sexta-feira, 18 de outubro de 2024

«apartheid de género»

 


«"Ensinar é uma sensação maravilhosa e estar à frente dos rostos do futuro do Afeganistão é a minha maior honra. Quando as suas belas vozes soam nos meus ouvidos e expressam os seus sonhos de se tornarem médicas, engenheiras, advogadas, ministras, presidentes ou pilotos, sinto-me como se estivesse a flutuar. Nada nem ninguém pode impedir o nosso progresso, nem mesmo os talibãs." Foi assim, por carta, que a professora afegã, Nehal Naderi, se dirigiu às suas alunas, depois de ter sido decretada pelos talibãs uma nova legislação que reprime ainda mais as mulheres. Proíbe que sejam ouvidas em público, que mostrem o rosto fora de casa, que olhem para um homem que não faz parte da família ou que saiam de casa sem um acompanhante masculino, divulga o El País. Desde que tomaram de novo o poder, há três anos, os fundamentalistas fizeram uma exclusão, sem precedentes no mundo, das mulheres. Os mais de 100 decretos publicados retiraram as mulheres da vida pública, forçando metade da população a prisão domiciliária, sem acesso a emprego, ao lazer e à assistência médica. Mesmo tendo fechado as portas à educação das maiores de 12 anos, as afegãs continuam a frequentar escolas clandestinas e aulas online, apesar do risco que correm. No país mais repressivo do mundo, as mulheres e as raparigas enfrentam uma discriminação que pode equivaler a uma perseguição baseada no género, considerada um crime contra a humanidade, e que pode ser chamada de apartheid de género, como foi declarado pelas Nações Unidas».  Tirado da EXECUTIVA. 



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