Manhattan" de Woody Allen
CICLO
In Memoriam Diane Keaton
«Todos a lembram imediatamente como um raio de luz no cinema de Woody Allen, o contraponto humano para os pequenos monstros neuróticos que Allen criava para si próprio. ANNIE HALL, claro, que até tem como título o nome da personagem interpretada por Keaton, será o momento mais célebre e mais luminoso das várias colaborações entre os dois, mas antes dele houve outros filmes a juntá-los (PLAY IT AGAIN, SAM, SLEEPER, LOVE AND DEATH) e depois dele também (INTERIORS, MANHATTAN e, derradeira e tardia colaboração Keaton/Allen, MANHATTAN MURDER MYSTERY).
Apesar da proeminência, seria curto resumir a carreira de Diane Keaton ao estatuto de perfeita “sidekick” de Woody Allen. Essa é apenas uma faceta da carreira da actriz, mas também, sobretudo, uma faceta de uma persona que não se deixa definir assim tão facilmente. Basta lembrar que, mais ou em simultâneo com estas incursões no burlesco neurótico-intelectual woodyalleniano, Keaton entrava num par de filmes crucial no cinema americano dos anos 70, os GODFATHER (I e II), no papel magoadíssimo de Kay Corleone, a mulher de Michael (Al Pacino), primeira testemunha da conversão do marido à frieza mafiosa. Ou o seu trabalho num dos filmes mais insólitos do cinema americano dessa década, o LOOKING FOR MR GOODBAR de Richard Brooks que a punha num trajecto pela sordidez dos bas-fonds (filme do mesmo ano de ANNIE HALL, e que é provavelmente o papel que mais contrasta com a personalidade que Keaton projectava no cinema de Allen).
A partir dos anos 80, Keaton moldou ainda outra faceta para a sua persona, nos papéis de “mulher de meia-idade”, quase sempre em convivência com a comédia romântica e num modelo (apenas semi-caricatural) em vizinhança com uma elegância “burguesa” plenamente assumida (os filmes dos “clubes”: FIRST WIVES’ CLUB, BOOK CLUB). Talvez nenhum filme do período tardio de Keaton seja uma obra-prima, mas a sua presença garantia-lhes, no mínimo, graça e inteligência, uma graça e uma inteligência que eram, essencialmente, dela.
Experimentou a realização por várias vezes, e a sua primeira ficção (UNSTRUNG HEROES, de 1995), até foi seleccionada para o Festival de Cannes. Como realizadora, esteve envolvida na mais mítica série americana da década de 1990 (dirigiu um episódio de TWIN PEAKS, a série tutelada por David Lynch).
A partir dos anos 80, Keaton moldou ainda outra faceta para a sua persona, nos papéis de “mulher de meia-idade”, quase sempre em convivência com a comédia romântica e num modelo (apenas semi-caricatural) em vizinhança com uma elegância “burguesa” plenamente assumida (os filmes dos “clubes”: FIRST WIVES’ CLUB, BOOK CLUB). Talvez nenhum filme do período tardio de Keaton seja uma obra-prima, mas a sua presença garantia-lhes, no mínimo, graça e inteligência, uma graça e uma inteligência que eram, essencialmente, dela.
Experimentou a realização por várias vezes, e a sua primeira ficção (UNSTRUNG HEROES, de 1995), até foi seleccionada para o Festival de Cannes. Como realizadora, esteve envolvida na mais mítica série americana da década de 1990 (dirigiu um episódio de TWIN PEAKS, a série tutelada por David Lynch).
Homenageamo-la com ANNIE HALL (claro!), com um representante dessa elegância tardia, madura (MORNING GLORY), e com um filme que realizou (HANGING UP), aliás, a derradeira das suas experiências atrás da câmara». Saiba mais no site da CINEMATECA.
*
* *
Cinema Medeia Nimas - Lisboa
«Diane Keaton (1946-2025) impôs-se como o símbolo de uma modernidade “divertida” e livre, que marcou o cinema americano. “O seu rosto e o seu riso iluminavam qualquer espaço em que ela entrasse”, escreveu Woody Allen, que por ela se enamorou ao primeiro olhar, na sua evocação. Juntos fizeram os mais belos filmes das suas vidas, que veremos no Nimas ao longo do mês». Saiba mais.


Sem comentários:
Enviar um comentário