quinta-feira, 30 de outubro de 2025

«Mulher nas suas múltiplas facetas é destaque nos Dias do Cinema português em Berlim»

 


excertos

«O festival Dias do Cinema português, em Berlim, arranca na quinta-feira com a mulher, nas suas múltiplas facetas, em destaque nos 12 filmes, maioritariamente de ficção, ao longo de todo o mês de novembro. (...).
A presidente da Associação 2314, que organiza o festival anual, destaca a preponderância absoluta de ficção sobre o documentário nesta edição.
“Curiosamente, o único documentário que apresentamos, Mulheres do Meu País, de Raquel Freire, quase poderia ser visto como uma síntese da edição deste ano. O filme aparece-nos como a resposta deste início do século XXI ao trabalho de Maria Lamas, e apresenta-nos 14 portuguesas muito diferentes e profundamente cativantes na sua maneira de estar na vida”, destaca. (...)».


DIANE KEATON _ ciclos de cinema na Cinemateca e no Nimas _ em Lisboa

 

Manhattan" de Woody Allen

CICLO
In Memoriam Diane Keaton

«Todos a lembram imediatamente como um raio de luz no cinema de Woody Allen, o contraponto humano para os pequenos monstros neuróticos que Allen criava para si próprio. ANNIE HALL, claro, que até tem como título o nome da personagem interpretada por Keaton, será o momento mais célebre e mais luminoso das várias colaborações entre os dois, mas antes dele houve outros filmes a juntá-los (PLAY IT AGAIN, SAM, SLEEPER, LOVE AND DEATH) e depois dele também (INTERIORS, MANHATTAN e, derradeira e tardia colaboração Keaton/Allen, MANHATTAN MURDER MYSTERY).

Apesar da proeminência, seria curto resumir a carreira de Diane Keaton ao estatuto de perfeita “sidekick” de Woody Allen. Essa é apenas uma faceta da carreira da actriz, mas também, sobretudo, uma faceta de uma persona que não se deixa definir assim tão facilmente. Basta lembrar que, mais ou em simultâneo com estas incursões no burlesco neurótico-intelectual woodyalleniano, Keaton entrava num par de filmes crucial no cinema americano dos anos 70, os GODFATHER (I e II), no papel magoadíssimo de Kay Corleone, a mulher de Michael (Al Pacino), primeira testemunha da conversão do marido à frieza mafiosa. Ou o seu trabalho num dos filmes mais insólitos do cinema americano dessa década, o LOOKING FOR MR GOODBAR de Richard Brooks que a punha num trajecto pela sordidez dos bas-fonds (filme do mesmo ano de ANNIE HALL, e que é provavelmente o papel que mais contrasta com a personalidade que Keaton projectava no cinema de Allen).
A partir dos anos 80, Keaton moldou ainda outra faceta para a sua persona, nos papéis de “mulher de meia-idade”, quase sempre em convivência com a comédia romântica e num modelo (apenas semi-caricatural) em vizinhança com uma elegância “burguesa” plenamente assumida (os filmes dos “clubes”: FIRST WIVES’ CLUB, BOOK CLUB). Talvez nenhum filme do período tardio de Keaton seja uma obra-prima, mas a sua presença garantia-lhes, no mínimo, graça e inteligência, uma graça e uma inteligência que eram, essencialmente, dela.
Experimentou a realização por várias vezes, e a sua primeira ficção (UNSTRUNG HEROES, de 1995), até foi seleccionada para o Festival de Cannes. Como realizadora, esteve envolvida na mais mítica série americana da década de 1990 (dirigiu um episódio de TWIN PEAKS, a série tutelada por David Lynch).
Homenageamo-la com ANNIE HALL (claro!), com um representante dessa elegância tardia, madura (MORNING GLORY), e com um filme que realizou (HANGING UP), aliás, a derradeira das suas experiências atrás da câmara». Saiba mais no site da CINEMATECA. 

*
*   *


Cinema Medeia Nimas - Lisboa
«Diane Keaton (1946-2025) impôs-se como o símbolo de uma modernidade “divertida” e livre, que marcou o cinema americano. “O seu rosto e o seu riso iluminavam qualquer espaço em que ela entrasse”, escreveu Woody Allen, que por ela se enamorou ao primeiro olhar, na sua evocação. Juntos fizeram os mais belos filmes das suas vidas, que veremos no Nimas ao longo do mês». Saiba mais.


segunda-feira, 27 de outubro de 2025

«CAMINHOS ENTRE A TERRA E O FOGO»





Exposição de Cerâmica Artística 

“Caminhos entre a Terra e o Fogo"


Esta exposição convida o público a mergulhar num universo com raízes ancestrais e, ao mesmo tempo, contemporâneo do que é a Cerâmica.

 As peças apresentadas são o resultado de um diálogo entre a matéria-prima, o espírito criativo e a intuição; onde o barro que é Terra, encontra a Água, o Ar e o Fogo.  Estes quatro elementos associados aos pigmentos fazem a alquimia surgir pelas mãos destes Artistas.

Para alguns a cerâmica é associada a objectos utilitários que usamos diariamente. No entanto, para outros apresenta-se como meio de expressão artística.

 Ao longo da história das Artes, o trabalho com a argila tem transcendido funções práticas para se afirmar como linguagem estética, carregada de simbologia, memória e emoção.

Manusear a terra sempre foi mais do que fabricar simples objectos: é um acontecimento alquímico, um gesto poético e uma forma de contar histórias, preservar tradições e celebrar a beleza que a Arte nos transmite em cada detalhe.

 Nesta exposição, os artistas ceramistas traçam seus próprios caminhos, explorando texturas, volumes, cores e formas que nascem da paixão que ocorre no encontro íntimo com os elementos naturais.

 As obras expostas revelam a diversidade nas abordagens e testemunham a força expressiva que a cerâmica conquistou no panorama das artes visuais contemporâneas.

Caminhos entre a Terra e o Fogo” é, portanto, uma celebração da matéria viva que é o barro, o Ar e a Água com a energia do Fogo, dos pigmentos e, principalmente, da criatividade humana que transmite e expressa visões que emocionam.. Veja mais.

 


domingo, 26 de outubro de 2025

na morte de LABORINHO LÚCIO

 



Laborinho Lúcio morreu. Acima a primeira página do jornal PÚBLICO de 24 OUT 2025A legenda quase encantatória:«O Magistrado que desafiou a monotonia da Justiça». Se puder, a não perder, no mesmo jornal o trabalho seguinte, de 23 OUT, que a nosso ver  dá um retrato de Laborinho Lúcio que mostra porque tantos dos seus contemporâneos se orgulham da sua existência:
 
«Morreu Laborinho Lúcio, o ministro da Justiça que se definia como um jovem escritor com um grande futuro atrás - Ex-ministro tinha 83 anos e morreu na madrugada desta quinta-feira. Assumiu vários cargos públicos, escreveu romances e ajudou a desocultar os abusos sexuais dentro da Igreja».|   | 23 de Outubro de 2025

De lá este excerto:


Uma nota muito pessoal: não sendo nós de «direito»,  sempre que podíamos não perdemos iniciativas em que Laborinho Lúcio participava, acrescidas de entrevistas, escritos, ... Antecipávamos que íamos aprender com aquele protagonista «diferente» - sábio. Longe dos lugares comuns, de «mainstreamings».  E assim, invariavelmente, aconteceu - a qualidade presente!, o comprometimento - como se não pudesse ser diferente.  Obrigada, Laborinho Lúcio.   

*
*   *



SINOPSE

«A pequena Marília, de 10 anos, vê-se envolvida num conflito parental, receando vir a ser impedida de manter uma relação de proximidade com o pai.
Nas situações de conflito parental, a necessidade de ouvir a criança é decisiva.
Este livro foi escrito a pensar em todas as crianças e jovens confrontados com a separação ou o divórcio dos pais, que tenham de ser ouvidos no tribunal em relação à sua vida futura. Mas dirige-se também aos adultos envolvidos (pais, irmãos, amigos, educadores, técnicos), que sintam a necessidade de explicar e sossegar os receios e anseios das crianças envolvidas». Saiba mais.


sábado, 25 de outubro de 2025

BOAS NOTÍCIAS!|UM ESPECTÁCULO DE HAJO SCHÜLER, MARIA RUEFF e RODRIGO FRANCISCO | «Elogio do Riso» | ESTREIA NO PRÓXIMO DIA 31 NO TEATRO MUNICIPAL JOAQUIM BENITE |ALMADA

 



«Aactriz Maria Rueff debruçou-se sobre as origens do riso, numa busca a quatro mãos com Rodrigo Francisco por uma coutada que tão bem conhece mas onde nunca cessa de espantar-se. Na verdadeira batida que se seguiu a fontes e referências sobre o tema, eis que miraculosamente levantou voo um manifesto futurista que nenhum dos dois conhecia: A contrador, do italiano Aldo Palazzeschi (1885-1974). Espingarda ao rosto, tiro certeiro, e eis que a obra vem caindo por aí abaixo, em espirais cada vez mais apertadas. Só que onde irá cair, não se sabe. Para ajudar na caçada, um encenador e actor que o público de Almada bem conhece: Hajo Schüler, da companhia alemã Familie Floz, um verdadeiro ‘mestre da máscara’. (...)». Saiba mais.

sexta-feira, 24 de outubro de 2025

CARMEM MARIA MACHADO|«Na Casa dos Sonhos»

 


«Carmen Maria Machado irrompeu na cena literária norte-americana como um furacão, combinando a tradição folclórica com a modernidade, para sondar terrenos minados como a violência doméstica, o patriarcado e o amor tóxico. Se no elogiadíssimo volume de contos o corpo dela e outras partes o fez no campo da ficção, neste livro bastou-lhe escavar na memória.
Partindo da experiência de uma relação asfixiante com uma mulher carismática, porém, volátil, a autora faz uma dissecação inédita dos mecanismos do abuso psicológico, analisando como ela própria se foi transformando nas garras da violência. E deixa um aviso: quem julga entrar na casa dos sonhos pode, afinal, estar a entrar numa casa assombrada.
Da adolescência religiosa aos estereótipos dos relacionamentos lésbicos, dos cânones da sexualidade à violência das relações amorosas, esta narrativa pungente estilhaça todas as ideias sobre o que pode ser um livro de memórias. com uma honestidade e humanidade desarmantes, Carmen Maria Machado desfia uma história que se entranha na nossa pele e passa a ser também a nossa».

*
*   *
Se puder não perca, no jornal Público: 



excerto:

«(...) É o espaço doméstico que é aqui indagado nas suas armadilhas e na sua ambivalência. Num capítulo a que chamou Expressão idiomática, escreve: “Sempre achei que a expressão ‘sentir-se em casa’ queria dizer que as casas eram lugares seguros, aconchegantes. É uma ideia bonita, como correr para casa com uma trovoada de fim de Verão a bafejar-nos o pescoço. Eis a casa, à tua espera: uma barreira que protege da natureza, do olhar alheio, das outras pessoas. Parada do lado de dentro do vidro, a observar o céu fustigando a terra como um irmão em jeito de brincadeira.”
Carmen Maria Machado recorda que escreveu o livro em plena efervescência do movimento #MeToo. Apesar de reconhecer que o momento foi “necessário”, considera que, nos Estados Unidos, “acabou depressa demais”, interrompido por um recuo conservador. Esse oscilar entre progresso e retracção marcou o clima em que o livro surgiu — um contexto de urgência colectiva, mas também de saturação mediática.(...)».


«Cerca de 980 mil mulheres estão em risco de pobreza em virtude dos baixos salários»

 






quarta-feira, 22 de outubro de 2025

«(...)Tudo o que aprendi sobre hidrofeminismo aprendi na MTV e na VH1, sob outros nomes, outras teóricas, outras imagens: TLC, Waterfalls. Aaliyah, Rock the Boat. Janet Jackson, Everytime. Mulheres negras em piscinas, mergulhando, flutuando, amando os seus próprios corpos; mulheres negras numa ilha, num barco, dançando; mulheres cujos corpos negros se tornavam transparentes, se desfaziam e refaziam em esculturas musicais, dando conselhos para a vida, apelando a uma maior cidadania, combatendo epidemias. (...)»

 




Outro excerto: «(...)De onde eu venho, as mulheres usam uma cabaça com água para fazer música. As palmas e as batidas são o que ecoa na tina, normalmente tocada a quatro mãos. Instrumento de celebração da vida e da morte, tanto quanto um marcador das conversas, das alegrias e das agruras do quotidiano, sobretudo entre mulheres, mas aberto a toda a comunidade. De onde eu venho, existem baleias e golfinhos ainda por preservar, mais do que por avistar e tocar. De onde eu venho, as mulheres sustentam a economia através da agricultura, seja nos arrozais ou nos campos. De onde eu venho, às vezes parece-se com para onde eu vim. (...)».

no artigo de Gisela Casimiro na Contemporânea



domingo, 19 de outubro de 2025

KAMEL DAOUD _ O CONCOURT 2024 | «Nenhuma sociedade árabe avançará enquanto o estatuto da mulher não mudar. Esta é a verdadeira questão, é esta a verdadeira revolução»

 


Se puder não perca esta entrevista: «Huris devolve a voz à Argélia degolada. Entrevista com Kamel Daoud, o Goncourt 2024 Sobreviver depende de conseguirmos recordar ou esquecer? O escritor argelino, vencedor do prémio Goncourt, diz que a guerra civil argelina é a sua guerra e reivindica o direito a quebrar o silêncio. _  _ 17 de Outubro de 2025». É de lá este excerto: 



*
*   *




DOS OUTROS | NORDIC COUNCIL OF MINISTERS | «Nordic Region to build strong global coalition for gender equality and equal rights»



«The Nordic governments will continue to stand united in the international community in promoting gender equality and equal rights for LGBTI people. The Nordic ministers for gender equality and LGBTI issues have now decided to form a strong global coalition on these matters. Furthermore, they are stepping up the capacity of Nordic embassies to co-operate on matters of women’s rights, equal treatment, and anti-discrimination».



sábado, 18 de outubro de 2025

«Senhora de Si»

 


SINOPSE

Num prédio consumido pelas chamas, Amélia perde mais do que um lar: perde o refúgio onde guardava as memórias de uma vida marcada por silêncios e dores. Desse momento em diante, a sua existência solitária cruza-se com a pequena Sofia e com Alzira, uma vizinha idosa que insiste em cuidar dela. 
Enquanto Amélia tenta reconstruir-se, as sessões de terapia com Joana revelam camadas profundas de um passado que teima em não desaparecer. Sofia, inicialmente uma presença reconfortante, torna-se um espelho dos traumas e desejos não realizados de Amélia, levando-a a questionar a própria realidade. 
Senhora de Si é um livro sobre perda, cura e a coragem de enfrentar os fantasmas do passado para encontrar um novo sentido na vida. Saiba mais.

*
*   *




sexta-feira, 17 de outubro de 2025

«Neste Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza, vamos rejeitar o estigma e a discriminação. Vamos apoiar as pessoas que vivem na pobreza e agir com solidariedade para acabar com a pobreza de uma vez por todas»

 




Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza deste ano convoca a todos a acabar com os maus-tratos sociais e institucionais às pessoas que vivem na pobreza – e a honrar a promessa dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável de erradicar a pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares.

Isso requer políticas que não deixem ninguém para trás: 

  • cuidados de saúde e habitação acessíveis;
  • trabalho decente e salários justos;
  • proteção social universal;
  • segurança alimentar;
  • educação de qualidade; e
  • financiamento que funcione para os países e as comunidades.

Neste Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza, vamos rejeitar o estigma e a discriminação. Vamos apoiar as pessoas que vivem na pobreza e agir com solidariedade para acabar com a pobreza de uma vez por todas.

 

quinta-feira, 16 de outubro de 2025

«Construtoras de Impérios»

 


SINOPSE

«Esta obra explora o protagonismo das mulheres como peças-chave na construção do império colonial português na Época Moderna. Nela se tecem novos debates, com forte base documental, sobre processos de exclusão e subalternidade, mas também de resistência, a que a historiografia atual não pode ser alheia. Dar visibilidade e reconhecer a atuação das mulheres portuguesas e europeias, e das mulheres autóctones, surge como um desafio historiográfico que esta obra assume como prioritário.
Percorrendo vários cenários, desde os metropolitanos a espaços coloniais, na África, Ásia e América, a obra torna patente que a expansão ultramarina portuguesa não foi uma mera história de homens em trânsito, foi também uma história de mulheres em ação. A mulher, portuguesa e autóctone, que nos documentos oficiais surge silenciada ou representada como subordinada, surge neste livro como personagem ativa na política, na economia e na sociedade - em Portugal e em espaços ultramarinos». Saiba mais.


CARMINHO|«Eu Vou Morrer de Amor ou Resistir»





«A grande conquista de “Eu Vou Morrer de Amor ou Resistir” é mostrar, tanto a quem canta como a quem ouve, que a fatalidade do fado abarca em si a possibilidade de resistência» -  no Expresso. Se tiver acesso aqui.


segunda-feira, 13 de outubro de 2025

«A Ilha da Mulher Adormecida»

 

SINOPSE

«Pressionou o corpo contra o dele; e Jordán, com a roupa molhada, acolheu-a nos braços, apertando-a com força.
- Maldito sejas, capitão Mihalis - sussurrou ela de repente.
Ele demorou um momento a compreender.
- Sim - disse, por fim.
Levantou o rosto para contemplar a abóbada celeste, que parecia ter descido para se instalar à volta deles, envolvendo--os até ao fim dos tempos. Como se estivessem sozinhos na última noite do mundo.» Estamos em 1937 e a guerra civil grassa em Espanha. o marinheiro mercante Miguel Jordán Kyriazis chega ao Líbano, onde a sua vida toma um rumo inesperado. É encarregado de uma missão clandestina que visa atacar as embarcações soviéticas que transportam ajuda militar para os republicanos. Será o seu primeiro ato como marinheiro de guerra.
A base de operações está instalada numa pequena ilha no Mar Egeu, propriedade do excêntrico Barão Katelios e da sua sedutora mulher. Entre eles e Miguel forma-se um triângulo amoroso tão perigoso quanto o xadrez humano que o rodeia. Espiões, mercenários, rebeldes e operacionais do regime... o destino jogando-se a cada dia, insidioso, inabalável... Saiba mais.

sexta-feira, 10 de outubro de 2025

NÃO ESTAMOS INDIFERENTES ÀS ELEIÇÕES AUTÁRQUICAS | nomeadamente em Lisboa onde votamos | PARA O SUBLINHAR «LISBOA QUE AMANHECE» EM CANÇÃO DE SÉRGIO GODINHO E EM ARTIGO DE HOJE DO PROFESSOR JOSÉ NEVES NO DN

 



Começa assim: «À medida que se aproxima o domingo eleitoral, o debate em torno da cidade de Lisboa vai sendo reduzido à lógica do “mal menor”: a quem não gosta de Leitão, recomenda-se que vote em Moedas, a quem não gosta de Moedas, que vote em Leitão. Este estreitamento é compreensível à luz dos interesses de cada um daqueles dois candidatos, mas é nefasto para a democracia. O risco em que esta hoje se encontra terá várias razões de ser, mas uma delas é certamente a facilidade com que a extrema-direita tem vindo a ocupar o crescente espaço eleitoral deixado livre pela alternância entre centro-esquerda e centro-direita. Fazendo de diferentes tipos de descontentamento uma arma de arremesso contra a democracia e contra os trabalhadores imigrantes, a extrema-direita deve ser combatida de diferentes formas, mas nenhum combate sério dispensará o reconhecimento de uma parte do descontentamento popular de que o populismo de André Ventura se aproveita. (...)». Leia na integra.

*
*   *


LEMBRETE |«O Julgamento Pelicot aterra no Panteão Nacional às 18h de sábado, dia 11»

 


«No sábado à noite, o Panteão Nacional vai ser palco de um julgamento e de um momento que se adivinha histórico. Teatral, ou de teatro da vida real, mas que não é uma peça nem uma simples encenação ou leitura. É uma vigília, por Gisèle Pelicot e a sua coragem, que, diziam os mais sonhadores depois de o seu agora ex-marido ter sido condenado a 20 anos de prisão por violação agravada, mudou o mundo. O Julgamento Pelicot traz a Portugal quatro horas e meia de apneia. Não se assuste o público, que o encenador Milo Rau e a dramaturga e activista Servane Dècle não planeiam mais do que questionar a masculinidade, o sistema patriarcal e revisitar um julgamento asfixiante nesse lugar “muito básico da verdade pública que é o teatro”. (...)». Do jornal Público.

*
*   *
Entretanto






quinta-feira, 9 de outubro de 2025

ANA PAULA TAVARES | vence Prémio Camões

 



«Prémio Camões para a poeta angolana Ana Paula TavaresO júri distinguiu a “fecunda e coerente trajectória de criação” e o “resgate da dignidade da poesia” na obra da autora angolana, a 37.ª destinatária do maior prémio literário para a língua portuguesa» - do artigo do Público de  -8 de Outubro de 2025.

Também no artigo: «“Estou contente por ser um prémio para a poesia e por ser um prémio para as mulheres”, reagiu ao PÚBLICO Ana Paula Tavares, a segunda escritora africana distinguida em 37 edições do Camões (precedeu-a a moçambicana Paulina Chiziane, em 2021), ainda surpreendida com a notícia. “E lembro sobretudo as mulheres do meu país que não têm voz, que não são ouvidas", acrescenta, dizendo que se a sua poesia puder mostrar "essa inquietação", então ela servirá para "alguma coisa”».


quarta-feira, 8 de outubro de 2025

FALECEU CATARINA DE ALBUQUERQUE

 



E de repente a notícia que não queríamos ouvir. Morreu Catarina de Albuquerque. Não se sabendo da sua doença prolongada que vem na comunicação social,  um choque. E fomos ver se seria mesmo a pessoa que vimos em diferentes iniciativas. E até nos lembramos de termos trocado algumas ideias numa delas  sobre o papel da cultura nos ODS numa altura que  soava ainda estranho para muitos/as. Hoje uma reivindicação assumida - veja-se o que se passou no recente MONDIACULT 2025. E fica a memória central: cada intervenção sua era intensa - utilizando palavras de Chico Buarque, como se fosse «a última». Não se poupava a esforços para nos ganhar para as suas causas. Ah, a maneira como falava da ÁGUA era única. Estamos tristes, já não vamos encontrar Catarina de Albuquerque que verdadeiramente só conhecíamos desses acontecimentos públicos. Mas que dá para dizer obrigada pelo entusiasmo que colocou no que fez, que a distinguia, estilo que tanto respeitávamos, nomeadamente quando tropeçamos com frequência em intervenções sem «chispa», burocráticas. Sem alma. Esperamos que à sua vida se vá buscar ensinamentos.


NO IMS PAULISTA |Exposição «Gordon Parks: a América sou eu»| TEMOS ALGUMAS DAS FOTOGRAFIAS NA INTERNET

 



«Gordon Parks: a América sou eu

No último sábado (4/10), o IMS Paulista abriu a exposição Gordon Parks: a América sou eu. A retrospectiva apresenta a trajetória, a obra e o legado do fotógrafo Gordon Parks (1912-2006), que documentou a história da população negra norte-americana no século 20, dos movimentos sociais à vida cotidiana. A mostra reúne cerca de 200 fotografias, além de filmes, depoimentos e publicações. Entre as obras exibidas, estão retratos de nomes centrais do movimento negro americano, como Malcolm X, Martin Luther King e Muhammad Ali, além de séries consagradas que abordam temas como infância e religião». saiba mais.




segunda-feira, 6 de outubro de 2025

FILME | «Lavagante»


Sobre o filme do que escreve Jorge Leitão Ramos no semanário Expresso: «(...) De algum modo, a história de uma paixão entre um médico antifascista e uma jovenzinha burguesa, universitária e desenvolta, dissolvida na corrupção de um regime político, transmuta-se em algo com ímpetos operáticos, ondas alterosas, sopros de morte e desespero, de resto orquestrados na banda sonora, com a guitarra portuguesa a ser progressivamente dominada pelo vigor de Puccini. O desaparecimento do narrador — onde o texto da novela estabelecia uma fria distância intermediada entre o leitor e a história — também ajuda a acelerar os sentimentos e a frear a racionalidade. Espera-se que o espectador vibre, mais do que rumine. Um dia, alguma tese universitária há de debruçar-se com detalhe sobre esse processo de transição e sopesar o que se perdeu e ganhou na moldagem. Esqueçamos, então, um pouco a literatura de origem, neste momento o que interessa é que temos filme — e de boa catadura.
Nisto de agarrar o ar de um tempo e das gentes que o habitam, nada como tê-lo vivido. Mário Barroso viveu-o e conseguiu talento para o devolver com precisão nos detalhes e na respiração dos personagens, na própria escolha do preto e branco para materializar uma época que não era só cinzenta no dia a dia, era assim na maioria das imagens que, ao tempo, dela víamos e hoje ‘memoramos’. Também acertada é a escolha dos atores, todos em equilibrado desempenho. Particularmente gratificante é ver, enfim, Júlia Palha com um papel a pedir-lhe mais do que a beleza física onde se destaca; os diálogos (sobretudo os de sedução) entre ela e Francisco Froes são de uma enunciação preciosa, a partir de uma escrita refinada (tendo, na base, a fidelidade a Cardoso Pires). Nuno Lopes tem a segurança do ator que incorpora qualquer papel, mesmo se a metamorfose é invisível, correndo o risco de alguém dizer que ele faz igual àquilo que é. Àquilo que é? Pois sim... Já Diogo Infante, dá ao seu personagem nefando o gás arrogante e melífluo de quem tem um verdadeiro poder sobre todos. Pires punha-o a andar de Mercedes e a beber cerveja com o marisco, Barroso concede-lhe champanhe e um Karmann Ghia, o que lhe acrescenta algum panache, convenhamos, mais perto do protagonista de “O Delfim” que do Sapo da novela “Lavagante”. Menos pide e mais marialva, menos bruto e mais sinistro, voilà!.».