terça-feira, 10 de março de 2020

«O tema da presença da mulher na Igreja está a tornar-se cada vez mais vivo. Não porque no passado tenha faltado o debate, mas muitas vezes limitávamo-nos a levantar a questão sem irmos além disso»


«O tema da presença da mulher na Igreja está a tornar-se cada vez mais vivo. Não porque no passado tenha faltado o debate, mas muitas vezes limitávamo-nos a levantar a questão sem irmos além disso.


Sem recuarmos muito no tempo, já João XXIII, na Pacem in terris, via como um dos sinais dos tempos a maior presença feminina na vida pública. Era óbvio que a mesma questão se levantaria também na vida da Igreja. Com João Paulo II, em especial com a Carta Apostólica Mulieris dignitatem, o tema foi abordado pela instância mais elevada do magistério. Bento XVI falou sobre isto diversas vezes, mesmo com tons preocupados, mas não teve tempo para traduzir em ações concretas, estruturas e mecanismos, os propósitos expressos. É um dos pontos que, com o gesto revolucionário da sua demissão, deixou em herança ao seu sucessor. O papa Francisco retomou diversas vezes o tema, com a sua habitual sinceridade e espontaneidade, e muitos esperam que também neste campo proceda com gestos significativos que deixarão marca.

Na Exortação Apostólica Evangelii gaudium, o primeiro e longo documento oficial inteiramente do novo Pontífice, afirma-se com decisão:

«Mas ainda é preciso ampliar os espaços para uma presença feminina mais incisiva na Igreja. Porque «o génio feminino é necessário em todas as expressões da vida social; por isso deve ser garantida a presença das mulheres também no âmbito do trabalho» (Compêndio da Doutrina Social da Igreja, n. 295) e nos vários lugares onde se tomam as decisões importantes, tanto na Igreja como nas estruturas sociais (n. 103)». (...)». Continue a ler.


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