domingo, 14 de dezembro de 2025

«AS MENINAS EXEMPLARES» | de João Botelho




«As desventuras de Sofia, as exemplares Madalena e Camila, as atribuladas férias de rapazes e raparigas que, alguns anos mais tarde, conduzem à resolução de certos mistérios, compõem a trilogia perfeita da Condessa de Ségur sobre a educação, o poder social, religioso e político. O desejo e a sua opressão, a violência e a punição e, por fim, a perda terrível acompanhada do crescimento inevitável. Adultos e crianças compreenderão que preceitos, regras e orações podem esmagar nervos e sangue».

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de lá:

«(...) A “ajuda preciosa” de Paula Rego
Para filmar “As Meninas Exemplares” João Botelho assume que teve “uma ajuda preciosa” chamada “Paula Rego”. O autor recorda um encontro com a pintora portuguesa durante o festival de cinema de Veneza. Nessa ocasião, Botelho contou-lhe que queria adaptar ao cinema a obra e perceberam, então, que tinham “a mesma atitude” perante o texto. Rego até “se propôs a desenhar os cenários e as roupas”.
A primeira referência da artista falecida em 2022 ao universo de “As Meninas Exemplares” ocorre em 1971, quando recorre a citações deste livro no catálogo da sua exposição individual na Galeria São Mamede, em Lisboa. A ligação de Paula Rego com esta obra consolidou-se em 2001, através da criação de oito desenhos inspirados na trilogia.
As figuras femininas nas gravuras de Rego não se parecem com crianças, mas também não assumem completamente feições e atitudes de adultos. Esta ambiguidade é recuperada pelo realizador que escolhe atores adultos para interpretar os papéis destinados a crianças.
Esta inspiração resultou também numa das particularidades do filme: a sua apresentação ser acompanhada por uma exposição itinerante de desenhos e gravuras de Paula Rego, inspirados na obra da Condessa de Ségur. No Porto, a mostra vai ficar até 18 de janeiro. (...)».

 
 Foto: Jaime Freitas/Ar de Filmes

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