segunda-feira, 17 de novembro de 2025

«SOMASEMASOMA»

 

Vista da exposição SomaSemaSoma, de Alexandra Bircken, Culturgest, 2025.

  © Vera Marmelo / Cortesia Culturgest

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ALEXANDRA BIRCKEN

SOMASEMASOMA


CULTURGEST
Edifício Sede da Caixa Geral de Depósitos, Rua Arco do Cego
1000-300 Lisboa
25 OUT - 01 FEV 2026

Unheimlich, o estranho familiar.


 

 “It matters what matters we use to think other matters with;
it matters what stories we tell to tell other stories with;
it matters what knots knot knots, what thoughts think thoughts,
what descriptions describe descriptions, what ties tie ties.
It matters what stories make worlds, what worlds make stories.”
— Donna Haraway

 


Mais excertos:



 «(...) É o caso, por exemplo, da referência à cultura da motocicleta. Vívida no imaginário coletivo, ao mesmo tempo como máquina e como perigo, como virilidade e como corporeidade híbrida, a sua estética é atualizada na exposição de forma que a vida e a morte, o ridículo e o poderoso, a cultura de massa e o seu deslocamento se coagulem numa familiar estranheza. É esse o grande poder do cubo branco, afinal: o de nos fazer estranhar o familiar. E nesse sentido, o trabalho de Bircken é expressivo, porque ao produzir obras que envenenam o nosso olhar domesticado, possibilita-nos estranhar o presente. 

Nas esculturas avessamente robóticas, vemos precisamente a força da configuração e da desconfiguração atearem-se juntas. Cabos que se misturam às peças artesanais e depois outros, de outro tipo ainda, geram não só novas e estranhas composições, como um certo sentido de contemporâneo, mas não naquilo que se apresenta aos nossos olhos no uso diário das tecnologias, ou seja, no seu carácter aparentemente asséptico; mas precisamente naquilo de que elas são feitas: conexões materiais por meio de fios. Essas composições convocam-nos um estranho sentido revolucionário. Quando as estruturas materiais dos nossos meios de comunicação aparecem, na sua desconfortante e caótica nudez, salta aos olhos um sentido de desconfiguração, não das letras, mas do próprio alfabeto. Como uma espécie de revolução do entendimento. Porque a escolha de Bircken não é pela tecnologia em si, e sim pelo que está atrás, na formação da tecnologia — a sua maquinaria. (...)». Leia na integra na ArteCapital.



Vista da exposição SomaSemaSoma, de Alexandra Bircken, Culturgest, 2025. 

 © Vera Marmelo / Cortesia Culturgest




 

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