«A seleção de
obras de Renoir, Sorolla, Casas, Rusiñol, Nonell, e de muitos outros
(pertencentes à coleção da Fundação Fran Daurel), mas também Amadeo de
Souza-Cardoso, Eduardo Viana, Francisco Franco (estas pertencentes à Fundação
Calouste Gulbenkian) e ainda Santa Rita Pintor (col. particular), procura
aproximar o espectador da visão rica e heterogênea desse campo do feminino, que
se tornou um dos mais tratados pelos artistas ao longo da modernidade.
Com
curadoria de Helena Alonso, a mostra destaca o interesse de muitos
colecionadores privados em mostrar os frutos do seu esforço dedicado a formar e
preservar um acervo estruturado e coerente para o público, na convicção de que
arte e cultura são veículos de transmissão irrecusáveis de conhecimento e
crescimento de toda a sociedade.
Entre as
esferas em que se articulou o discurso desta exposição está a do trabalho, uma
vez que o naturalismo do final do século XIX faz com que as mulheres sejam
frequentemente representadas nessa perspetiva, passando pela esfera privada
doméstica, à intelectual, bem como o desejo de ser igual a seus pares na
aprendizagem e na prática da pintura ao ar livre.
Soma-se a
isso a sobrevivência dos nus, com o Nu sobre o divã amarelo de Sorolla como
peça de destaque, além das diferentes formas de representar o retrato feminino
durante as décadas anteriores e posteriores à virada do século por alguns dos
melhores retratistas do momento, como Francisco Masriera, Sorolla ou Ramón
Casas, junto com o desejo de Nonell de refletir a parte mais desfavorecida da
sociedade.
A exposição
reflete ainda uma clara vocação para o diálogo que nos permite compreender
verdadeiramente a História da Arte, integrando obras de artistas portugueses
pertencentes a este período intenso e fecundo, que evidencia a intensa relação
que alguns dos mais destacados pintores portugueses estabeleceram com artistas
espanhóis em Paris, numa procura conjunta de conhecer e incorporar a
Modernidade nas suas diferentes linguagens plásticas». Saiba mais.
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