«Envelhecer já não é o que era e pode até ser fashion.
Recuemos meia dúzia de anos quando a revista feminina norte-americana Allure
baniu o termo antienvelhecimento do seu vocabulário. Isso fez as pessoas
falarem. Bastante. Em todo o mundo. Provocou discussões sobre a linguagem
e o sexismo no envelhecimento. É certo que as atitudes não se transformam
de um dia para o outro, mas este movimento pela aceitação da idade está a
tornar-se cada vez numa tendência global. A prova disso é que aos 81 e
aos 106 anos duas mulheres fizeram história ao tornarem-se as modelos
mais velhas de sempre a posarem para as capas de duas revistas de
referência.
Apresentadora de programas icónicos de culinária e decoração, cozinheira
e guru de lifestyle, Martha Stewart é a estrela deste mês da
edição especial dedicada a fatos de banho da Sports Illustrated
Swimsuit, publicada anualmente por esta revista de desporto. Aos 81 anos, Martha Stewart prova que as mulheres se
podem reinventar as vezes que entenderem. “A minha motivação foi mostrar
que as mulheres da minha idade ainda podem ser bonitas e sentir-se bem”,
declarou num vídeo promocional da revista. A empresária norte-americana,
que foi modelo durante a adolescência e corretora de investimentos em
Wall Street, viu a sua fama crescer na década de 1980 quando se tornou
numa chef de renome, e o seu negócio de lifestyle se
transformou num império milionário, em menos de uma década. Depois de se
ver envolvida num escândalo de venda de ações e de ter sido presa, em
2004, tem procurado reconstruir a carreira e a sua imagem pública com
vários projetos televisivos e nas redes sociais.
Apo Whang-Od nasceu há 106 anos nas Filipinas e ao
título de tatuadora mais antiga do seu país junta agora o de mulher mais
velha de sempre na capa da prestigiada revista Vogue. A
fotografia do seu corpo tatuado, que protagonizou a edição filipina de
abril, tem corrido mundo e não deixa ninguém indiferente. Mais do que
contar a sua história de vida, Apo quer dar a conhecer as batok, as
tatuagens tradicionais das Filipinas, que aprendeu a fazer com o pai, aos
16 anos, tornando-se na primeira mulher mambok — nome dado aos
tatuadores — no país. Agora, é a última da sua geração que ainda faz
tatuagens, ensina a sua arte às sobrinhas e garante que só vai parar de
tatuar quando já não conseguir ver mais. Em declarações à CNN, a editora
executiva da Vogue filipina, Bea Valdes, afirma que a tatuadora
indígena centenária representa os ideais do que há de belo na cultura
filipina. “O conceito de beleza precisa de evoluir e de se tornar mais
inclusivo e com rostos diversos"».
(Newsletter de 26 MAIO 2023 da EXECUTIVA)
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