Texto de Maria Velho da Costa lido por Fernanda Lapa,
Lucinda Loureiro, Maria João Luís, Cucha Carvalheiro,
Marina Albuquerque, Marta Lapa e Luísa Ortigoso
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Começa assim :«As comemorações dos 50 anos do 25 de Novembro organizadas pelo Governo confirmaram tudo o que delas desde o início se suspeitava: uso manipulado do passado, slogans em vez de História, regresso anacrónico a um cerimonial de Estado em que tanques, preces pelos “mortos pela Pátria” e parada militar são pensados como “lição histórica”. Como se se quisesse dizer que “é de um passado assim que deve ser feito o nosso futuro!” Para cúmulo, a sessão da Assembleia da República, que a direita quer tornar ritual, deu de novo chance a Ventura para acusar, com vocabulário fascista, o Presidente de “trair os portugueses”».
E quase no fim: «Estas direitas militares e civis nunca aceitaram a autodeterminação, quer a dos povos africanos quer do povo português, a dos camponeses alentejanos ou das moradoras de barracas do Porto e de Lisboa que tomaram a vida nas suas mãos quando a Revolução abateu a intimidação do Estado e contrariou a dos ricos, permitindo-lhes a liberdade de, pela primeira vez, “sentarem-se a falar à roda de uma mesa a ver como podia ser sem os patrões” (Maria Velho da Costa, Revolução e Mulheres, 1976).

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