«(...) A vontade de querer fazer surge, ainda hoje, da mesma maneira, muito ligada à emoção. Racionalmente, sei bem o porquê daquilo que faço, mas penso que tudo contínua a nascer de uma urgência do fazer e do sentir, que se descobre e aclara no decurso do trabalho.
Lembro-me de algo que se passou no ArCo, quando estava grávida e a trabalhar numa longa-metragem em que participei (fui sempre arranjando outros trabalhos para poder pagar as minhas despesas). Na altura, propus-me a uma avaliação externa e lembro-me de uma frase que então me disseram, que ainda hoje ressoa na minha memória: “Nós aqui precisamos que a pessoa tenha disponibilidade total”. Só muitos anos depois percebi como isso, dito numa altura de maior fragilidade, me afectou. E efectivamente eu concordei, sabendo que não ia ter o tempo que gostava, ou a disponibilidade dos outros. Foi uma afirmação desprovida de malícia, mas sinto que ainda agora me acompanha. (...)». Leia na integra.
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