terça-feira, 31 de janeiro de 2023

«FAITH RINGGOLD.BLACK IS BEAUTIFUL»

 



«Figure majeure d’un art engagé et féministe américain, depuis les luttes pour les droits civiques jusqu’à celles des Black Lives Matter, auteur de très célèbres ouvrages de littérature enfantine, Faith Ringgold a développé une œuvre qui relie le riche héritage de la Harlem Renaissance à l’art actuel des jeunes artistes noirs américains. Elle mène, à travers ses relectures de l’histoire de l’art moderne, un véritable dialogue plastique et critique avec la scène artistique parisienne du début du XXe siècle, notamment avec Picasso et ses « Demoiselles d’Avignon ». Cette exposition est la première à réunir, en France, un ensemble d’œuvres majeures de Faith Ringgold. Elle prolonge la rétrospective que lui a consacré le New Museum au début de l’année 2022 et est organisée en collaboration avec cette institution new-yorkaise». +

segunda-feira, 30 de janeiro de 2023

TEATRO |«Reinar depois de morrer»

 


REINAR DEPOIS DE MORRER

Texto de Luis Vélez de Guevara | Encenação de Ignacio García

COMPANHIA DE TEATRO DE ALMADA e COMPAÑIA NACIONAL DE TEATRO CLÁSICO

Reinar depois de morrer, da autoria de Luis Vélez de Guevara e escrita em 1635, é uma peça do siglo de oro espanhol com temática portuguesa — o mito de D. Pedro e Inês de Castro. Na sua abordagem a esta tragédia ibérica o autor inspirou-se e combinou ambas as línguas e sensibilidades — a saudade portuguesa e a crueza castelhana —, criando um milagre teatral com uma força imensa, que culmina na cena necrófaga e aterradora do cadáver reinante, metáfora barroca e símbolo de uma justiça tardia e estéril. A Companhia de Teatro de Almada repõe, com um novo elenco, uma criação estreada em 2019 que resultou de uma co-produção com a Compañia Nacional de Teatro Clásico. Reinar depois de morrer integrou a Mostra Espanha desse ano e subiu à cena no ano seguinte, em Madrid, com um elenco espanhol. Às récitas em Almada e no Porto, no Teatro Nacional São João, assistiram mais de 5.000 espectadores. Este espectáculo valeu a José Manuel Castanheira o Prémio Autores para Melhor Cenografia, e a Ignacio García o Prémio de Melhor Encenação, atribuído pela Associação de Encenadores de Espanha. - Saiba mais.

«Momento histórico para o cinema português: 'Ice Merchants' nomeado para os Óscares da Academia Americana»

 



O filme de João Gonzalez é um dos 5 nomeados para o Óscar de Melhor Curta-Metragem de Animação, cujos vencedores serão conhecidos a 12 de março. É a primeira vez na história do cinema português que um filme alcança esta etapa.

Ice Merchants, filme de João Gonzalez, tem um percurso único: foi o primeiro filme de animação português a ser premiado em Cannes; foi um dos 5 nomeados para os Prémios do  Cinema Europeu; somou 9 prémios em festivais qualificantes para o Óscar da Academia Americana; conquistou 45 outros prémios e menções especiais em festivais de cinema; ultrapassa as 100 seleções oficiais em festivais de todo o mundo, em menos de um ano de circuito.

E agora, pela primeira vez na história do cinema português, é um dos 5 nomeados para o Óscar de Melhor Curta-Metragem de Animação da 95.ª edição dos prémios da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas. Os resultados foram hoje anunciados em direto pela Academia Americana. A cerimónia final de atribuição de prémios decorre a 12 de março.

Ice Merchants conta a história de um homem e seu filho, que saltam de pára-quedas todos os dias, da sua casa fria e vertiginosa presa no alto de um precipício, para se deslocarem à aldeia que se situa na planície abaixo, onde vendem o gelo que produzem durante a noite.

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Algo que sempre me fascinou no cinema de animação é a liberdade que nos  oferece para criar algo a partir do zero. Cenários e realidades surrealistas e bizarras que podem ser utilizados como uma ferramenta metafórica. [...] Ice Merchants cobre uma história humana, sobre ligação familiar,  rituais simples e rotinas diárias, estudando-os metaforicamente como  base das relações humanas a longo prazo. [...] Esteticamente, tendo  a incorporar nos meus filmes o meu interesse por sombras fortes, ângulos de câmara extremos e paletas de cores limitadas. Há também um tratamento contínuo da banda sonora do filme, que começo a trabalhar desde o início da produção. [...] Ice Merchants é um drama familiar ambientado numa realidade impossível, trazido à vida com a colaboração da equipa de artistas mais talentosa e trabalhadora que eu poderia ter desejado." 

— João Gonzalez

Saiba mais.





ANTES DE IR PARA A ESCOLA | Três crianças carregam jerricans e garrafas com água, nos arredores de Saná, Iémen, antes de irem para a escola, a 28 de Janeiro de 2023.

 


Captada a 29 jan 2023 doAbrilAbri



domingo, 29 de janeiro de 2023

«ART AND LOVE IN RENAISSANCE ITALY | This important volume is the first to examine the entire range of works to which Renaissance rituals of love and marriage gave rise and makes a major contribution to our understanding of Renaissance art in its broader cultural context»

 

Disponível aqui

Description

Many famous Italian Renaissance artworks were made to celebrate love and marriage. They were the pinnacles of a tradition—dating from the early Renaissance—of commemorating betrothal, marriage, and the birth of a child by commissioning extraordinary objects or exchanging them as gifts. This important volume is the first to examine the entire range of works to which Renaissance rituals of love and marriage gave rise and makes a major contribution to our understanding of Renaissance art in its broader cultural context. Some 140 works of art, dating from about 1400 to 1600, are discussed by a distinguished group of scholars and are reproduced in full color.

Marriage and childbirth gifts are the point of departure. These range from maiolica, glassware, and jewelry to birth trays, musical instruments, and nuptial portraits. Bonds of love of another sort were represented in erotic drawings and prints. From these precedents, an increasingly inventive approach to subjects of love and marriage culminated in paintings by some of the greatest artists of the Renaissance, including Giulio Romano, Lorenzo Lotto, and Titian. Saiba mais.


sábado, 28 de janeiro de 2023

VOLTEMOS A FERNANDA FRAGATEIRO DEPOIS DE A VERMOS NAS «AS HORAS EXTRAORDINÁRIAS» DA RTP |«Mulheres Escultoras em Portugal»

 


Sinopse

Como Rosalind Krauss observou, a Escultura foi considerada durante séculos como uma arte de espaço composta de matéria inerte e imóvel, oposta às artes de tempo, alterando-se esta visão sobretudo a partir dos anos 30 do século XX.

As escultoras que aqui se apresentam foram-se cruzando com as particularidades, exigências e transformações do campo escultórico, contribuindo estes estudos de caso para um panorama mais completo do nosso património artístico.

Com este volume reuniram-se esforços para tornar mais visível quer o legado patrimonial das Escultoras, quer a actividade actual de modo a dar relevo e promover estudos nesta área. O primeiro ensaio aborda volumetrias quase invisíveis entre o século XVII e o início do século XX, desde Inácia da Conceição, em 1654, passando por Maria Margarida Ferreira Borges, Ada da Cunha, entre muitas outras. Os capítulos seguintes apresentam casos de estudo sobre: Maria Luísa de Sousa Holstein, Ana de Gonta Colaço, Dorita de Castel-Branco, Maria Barreira, Irene Vilar, Clara Menéres, Marina Mesquita, Cristina Ataíde, Fernanda Fragateiro, Ângela Ferreira, Joana Vasconcelos. O livro termina com uma antologia bibliográfica de estudos sobre mulheres artistas em Portugal até 2015, ano em que o volume foi fechado. Menção ainda para a introdução que faz referência às ausências. Saiba mais.


sexta-feira, 27 de janeiro de 2023

AINDA É NOTÍCIA |Nemat Shafik nomeada presidente da Universidade de Columbia| É A PRIMEIRA MULHER A OCUPAR O LUGAR

 


«Nemat Shafik nomeada presidente da Universidade de Columbia


A Universidade de Columbia nomeou Nemat ‘Minouche’ Shafik como a sua 20.ª presidente, tornando-se na primeira mulher escolhida para liderar a prestigiada instituição de Nova Iorque, anuncia o The Wall Street Journal. Shafik assumirá a presidência da universidade em julho e sucederá a Lee Bollinger, há 21 anos neste cargo, num momento tenso para o mundo académico norte-americano, que além de enfrentar uma decisão pendente do Supremo Tribunal dos EUA relativamente a programas de discriminação positiva nas universidades também se debate com questões de liberdade de expressão ou dos custos elevados na educação. 
Com 60 anos, a economista egípcia conta já com uma carreira notável: foi vice-presidente do Banco Mundial, ex-subdiretora geral do FMI e anterior vice-governadora do Banco de Inglaterra. Atualmente é diretora da London School of Economics and Political Science, cargo que desempenha desde 2017. No momento em que Nemat Shafik tomar posse, seis das oito universidades da Ivy League (exceto Princeton e Yale) serão presididas por mulheres». Nas Escolhas das Editoras da EXECUTIVA na newsletter de hoje..



«The future of food /Opportunities to improve health through reformulation»

 

Veja também neste endereço

«Many of us live in environments where the food that is most readily available is unhealthy. One way we can change this is by reducing the calorie density of the food we eat through reformulation. Calorie density is the number of calories per gram of food, with higher calorie-dense food providing more energy in smaller quantities than less calorie-dense food. This is particularly appealing as these changes are often imperceivable and don’t require individual-level behaviour change. Reformulating foods means using new ingredients, changing recipes or adapting manufacturing processes to reduce their calorie density».

quinta-feira, 26 de janeiro de 2023

NA RTP2 | «Inesquecível» | A NÃO PERDER

 

 Se posível leia  no Ípsilon.


Excerto:«(...) Cada temporada trata de um crime: um jovem afro-britânico desaparecido, um pequeno empresário do entretenimento com ligações ao Partido Conservador encontrado numa mala, e por aí fora. Os protagonistas são a inspectora Cassie Stuart (Nicola Walker), analítica e focada, e o afável detective Sunny Khan (Sanjeev Bhaskar), trunfos da série criada por Chris Lang em 2015 (exacto, não é “nova”) e que vem gerando, calma e consistentemente, um passa-palavra graças à sua qualidade e à sua fiabilidade. Anita Singh, no Telegraph, sublinhou que a detective Cassie Stuart é “retumbante e reconfortantemente normal”. É um elogio. (...)».

Bom, se isto vale alguma coisa, não perdemos um episódio. E como não reparar?, uma mulher é a protagonista - e que representação! E faz parceria com um homem, de quem é chefe, igualmente fantástico.



segunda-feira, 23 de janeiro de 2023

«(Re)Descobrir Teresa Sousa. Gravura – 60 anos depois EXPOSIÇÃO | 8 nov. '22 - 11 fev. '23 | Sala de Exposições - Piso 2 | Entrada livre»


Saiba mais

Apesar de ter sido uma pioneira da gravura moderna em Portugal, e com participação frequente em exposições à época da sua produção artística, Teresa Sousa é hoje um nome com poucas referências na literatura da especialidade e quase apenas do conhecimento de estudiosos de arte moderna portuguesa. Distinguiu-se como gravadora, mas também se dedicou à pintura, ao desenho, e às artes decorativas. 

Ao tempo em que desenvolveu a sua atividade como artista plástica (1955 - 1961), Teresa Sousa foi bastante prolífica, reconhecida e premiada, mas a morte prematura, com apenas 33 anos acabados de fazer, interrompeu uma carreira que se augurava promissora. Deixou bastantes trabalhos por concluir, nomeadamente gravuras, cartões para tapeçarias e projetos para mosaicos. Com excepção de algumas gravuras, a sua obra nunca foi objeto de estudo. 

A exposição (Re)Descobrir Teresa Sousa, Gravura – 60 anos depois, que em boa hora a Biblioteca Nacional de Portugal teve a iniciativa de promover, precisamente no ano em que passam 60 anos sobre a morte da artista, é a sua 2ª exposição individual, agora sob a forma de uma retrospetiva da obra gravada. (...). Continue a ler.

 

domingo, 22 de janeiro de 2023

«TRANSFAKE» | Na última quinta-feira «ativista invadiu o palco seminua e gritou "transfake", em referência ao facto de uma das duas personagens trans ser interpretada por um ator cisgénero»| O PROTESTO LEVOU A UMA MUDANÇA NO ELENCO

 



Excertos do artigo a que se refere a imagem: «Na noite desta quinta-feira, dia 19 de janeiro, a peça de teatro "Tudo Sobre a Minha Mãe", em cena no Teatro São Luiz, em Lisboa, foi interrompida pela performer e atriz travesti brasileira Keyla Brasil. A ativista invadiu o palco seminua e gritou "transfake", em referência ao facto de uma das duas personagens trans ser interpretada por um ator cisgénero, André Patrício. "Transfake! Desce do palco! Tenha respeito por este lugar", gritou». (...)

Esta sexta-feira, 20 de janeiro, o site do Teatro São Luiz anunciou que a contestação levou a uma mudança no elenco. "No seguimento de vários atos de contestação pela representação de uma personagem trans por um ator cis e pela criação de condições de acesso e representatividade para pessoas trans, o Teatro do Vão decidiu alterar o elenco do espetáculo Tudo Sobre A Minha Mãe, texto de Samuel Adamson, a partir do filme de Pedro Almodóvar, com encenação de Daniel Gorjão, integrando a atriz trans Maria João Vaz na interpretação da personagem Lola. Esta possibilidade torna-se agora viável pelo empenho do Teatro São Luiz e do Teatro Municipal do Porto", pode ler-se na página do teatro».

Acresce reparar que a generalidade da imprensa deu cobertura ao sucedido e dizem-nos que tem ocupado redes sociais:





É de ler também neste endereço "A mudança faz-se mudando": encenador Daniel Gorjão reage a invasão de palco de artista trans Keyla Brasil.


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Registado o que acabamos de registar, lembramos que neste post tinhamos divulgado a peça e, coincidência!, no mesmo dia o início da polémica a que se refere o que atrás expusemos. Ora, no EM CADA ROSTO IGUALDADE entre outras finalidades queremos contribuir para o debate em torno das igualdades e da diversidade. E  este acontecimento no São Luiz se um mérito já teve foi chamar a atenção para este assunto que é debatido de forma séria e argumentada por esse mundo fora. Aliás, do propósito do espectáculo, como se pode ler no site do São Luiz: «Daniel Gorjão pretende com este espetáculo dar palco e voz a temas que se encontram socialmente em discussão na agenda mediática, como é o caso da identidade de género e orientação sexual, permitindo uma reflexão por parte do público». Assim, entrando no debate, a quente, o nosso contributo, no seguimento de outros posts em que direta ou indiretamente nos focamos no problema, nomeadamente chamando a atenção para um filme, um peça de teatro, um livro, para ... a força da cultura e das artes na denúncia de desigualdades e na construção de soluções, em particular na estruturação de politicas públicas. E, claro, mostramos  figuras  a seguir pelas mais diversas razões. Se bem nos lembramos já o fizemos para os que «gritam» TRANSFAKE - e são  a favor ou contra. Neste quadro, de seguida, alguns apontamentos.

COMECEMOS PELOS TERMOS  


Transfake: a exclusão de pessoas trans que fortalece os estereótipos na arte

Em analogia ao blackface, o termo é referente à interpretação de personagens transgêneros por atores e atrizes cisgênero


De lá: « De acordo com a atriz e pesquisadora Renata Carvalho, que é fundadora do Movimento Nacional de Artistas Trans (Monart), o transfake nasce do “blackface”, que é uma prática racista em que atores brancos pintam o rosto de preto, fingindo ser negros, para fazer comédia sobre pessoas negras. Diferentemente do blackface, o transfake não ocorre somente na comédia, mas também no drama, quando personagens transgênero são interpretados por pessoas cisgênero, sem fidelidade à realidade e alimentando esteriótipos preconceituosos.
“Esse nome foi dado pelo movimento trans em 2017. Algumas pessoas não gostaram e tentaram mudar para ‘transface’, em referência ao blackface, mas nós não aceitamos porque não é a mesma coisa. O transfake não ocorre somente na comédia, mas também no drama. O que as duas coisas têm em comum é a prática de excluir corpos, pretos e trans, dos espaços de criação de arte”, explica Renata.
“Nós existimos nos roteiros, nas novelas, nas peças de teatro, mas não é permitido que nossos corpos estejam presentes para representar papeis, principalmente os protagonistas”, completa».

CISGÉNERO


Veja na wikipedia

Dito de outra forma: «Você já ouviu os termos cisgênero e transgênero? Esses nomes referem-se ao que é conhecido como identidade ou expressão de gênero, ou seja, à maneira como uma pessoa identifica-se. O ser humano pode identificar-se com seu sexo de nascimento (macho ou fêmea, masculino ou feminino), com o gênero oposto ao seu biológico ou apresentar características dos dois tipos». Daqui


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Cruzando o protesto em torno de «Tudo sobre a minha mãe», do São Luiz, com os termos / conceitos anteriores,  não surpreende que muitas pessoas - nas quais pensamos nos incluimos  (mas com toda a disponiblidade para continuar a reflectir) -  sintam alguma incomodidade, por exemplo, ao lembrarem-se de representações fabulosas, como as que se verificaram nos trabalhos abaixo - e certamente nelas se poderão incluir a contestada do espectáculo aqui  em causa. E também não se consegue aderir facilmente à substituição no elenco. O que neste momento sobreleva: é perturbador. Onde fica a liberdade na criação?  Mas ainda a procissão vai no adro ..., e de repente até concluimos que foi a melhor solução. Veremos. Mas vamos a trabalhos com representações de «perder o fôlego» e que praticado o «transfake» não os teriamos:



Veja aqui


Densifiquemos: «Eu sou a Minha Própria Mulher”, neste caso protagonizada por Marco D’Almeida, foca-se na vida de Charlotte von Mahlsdorf, uma pessoa transgénero que viveu sob o regime nazi, primeiro, e depois na Berlim Oriental da República Democrática Alemã. A peça estreou-se nos Estados Unidos em 2003, e venceu vários prémios, incluindo um Pulitzer de Teatro e um Tony Award. A encenação de Carlos Avillez, na qual Marco D’Almeida interpreta 35 personagens, abriu em fevereiro a temporada 2022 do Teatro Experimental de Cascais (TEC)».


Leia aqui uma critica ao filme

E a juntar à linha de raciocinio que tentamos desenvolver nesta parte do post, mais isto: «Por que atores cisgêneros não devem mais aceitar personagens trans?O ator Eddie Redmayne ganhou um Oscar por seu papel em A Garota Dinamarquesa (2015). Hilary Swank também levou uma estatueta pelo filme Meninos Não Choram (1999), assim como Jared Leto por Clube de Compras Dallas (2013). Felicity Huffman não venceu, mas foi indicada por seu trabalho em Transamérica (2005). Em comum, todos são atores cisgêneros interpretando personagens trans. Uma situação que não pode mais ser encarada como normal».

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No deambular pela internet em busca de argumentos em torno do Transfake e do seu contexto este encontro:


«Acho que o meu maior sonho seria ser apenas uma artista, mas ainda sou e somos a artista ‘trans’» 

Maria Lucas -  Daqui, ou seja, deste «papo»:



Dizer que IMS é a sigla do prestigiado  INSTITUTO MOREIRA SALLES.

Nesta circunstância particular lembrámo-nos da questão das QUOTAS de maneira a equilibrar as situaçoes entre HOMENS e MULHERES em lugares de trabalho. Quem sabe se pode ir a esse debate - ampliá-lo? -   para o que agora nos está aqui a ocupar... De momento nem nos lembramos quem o disse mas veio-nos também à memória esta posição: eu não gosto de quotas, mas gosto do que elas provocam. Talvez se adeque à discussão que agora nos move.


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O post já vai longo,  vamos rematar, assim: 

- As «igualdades/desigualdades» devem ser discutidas em toda a parte. Defendemos que as ORGANIZAÇÕES quaiquer que elas sejam (por conseguinte também as de cultura e artes) são sedes de excelência em alternativa a um debate generalista embora não se exclua, naturalmente. E para isso é útil ter presente o DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL em que as igualdades e diversidades estão presentes e constam da seguinte formulação: 


Por exemplo, se procurarmos em RELATÓRIOS DE EMPRESAS de referência, em especial se INTEGRADOS, verificamos que as problemáticas que aqui nos estão a ocupar são tratadas.

 - Em termos institucionais, e para o nosso País, lembrar que existe a Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Géneroa «A Estratégia Nacional para a Igualdade e a Não Discriminação 2018-2030 «Portugal + Igual», e o Plano de Ação para o Combate à Discriminação em razão da Orientação Sexual, Identidade e Expressão de Género, e Características Sexuais. Não nos parece descabido que se questione que atividades há neste dominio particular.

- Por fim, impõe-se que o Ministério da Cultura nos diga o que tem a dizer sobre tudo isto, nomeadamente como estas problemáticas têm expressão no MODELO DE APOIO ÀS ARTES e divulguem as reflexões e estudos em que se apoiam.

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Ainda, na Nações Unidas os assuntos  abordados neste post fazem parte de diferentes agendas. Apenas atitulo de ilustração na UN WOMEN:


Veja aqui

sábado, 21 de janeiro de 2023

CINEMA | «Porquinha»




«A Sara todos chamam cerdita (a “Porquinha” do título) naquele pueblo da Estremadura espanhola, ali para os lados de Cáceres. Filha de talhantes, gente conservadora da classe média, a impressionante personagem a que Laura Galán dá corpo é uma adolescente cheia de problemas, a obesa da aldeia, vítima de bullying na escola, claro, amigos não tem, todos fogem dela. (...)
“Porquinha” é um filme corajoso e que sabe o que quer. / FRANCISCO FERREIRA - Expresso


quinta-feira, 19 de janeiro de 2023

TEATRO SÃO LUIZ |«Tudo sobre a minha mãe»|ATÉ 22 JAN 2023| LISBOA

 

DESCRIÇÃO

«Tudo Sobre a Minha Mãe, texto de Samuel Adamson a partir do filme de Pedro Almodóvar, centra- se na vida de Manuela – uma enfermeira, mãe solteira, que assiste à morte do filho no dia em que completaria 17 anos. Manuela parte numa viagem à procura do pai do filho e, nesse recuperar do passado, encontra uma antiga amiga com quem ele se prostituiu, conhece uma freira e começa a trabalhar como assistente de uma conhecida atriz de teatro. Tudo sobre a minha mãe é um espetáculo sobre a incondicionalidade da força feminina – sobre o que é ser mulher (periférica ou não, racializada ou não, cis ou transgénero). Parte da dramaturgia destas mulheres, que de tão incondicionais fazem cair a concretude do espaço e do tempo cinematográficos, tornando-as símbolos de sobrevivência e resistência. Daniel Gorjão pretende com este espetáculo dar palco e voz a temas que se encontram socialmente em discussão na agenda mediática, como é o caso da identidade de género e orientação sexual, permitindo uma reflexão por parte do público». Saiba mais




quarta-feira, 18 de janeiro de 2023

«Uma situação que ainda não acabou e que Denilson Baniwa pinta, misturando antigos petróglifos – tais como animais totémicos e símbolos de pertença – com os temas das explorações de hoje em dia: o tráfico de seres humanos, o comércio de mulheres, o abandono das tradições, para abraçar as novas culturas trazidas pelo “mercado livre”»





«(...)
Frontera, em espanhol, sublinha a miscigenação de línguas que ocorre, por exemplo, nas áreas da região do Alto Rio Negro – terra natal de Denilson -, que através dessa palavra pretende também chamar a atenção para o processo de descimentos”, ou seja, a migração compulsória de indígenas da Amazónia que se deslocaram para trabalhar em indústrias extrativas, num regime de exploração da sua mão de obra e dos seus saberes. Contudo, a exploração dos povos nativos não aconteceu somente através do trabalho, mas igualmente pela ocupação das suas terras, num processo de violência perpetrada ao longo de séculos, que tinha como finalidade a transformação dos povos indígenas em escravos. Uma situação que ainda não acabou e que Denilson Baniwa pinta, misturando antigos petróglifos – tais como animais totémicos e símbolos de pertença – com os temas das explorações de hoje em dia: o tráfico de seres humanos, o comércio de mulheres, o abandono das tradições, para abraçar as novas culturas trazidas pelo mercado livre”. Um universo que Denilson delineou também no conceito da exposição Nakoada, palavra utilizada pelo povo Baniwa para identificar uma estratégia de guerra para elaborar novas possibilidades de permanência no mundo: se antigamente essa prática era usada para lidar com outros povos nativos, hoje é preciso repensar na Nakoada em relação às culturas não-indígenas. (...)». Leia na integra na UMbigo.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2023

TEATRO DO BAIRRO | «𝙋𝙚𝙣𝙩𝙚𝙨𝙞𝙡𝙚𝙞𝙖»

 


«PENTESILEIA, de Heinrich von Kleist (1808) narra a tragédia da Rainha das Amazonas que se apaixona pelo herói Aquiles. Pentesileia chega à guerra de Tróia à cabeça do seu exército de Amazonas para capturar homens que servirão na reprodução de mais Amazonas na Festa das Rosas, ritual religioso que marca a iniciação das virgens guerreiras como mulheres férteis e futuras mães. Quando Pentesileia se apaixona por Aquiles e ele por ela, começa a tragédia». Saiba mais.







sábado, 14 de janeiro de 2023

NO PROGRAMA LINHA DA FRENTE | «Não Quero Ser Mãe»

 



«A experiência da não maternidade é uma nova possibilidade de escolha para as mulheres de hoje, mas essa decisão continua a ser alvo de julgamento social. Há cada vez mais mulheres a não querer ter filhos, mas isso tem um preço. Muitas vezes são julgadas, criticadas e até insultadas. E essa pressão é maior para as mulheres que para os homens.
Mas porque razão um aparente exercício de liberdade individual suscita tantas reações negativas? E numa sociedade virada para a maternidade como vive quem diz não?
O Linha da Frente falou com mulheres que se sentem pressionadas pela sociedade e conheceu as suas histórias. "Não Quero Ser Mãe" é uma reportagem de Marta Jorge com imagem de João Martins, edição de Sara Cravina, grafismo de António Vasconcelos, pesquisa de Rita Rodrigues, produção de Natacha Silva Frey e coordenação de Mafalda Gameiro»
. Saiba mais.



sexta-feira, 13 de janeiro de 2023

MARIA ONDINA BRAGA |o ano do centenário do seu nascimento

 


«No dia 13 de janeiro de 2022 completaram-se 100 anos sobre a data de nascimento da escritora bracarense Maria Ondina Braga. Até 13 de janeiro de 2023, é uma ocasião privilegiada para se proceder à celebração do I Centenário do Nascimento da escritora. Neste espírito, e congregando várias entidades e parceiros institucionais, elaborou-se um programa de atividades em torno da ativa promoção do conhecimento da sua vida e obra, em vários níveis de intervenção e tendo como alvo públicos diversificados.


Nascida em Braga, a escritora Maria Ondina Braga tornou-se uma cidadã do mundo, face à sua vocação cosmopolita, viajando e trabalhando em vários continentes e países – da Europa (França, Inglaterra), passando pelo Brasil, por Angola e por Goa, com destaque para Macau e para a China. A sua obra multifacetada (contos, romances, crónicas, memórias) mostra-se profundamente marcada pela congenial vocação para a viagem e para o diálogo intercultural.


As mais recentes publicações de estudos críticos sobre a obra de Maria Ondina Braga demonstram cabalmente que a sua escrita atrai a atenção ensaística de investigadores de vários países – Europa (França, Inglaterra, Itália, etc.), Brasil, EUA, Macau e China. Esta forma de receção crítica é um sinal eloquente de que a obra da escritora nascida em Braga se tornou motivo de interesse à escala global.


Por outro lado, as diferentes temáticas abordadas, da viagem e multiculturalidade ao silêncio das mulheres diagnosticado à escala global, da memória ao registo etnográfico, antropológico ou ecológico ou ecocrítico, passando pelas histórias e segredos ou ainda pelas biografias de outras mulheres escritoras, “suas companheiras de solidão”, como Virginia Woolf, as irmãs Brontë, Jane Austen, Selma Lagerlöf, Sei Shonagon, Katherine Mansfield, Irene Lisboa, Ana Plácido, Rosalía de Castro, Carson Mc Cullers ou Anaïs Nin, para citar apenas algumas delas, confirmam a amplitude temática de uma escrita que não se confina a um género ou a um registo autobiográfico e parece ganhar nos dias de hoje uma renovada e acutilante atualidade». Saiba mais



Hoje no Theatro Circo de Braga a assinalar a data «EU VIM PARA VER A TERRA»: «“Eu Vim Para Ver a Terra: viagens com Maria Ondina Braga” é um evento performativo e interartístico concebido no âmbito das Comemorações do Centenário da escritora portuguesa mais cosmopolita do século XX, nascida em Braga, a 13 de Janeiro de 1922.
Através do diálogo entre a palavra de Maria Ondina Braga com os sons do piano de Luís Pipa, a pipa de Lu Yanan, as atmosferas luminosas de Mariana Figueroa e as imagens contruídas em tempo real pelo artista plástico João Alexandrino (JAS), o espetador é convidado a viajar por diferentes geografias, culturas, ambientes, emoções e sonoridades, acompanhando a escritora no seu percurso pelo mundo. (...)». Continue a ler.




E a não perder na TSF: «Se o centenário do nascimento de Maria Ondina Braga (cuja programação termina esta noite com um espectáculo na sala principal do Theatro Circo) te passou ao lado, por inconseguimento teu (perdoa que use um palavrão ontem novamente retirado do baú), podes compensar a perda que a ti mesmo infligiste, visitando um destes dias o espaço tão delicado, de uma densidade subtil, que lhe foi dedicado no jardim do museu Nogueira da Silva, em Braga.

Ali encontrarás alguns objectos do seu uso quotidiano, e sentirás o aconchego de um espaço pensado também para a leitura.

Se és do digital, arquiva esta: os teus dedos podem alcançar num toque suave, o espólio de Maria Ondina. Muitos dias têm cem anos, mais velozes passaram os do centenário que a escritora pretendia adiar por uma década. (...)». Ouça aqui.

Ainda, lembremos o post:Obras Completas de Maria Ondina Braga .