quarta-feira, 22 de outubro de 2025

«(...)Tudo o que aprendi sobre hidrofeminismo aprendi na MTV e na VH1, sob outros nomes, outras teóricas, outras imagens: TLC, Waterfalls. Aaliyah, Rock the Boat. Janet Jackson, Everytime. Mulheres negras em piscinas, mergulhando, flutuando, amando os seus próprios corpos; mulheres negras numa ilha, num barco, dançando; mulheres cujos corpos negros se tornavam transparentes, se desfaziam e refaziam em esculturas musicais, dando conselhos para a vida, apelando a uma maior cidadania, combatendo epidemias. (...)»

 




Outro excerto: «(...)De onde eu venho, as mulheres usam uma cabaça com água para fazer música. As palmas e as batidas são o que ecoa na tina, normalmente tocada a quatro mãos. Instrumento de celebração da vida e da morte, tanto quanto um marcador das conversas, das alegrias e das agruras do quotidiano, sobretudo entre mulheres, mas aberto a toda a comunidade. De onde eu venho, existem baleias e golfinhos ainda por preservar, mais do que por avistar e tocar. De onde eu venho, as mulheres sustentam a economia através da agricultura, seja nos arrozais ou nos campos. De onde eu venho, às vezes parece-se com para onde eu vim. (...)».

no artigo de Gisela Casimiro na Contemporânea



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