidados. Ainda, reconhece o vasto potencial da tecnologia, destaca a necessidade de reduzir a desigualdade digital de gênero e pede investimentos renovados em estatísticas e dados de gênero para impulsionar a formulação de políticas baseadas em evidências.

A declaração política reafirma o compromisso dos Estados-Membros em eliminar todas as formas de violência contra mulheres e meninas, incluindo formas emergentes, como violência digital, assédio online e cyberbullying. Além disso, reconhece que alcançar progresso nessas áreas exige recursos e financiamento substanciais. O documento determina o fortalecimento dos sistemas nacionais, das instituições voltadas para as mulheres e dos mecanismos internacionais, incluindo uma Comissão sobre a Situação da Mulher (CSW) revitalizada, para acelerar os esforços de igualdade de gênero globalmente.

A Diretora-Executiva da ONU Mulheres acrescentou: “Nenhuma nação alcançou plenamente a igualdade de gênero até agora. Esta ousada Declaração deixa claro que os governos do mundo reconhecem 2025 como um momento crucial, em que as promessas feitas há 30 anos não podem mais ser adiadas. Ela serve como um trampolim para garantir que cumpramos nossos compromissos com a igualdade de gênero e o empoderamento das mulheres para todas as mulheres e meninas, em todos os lugares — e que façamos isso juntos”». 

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Ainda:




sexta-feira, 14 de março de 2025

NA PROCURARTE |«Unidas por Bissau»| 15 MAR 2025 |15:30 _ 18:00 | LISBOA





«Rodado na Guiné-Bissau, este filme instigante leva-nos a uma jornada que segue corajosas mulheres locais que desafiam as normas, afirmam o seu papel através da agroecologia, opondo-se à mutilação genital feminina e ao casamento forçado enquanto desafiam o patriarcado em todos os aspectos, criando instituições que promovem a auto-suficiência. Levando adiante o legado de Amílcar Cabral, líder da independência da Guiné-Bissau que incluiu os direitos das mulheres no centro da luta pela libertação, uma geração de mulheres em ascensão está a retomar o seu poder.
Após a exibição, propomos um djumbai (termo do crioulo guineense para conversa, convívio, roda de partilha, encontro) com membros da comunidade guineense e Livia Apa (ACEP - Associação para a Cooperação Entre os Povos)». Saiba mais.





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Procurarte

R. Neves Ferreira, 8B
Penha de França
Lisboa 1170-068
Portugal


quinta-feira, 13 de março de 2025

NO TEATRO SÃO LUIZ EM LISBOA |«Deseja-se Fernanda!»

 


«Em 2025, a Escola de Mulheres celebra 30 anos da sua criação e assinala cinco anos sobre a morte de Fernanda Lapa. O título do espetáculo não é inocente. Deseja-se Mulher, de Almada Negreiros, foi a primeira encenação profissional da Fernanda Lapa. “Como é que a Fernanda encenaria hoje um espetáculo em sua homenagem?”, interroga-se Cucha Carvalheiro, que faz a encenação de Deseja-se Fernanda!. “Obviamente recusaria tal encomenda, ainda por cima feita pela companhia que fundou… e, no entanto, para nós, seus cúmplices artísticos em tantos trabalhos, quanto desejaríamos que nos guiasse neste desafio que a Escola de Mulheres nos lançou… Deseja-se um espetáculo que, longe dos encómios e saudosismos que ela sempre recusou, celebre uma vida e obra de mérito, que ela encarou com inquietação e entusiasmo, alegria e vitalidade, humor e compaixão. E música, claro!”. Saiba mais.





quarta-feira, 12 de março de 2025

TALVEZ AGORA SERENAMENTE DISCUTIR O «WOKISMO»| ocorreu-nos ao lermos o artigo «O wokismo morreu vítima de assinatura» de Luís Pedro Nunes no semanário Expresso

 

no caderno IDEIAS do semanário Expresso de 25 FEV 2025 


O artigo ficou-nos na cabeça. E voltamos a ele. Parece-nos um verdadeiro «programa» para agora serenamente discutirmos o movimento. Li livros e opiniões sobre o assunto, alguns divulgados aqui no Em Cada Rosto Igualdade. Na comunicação social pudemos seguir reportagens, talvez a maioria sobre algo que tinha sido «caso». Assisti a conversas, e sempre fiquei com a ideia que cada um/uma tinha concepções diferentes sobre os pontos de partida para o que estava em causa. Vem-me à memória a CONVERSA DA CERCA  (que por acaso foi no Convento dos Capuchos) do Festival de Teatro de Almada do ano passado onde o assunto (o tema como agora se diz) dominou. O desacordo foi o tom, graças a Deus. Lembro que havia presentes que nem sabiam o que era aquilo de «wokismo». Cá para mim, muito prosaica, sempre me aproximei da matéria pelo lado profissional: de facto, o conceito nas suas diferentes declinações lá está na esfera da gestão, em termos conceptuais e práticos, à luz do paradigma DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL. E tem expressão em Relatórios de empresas de referência - mesmo que a palavra nem apareça. Sim, houve exageros, e aponta-se por exemplo o «ME TOO», e não se lembra, ilustrando também, a IGUALDADE ENTRE HOMENS E MULHERES que caminha a passo de caracol em tantas manifestações da vida. De repente, as «vozes do silêncio», e por isso o artigo acima merece ser notado e aproveitado, Ainda por cima atravessado pelo humor ao jeito do autor. Começa assim:

«Aparentemente, o wokismo, que ia controlar as nossas mentes e fazer de nós seres temerosos de pronunciar o verbo sem que a mão da inquisição moralista dos radicais de esquerda nos queimasse nas redes sociais, desmoronou-se. Sim, a frase está longa. Mas é isto: o wokismo acabou com uma mera assinatura de marcador de Trump. Quem diz o wokismo diz o tal DEI (programa de recrutamento de diversidade e inclusão), a imposição da Teoria Crítica da Raça, o pânico de acordar vítima da cultura de cancelamento ou de ter cometido um crime de “apropriamento cultural”. Tudo o que se tinha agregado no albergue geral da “guerra cultural”. A temida investida da turba moralista, elitista, ditatorial da esquerda progressista e que a direita populista trumpista está a substituir por um “wokismo de direita” (este termo foi recentemente apresentado pela revista “The Atlantic”). Wokismo que — vamos ser sérios de uma vez por todas — Portugal nunca vivenciou. A não ser no Twitter/X e em guerras de teclado e acusações esparsas: “Isso é wokismo!”, ou “não me deixo intimidar pela cultura de cancelamento”, ou “dizer isso não é aceitável”. Uma ressalva: algumas coisas ditas woke já não são mesmo aceitáveis de se dizer. O que não tem nada que ver com ser woke. “É ter noção”, como se diz agora. Estamos enquadrados?

O wokismo, como muita coisa que degenerou, começou com boas intenções. Trump — um milionário misógino condenado por abuso sexual — convenceu parte de uma nação de que havia uma guerra contra os trabalhadores esquecidos e contra os homens brancos por parte das elites urbanas radicais do Partido Democrata. E, se calhar, havia. Não nos termos em que ele dizia. E essa opressão fazia-se pela linguagem. Eliminar a linguagem, os pressupostos que essa linguagem implicava, por exemplo na questão dos direitos, foi o que bastou para Trump ganhar a “guerra cultural”. Como muito do que está a acontecer nos EUA, não se vislumbrou qualquer #resistência. Nem nos afamados pronomes, nem nos direitos dos trans no desporto ou na polémica das casas de banho. Até Bernie Sanders, o “socialista democrata”, veio dizer que estava na hora de se largar a treta woke e virar de novo para as “pessoas comuns”. É que, sim, houve gente demonizada por usar um sombrero numa festa de tequila. Houve episódios absurdos em campus universitários ou ambien­tes urbanos “progressistas”. Visto daqui, do ponto de vista de leitor de jornal, o wokismo parecia uma máquina descontrolada de destruir reputações. Um gatafunho de Trump silenciou todo aquele poder de obliterar pessoas. Bizarro. (...)».
E termina deste modo:
«(...) O wokismo, com os tais abusos idiotas e incompreen­síveis destes últimos anos, afinal terá sido a barreira conceptual para que EUA e Rússia não tivessem exatamente o mesmo discurso ideo­lógico de domínio do homem branco e “valores morais não decadentes”. Nunca fui woke. Mas acho que a linguagem e a sociedade evoluem e os direitos humanos não são um asterisco. Mas isto que acabei de descrever, esta consonância discursiva, não pode ser um avanço nem uma vitória. É um retrocesso grunho. Podemos dizer que o woke morreu. O de esquerda. Agora está aí outra coisa. Não sei se lhe querem chamar “woke de direita”. Acho curto».
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Allô CIG - Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género - e que tal desencadear um fórum para se refletir tudo isto? Serenamente, mas  animado, onde não faltem confrontos ...

segunda-feira, 10 de março de 2025

HOMENAGEM A MARIA TERESA HORTA | 15 março 2025 | 15:00 | BIBLIOTECA DE BELÉM | LISBOA

 

VALE MESMO A PENA CELEBRAR o «8 DE MARÇO» | bastava o foco nas mulheres que a comunicação social dá a propósito do «dia internacional das mulheres» | ILUSTRAÇÕES

 


Como se vê direito a capa, e lá dentro: 

“Não se pense que está tudo resolvido”: cinco olhares sobre o que é ser mulher hoje

O Dia da Mulher assinala as conquistas na luta pelos direitos das mulheres — que não podem ser tomados por garantidos. Perguntámos a cinco mulheres, dos 21 aos 90 anos, como é ser mulher hoje.


O artigo começa assim:  Depois de terem passado ao lado da revolução sexual e de costumes que marcaram a década de 1960, as mulheres portuguesas estavam finalmente em efervescência quando, em 1975, a Organização das Nações Unidas instituiu oficialmente o dia 8 de Março como o Dia da Mulher.
“Não se pense que está tudo resolvido”: cinco olhares sobre o que é ser mulher hoje
Ainda à boleia da passagem da ditadura para um regime democrático, as mulheres começaram nesse ano a soltar as amarras que as mantinham presas ao reduto doméstico e ao papel de mães, fustigadas pelo analfabetismo, pela pobreza e por um conjunto largo de interdições que iam da impossibilidade de saírem do país sem autorização do marido à proibição de seguirem carreiras na magistratura ou na diplomacia, para apontar apenas dois exemplos. (...)».

E ainda podíamos apontar no canto direito um trabalho sobre a CHEFE MARLENE VIEIRA. 

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«O ter de se reinventar, superar as noites sem dormir - lidando com o maior dos cansaços que é a privação de sono -, as mudanças físicas e psicológicas, as alterações hormonais, tudo junto, acabou por ser um mergulho mais profundo na vida de Dânia Neto. Sempre quis ser mãe, tem dois filhos que sempre idealizou, no entanto o sonho cor de rosa não é bem como reza a história: “Aquilo que não te dizem, revela muito do outro lado da maternidade. Foi um duro choque com a realidade”. Revela que chorava todos os dias e a todas as horas e ficou mesmo sem saber se “aquilo era normal ou se estava a entrar em depressão”». Veja aqui.

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“Gostava de um dia escrever sobre a primeira mulher Presidente da República. Será que isso um dia vai acontecer?” Mónica Menezes, autora do livro “Isso não é para meninas”, expressa desta forma o desejo de olhar para o feminino e ver-lhe as mesmas oportunidades profissionais e sociais abertas aos homens. Mónica leva para a sua obra a história de 40 mulheres portuguesas que quebraram barreiras em diferentes áreas. Rosa Mota, Ana Salazar, Teodora Cardoso, Carolina Deslandes, Catarina Furtado, Maria João Pires, entre outras, povoam as páginas do livro da mulher que entrega os seus dias à escrita criativa e storytelling. Entrevistámos a autora.  Leia aqui. Mais de lá: «
Quando dizem a uma criança que ela não pode experimentar um treino de futebol porque isso não é para meninas, acho que ainda há muito caminho para fazer. Quando se ouve e lê críticas negativas porque é uma mulher que está a comentar um jogo de futebol na televisão, é um sinal de que as mentes não estão preparadas para que as mulheres também estejam em lugares que eram só permitidos a homens. Quando as mulheres continuam a ser questionadas nas entrevistas de emprego se têm filhos, se querem ter ou se são casadas, também é um entrave para carreira de uma mulher».

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A manifestação contou com Mariana Mortágua, coordenadora do Bloco de Esquerda, Isabel Mendes Lopes, líder parlamentar do Livre, Inês Sousa Real, deputada do PAN e Paulo Raimundo, secretário-geral do PCP.