“CONDENSAR O MUNDO NUM SÓ GRITO!”
Celebrando os 50 anos do 25 de Abril, quando se perfazem 130 anos do seu nascimento e é publicado, em Portugal e no Brasil um grande dicionário da sua obra, “FLORBELA, FLORBELA” é uma homenagem a Florbela Espanca através de um espetáculo que interpreta a sua obra e a sua vida.
Este espetáculo conta com três personagens: 1 – atriz que representa a poetisa; 2 – atriz atual que interpreta o papel de Florbela Espanca na peça; 3 – encenadora e autora da peça teatral.
As três personagens, desenvolvem uma relação de conflito, aproximação / afastamento, apreço / crítica entre si, revelando não só os principais momentos da vida de Florbela, os seus dramas e paixões, a forte crítica social preconceituosa da época em que viveu, como as tensões existentes entre si, entre a mentalidade atual e a mentalidade da época em que viveu Florbela, entre os preconceitos de ontem e os de hoje. Todas estas tensões explodem e confluem para a criação do espetáculo dramático e lírico destas três mulheres / personagens.
Celebrando os 50 anos do 25 de Abril, quando se perfazem 130 anos do seu nascimento e é publicado, em Portugal e no Brasil um grande dicionário da sua obra, “FLORBELA, FLORBELA” é uma homenagem a Florbela Espanca através de um espetáculo que interpreta a sua obra e a sua vida.
Este espetáculo conta com três personagens: 1 – atriz que representa a poetisa; 2 – atriz atual que interpreta o papel de Florbela Espanca na peça; 3 – encenadora e autora da peça teatral.
As três personagens, desenvolvem uma relação de conflito, aproximação / afastamento, apreço / crítica entre si, revelando não só os principais momentos da vida de Florbela, os seus dramas e paixões, a forte crítica social preconceituosa da época em que viveu, como as tensões existentes entre si, entre a mentalidade atual e a mentalidade da época em que viveu Florbela, entre os preconceitos de ontem e os de hoje. Todas estas tensões explodem e confluem para a criação do espetáculo dramático e lírico destas três mulheres / personagens.
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“FLORBELA, FLORBELA” intenta homenagear esta poetisa de origem alentejana, através de um espetáculo que interpreta a sua obra e a sua vida (1894 – 1930), nascida em Vila Viçosa, que estudou e viveu em Évora, antes de se deslocar para Lisboa, tendo morrido em Matosinhos.
Esta peça é igualmente uma homenagem à mulher portuguesa, sobretudo à mulher do interior, que, mais do que a das grandes cidades, viveu durante o regime do Estado Novo segundo um estatuto social de opressão e de humilhação. Com efeito, Historicamente, ao longo do século XX, a poesia de Florbela foi enredada em dois labirintos que a ultrapassavam e de certo modo a deformavam, ou, pelo menos a inclinavam hiperbolicamente num sentido exterior à sua poesia: 1. – o labirinto das representações culturais portuguesas, no qual Florbela sofre da condição inferior do estatuto da mulher ao longo do regime do Estado Novo, para lhe ser feita justiça após a instauração do regime democrático em 1974; 2. – o labirinto das sucessivas disputas hermenêuticas literárias, que ora acolhiam, ora diabolizavam a sua obra.
Do primeiro, nasce a imagem de Florbela como mulher angustiada, que a dor, o sofrimento e a desadaptação social convertem genialmente em poesia lírica, exprimindo as emoções prevalecentes na natureza feminina. Este é o núcleo central da imagem de Florbela face aos quadros mentais do Estado Novo: uma mulher romântica, desequilibrada, incapaz de reprimir e esconder os seus desejos sensuais femininos.
Face a este núcleo central, desenha-se, ao mesmo tempo, uma outra imagem social que pode ser designada por contra-mito: Florbela tinha sido uma mulher livre, que rompera a barreira dos preconceitos conservadores, nacionalistas e tradicionalistas da sociedade portuguesa patriarcal. Em síntese, alguns sonetos são vistos como libertinos, expressão de uma espécie de D. Juan feminina, outros recolhem a tradição portuguesa da mulher sofrida, esmagada pela sociedade, vivência comum à mulher urbana, popular, esposa, mãe e dona de casa.
“FLORBELA, FLORBELA” ressuscita estas vivências em palco através de três mulheres, tornando-se, assim, um tributo à memória da cultura portuguesa do século XX.
Miguel Real
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