Graça Lobo morreu. No Expresso Carla Quevedo encerra o obituário que lhe dedica assim: «Graça Lobo foi uma pessoa individual e forte num meio habitualmente constituído por grupos e companhias de teatro. Não é comum em Portugal». De lá também:
«(...) Do ar passou para o palco, nomeadamente para a Casa da Comédia, onde se estreou em 1967 com “Noites Brancas”, de Dostoievsky, com encenação de Norberto Barroca. Fez parte do Teatro Estúdio de Lisboa, de Luzia Maria Martins, na zona onde seria mais tarde a Feira Popular de Lisboa, e do Teatro Experimental de Cascais, de Carlos Avilez. Em 1979, cria a Companhia de Teatro de Lisboa juntamente com Carlos Quevedo, que viera para Portugal a convite do encenador argentino Victor Garcia. Com Victor Garcia, Graça Lobo faria “As Quatro Gémeas”, peça do autor argentino Copi.
Com a Companhia de Teatro de Lisboa, sem sede própria, em que ambos contratavam atores para os espetáculos que Carlos Quevedo encenava, Graça Lobo interpretou Joyce, Beckett, Pinter, Noël Coward, Ibsen, entre outros autores representativos do teatro contemporâneo. O último capítulo do “Ulysses” de James Joyce, em que a personagem feminina, Molly Bloom, está deitada na cama a pensar sobre o marido, o amante e a refletir sobre a sua própria vida teve estreia no Teatro São Luiz em Lisboa, em 1981. O cartaz e a cenografia eram de Júlio Pomar.
A sua dedicação à interpretação de uma personagem feminina tão complexa foi total e os resultados foram extraordinários ao ponto de um jovem jornalista se aproximar e expressar a sua admiração. Era Miguel Esteves Cardoso que no ano seguinte escreveria “Em Carne Cor de Rosa Encarnada” que teria Graça Lobo e Luís Madureira como atores. Na peça “Os Homens”, de Miguel Esteves Cardoso, Graça Lobo seria encenadora e intérprete. (...)».
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E recordamos o projeto tão discutido quanto à IGUALDADE no MINISTÉIO DA CULTURA designado «Diretoras e Criadoras nas Artes do Espetáculo na esfera do serviço Público» que aparecerá, nomeadamente, no documento que tem esta capa:
Bem vistas as coisas, temos obrigação de ir mais longe, e aproveitar o momento para se indagar sobre o que estará a ser feito no Ministério da Cultura no que diz respeito à Igualdade entre Homens e Mulheres no setor da Cultura e das Artes. Ou seja, no âmbito disto:
O Projeto atrás referido, tinha a ver - foi dito em ocasiões públicas - com a criação de um Portal onde soubéssemos «tudo» sobre Diretoras e Criadoras que se tenham distinguido. Certamente que GRAÇA LOBO tinha/terá lá o seu lugar. E pronto, aqui fica, também como lembrete ao Governo e em especial à Senhora Ministra da Cultura ...
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