quarta-feira, 30 de junho de 2021
terça-feira, 29 de junho de 2021
RACISMO É CRIME.
Da capa do JN de 29 JUN 2021
E no DN: Homicida de Bruno Candé condenado a 22 anos e nove meses de prisão.
segunda-feira, 28 de junho de 2021
FESTIVAL DE ALMADA | 02 -25 de Julho de 2021
Logo no dia 2: Aurora Negra
domingo, 27 de junho de 2021
A SEGUIR COM A ATENÇÃO PARA PERCEBERMOS | QUE TRARÁ DE GENUINO A FAVOR DA EMANCIPAÇÃO DAS MULHERES? | «Em vez de modelos, como a portuguesa Sara Sampaio, as “caras” da Victoria's Secret serão agora sete figuras com “sucesso” e uma “paixão comum por mudanças positivas”, como a jogadora de futebol e activista da comunidade LGBT Megan Rapinoe»
sábado, 26 de junho de 2021
PAUL FARMER GANHOU O PRÉMIO «BERGGRUEN INSTITUTE 2020» | saibamos mais sobre «o homem que curaria o mundo»
sexta-feira, 25 de junho de 2021
quinta-feira, 24 de junho de 2021
quarta-feira, 23 de junho de 2021
«UNICEF’s 2020 Annual Report underscores how 2020 was a year like no other»
«Highlights
UNICEF’s 2020 Annual Report underscores how 2020 was a year like no other. School closures, increased vulnerability to abuse, mental health strains and loss of access to vital services have hurt children deeply. But not all children have been affected equally. The pandemic has exposed deep inequalities that have existed for too long, with the worst consequences on children in the poorest countries and communities and those already disadvantaged.
Reflecting on 2020’s unique experience, the report features:
- A section on how COVID-19 affected children in 2020.
- A feature on how UNICEF adapted to the pandemic, including social and behavior change and community engagement, data monitoring and provision of life-saving supplies from Supply Division.
- Stories and photo essays on mental health, remote learning, WASH and conflict, and cash transfers. (...)». Continue a ler.
terça-feira, 22 de junho de 2021
«elas estiveram nas prisões do fascismo»
«Las asociaciones de mujeres cineastas CIMA y de profesionales del ámbito tecnológico DigitalFems se han unido para dar visibilidad a la importante brecha de género que todavía existe en el sector cinematográfico español»
«Las asociaciones de mujeres cineastas CIMA y de profesionales del ámbito tecnológico DigitalFems se han unido para dar visibilidad a la importante brecha de género que todavía existe en el sector cinematográfico español, como confirma el último informe sobre la materia promovido por CIMA y presentado hace unos días en el Festival de Málaga, cuyos datos se han incorporado al repositorio open data Genderdatab.
En la actualidad, solo el 33% de la estructura laboral de la industria del cine la componen las mujeres. Lograr la paridad, destacan las asociaciones, requeriría doblar el número de féminas que trabajan en el sector. Especialmente escasa es su presencia en los roles de dirección o guion, donde la brecha alcanza el 230% Esto significa que tres de cada cuatro historias que se filman en España han sido escritas por hombres y que en el último lustro la presencia de directoras ha crecido un 0% A este ritmo, la estereotipación de los roles de género en el mundo del cine podría tardar casi 30 años en desaparecer. (...)». Continue a ler.
A propósito, no EL Pais: Más mujeres en el cine, sí, pero ¿cómo? | Directoras, actrices, productoras, profesores y políticos sugieren cuotas, comités paritarios en la toma de decisiones y mayor visibilidad como claves para la inclusión.
segunda-feira, 21 de junho de 2021
NA CINEMATECA EM JULHO 2021 | no centenário de Jane Russell
IGUALDADE ENTRE HOMENS E MULHERES NO ENSINO SUPERIOR | no dia 15 de junho, em formato online, houve encontro sobre igualdade de género e diversidade no Ensino Superior, organizado pela Universidade Nova
A pretexto do Encontro havido lembremos a questão da IGUALDADE ENTRE HOMENS E MULHERES no Ensino Superior. Acentuemos que, a nosso ver, a matéria tem de atravessar a gestão de cada uma das ORGANIZAÇÕES universitárias e politécnicas: não como uma coisa à parte mas imbuída no seu ADN. Saibamos mais sobre a atividade da NOVA:
sábado, 19 de junho de 2021
«Dia Internacional para a Eliminação da Violência Sexual em Conflito»
«We cannot allow this already underreported crime to slip further into the shadows. Perpetrators must be punished. Investment in recovery from the [COVID] pandemic must tackle the root causes of sexual and gender-based violence». - UN Secretary-General António Guterres
quinta-feira, 17 de junho de 2021
NO TEATRO DA TRINDADE |«Uma Casa de Bonecas»
«Uma Casa de Bonecas, escrita em 1879 pelo autor norueguês Henrik Ibsen, é uma das mais importantes peças da história da literatura, unanimemente considerada como o texto que dá origem ao drama moderno. A acção acompanha a relação do casal Helmer, principalmente a “viagem” interior que a mulher, Nora, percorre ao longo dos três actos e que a faz tomar consciência que a aparência da perfeição e da felicidade não são a perfeição e a felicidade. Peça feminista, psicológica, revolucionária, são muitos os adjectivos que podem classificar Uma Casa de Bonecas, mas talvez a forma mais simples de a descrever seja aquela que o próprio autor usou, dizendo que a escreveu: "não como uma peça de propaganda mas sim de verdades universais sobre a identidade humana"».
quarta-feira, 16 de junho de 2021
«O PCP e a emancipação da mulher»
terça-feira, 15 de junho de 2021
segunda-feira, 14 de junho de 2021
DULCE MARIA CARDOSO |«Autobiografia não autorizada»
AS CRÓNICAS BIOGRÁFICAS DE UMA GRANDE FICCIONISTA
Autobiografia não Autorizada é de uma intimidade sem precedentes na obra da autora: pessoais, memorialísticas, transparentes, e tão depuradas que se tornam universais, as crónicas de Dulce Maria Cardoso abrem lugar para cada um de nós. Como uma poltrona que «é moldada, dia após dia, pelo peso de um corpo, transformando‑se no seu ninho».
«Uma autobiografia é uma missão impossível. Deveria escrever um texto rigoroso, só que sou sempre personagem de mim própria, mesmo que narre tudo na primeira pessoa e me apelide Dulce, como se não estivesse a inventar‑me. Escrever é pensar devagar. A lentidão tanto leveda ou germina quanto mirra ou apodrece. E depois existe o outro lado: vós, os que estais aí. Enquanto leitora de ficção procuro inevitavelmente o autor no seu texto. Que verdade esconde o autor na mentira que conta? Uma autobiografia funciona um pouco ao contrário: que mentira esconde o autor na verdade que revela?
Na minha cabeça, a minha vida é um puzzle desmanchado. De tempos a tempos, pego numa peça e detenho‑me a olhá‑la. A pergunta que deveria espicaçar‑me, Onde é que isto se encaixa?, raramente me ocorre. Sempre fui uma má jogadora e sei que há peças perdidas. Também não conheço a imagem que deveria criar com as peças todas. Miro e remiro cada peça a que lanço mão como se estivesse perante o puzzle completo. A determinada altura, coloco‑a sobre a secretária já repleta de outras peças espalhadas.»
— D.M.C
Este livro reúne as muito celebradas crónicas publicadas na revista Visão. Saiba mais.
sábado, 12 de junho de 2021
«Rua Sésamo» para lembrarmos António Torrado que acaba de nos deixar
Nem sabemos bem o porquê mas ao sabermos da morte de António Torrado veio-nos logo à memória a Rua Sésamo, e lembrando esse trabalho assinalamos a nossa homenagem ao escritor nesta hora de despedida. No pesar da Sociedade Portuguesa de Autores lá está: «Foi ainda coordenador da primeira série em português da “Rua Sésamo”, onde deixou a marca do seu talento no acto de escrever para televisão». Mas a sua obra é imensa: «António Torrado nasceu em Lisboa (1939), mas com raízes familiares na Beira Baixa. Poeta, ficcionista, dramaturgo, autor de obras de pedagogia e de investigação pediográfica, é por excelência um contador de histórias, estando muitos dos seus livros e contos traduzidos em várias línguas. Foi jornalista, editor, professor, produtor principal e chefe do Departamento de Programas Infantis da RTP. A sua bibliografia regista atualmente mais de 120 títulos, onde sobressai a produção literária para crianças, contemplada em 1988, com o Grande Prémio Calouste Gulbenkian de Literatura para Crianças. Livros seus foram, em 1974 e 1996, incluídos na Lista de Honra do IBBY - Internacional Board on Books for Young People. Segundo o crítico e investigador José António Gomes, "Torrado impôs-se como uma das figuras de maior relevo da nossa literatura do pós-25 de abril e dificilmente se encontrará hoje um autor que, de forma tão equilibrada, saiba dosear em livro o humor, a crítica e os sinais de um profundo conhecimento do imaginário infantil."».Obrigado, António Torrado.
quinta-feira, 10 de junho de 2021
quarta-feira, 9 de junho de 2021
ROSA MONTERO | «A Boa Sorte»
«O que leva um homem a descer de um comboio antes do fim da viagem e ir esconder-se numa cidadezinha decadente? Um desejo de recomeço ou a necessidade de acabar de vez com a vida?
Pablo, o protagonista em fuga, é conduzido pelo destino a Pozonegro, um antigo centro de extração de carvão que é hoje uma localidade moribunda.
No entanto, há humor nesta cidade triste e maldita, porque a vida é feita de alegria. E de segredos, claro. Todos os habitantes de Pozonegro possuem o seu. Alguns são apenas ridículos. Outros, sombrios e muito perigosos. Há gente que finge ser quem não é ou que esconde a sua verdadeira motivação, num intrincado jogo de espelhos; e há também a luminosa, imperfeita e um pouco louca Raluca, que pinta quadros e cuja vida se cruza com a de Pablo.
Um romance sobre o bem e o mal, uma radiografia dos anseios humanos – medo e serenidade, culpa e redenção, ódio e desejo –, uma história de um amor terno e febril, A Boa Sorte espelha, sobretudo, um profundo amor à vida. No fim de contas, depois de cada perda, pode haver um recomeço. Porque a sorte só é boa se assim o decidirmos». Saiba mais.
terça-feira, 8 de junho de 2021
NOREENA HERTZ | «O Século da Solidão»
Noreena Hertz, considerada uma «das principais pensadoras globais» por The Observer, dá-nos um retrato desassombrado mas otimista do mundo solitário que construímos e mostra-nos como a pandemia de Covid-19 acelerou o problema da solidão e o que precisamos de fazer para nos religarmos.
A solidão tornou-se a característica definidora do século XXI. Ela não só prejudica a nossa saúde física e mental, a nossa riqueza e a nossa felicidade, como constitui uma ameaça à democracia. Mesmo antes de uma pandemia global nos familiarizar com expressões como «distanciamento social», o tecido da comunidade estava a desfazer-se e pendia uma ameaça sobre as nossas relações pessoais. Porém, está nas nossas mãos resolvermos esta crise.
Propondo soluções originais que vão da Inteligência Artificial «empática» e de modelos inovadores de residência urbana a novas maneiras de revigorarmos os nossos bairros e conciliarmos as nossas diferenças, esta obra dá-nos uma visão otimista e capacitadora do modo como podemos sarar as nossas comunidades fraturadas e restaurar as ligações nas nossas vidas. Saiba mais.
segunda-feira, 7 de junho de 2021
MULHERES EM DESTAQUE | ANA LUISA AMARAL | ganha Prémio Rainha Sofia de Poesia Ibero-Americana
«Ana Luísa Amaral ganha Prémio Rainha Sofia de Poesia Ibero-Americana -O prémio tem um valor pecuniário de 42.100 euros e é considerado a maior distinção para a poesia no espaço literário ibero-americano.Lusa e PÚBLICO | 31 de Maio de 2021» - Leia na integra.
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Aproveitemos para irmos à «obra», por exemplo:
E mais uma seleção disponível neste endereço.
domingo, 6 de junho de 2021
NO CENTRO POMPIDOU CURSOS ONLINE| «Through this online course, the Centre Pompidou’s aim is to write a new page in the history of art, to recognise the legitimate place of female artists into history, and to support their presence in today’s cultural world. Indeed, despite two waves of feminist movements – and a third which is underway – aiming to establish equality between men and women, feminism is not yet firmly rooted in our society, the history of art and culture»
This MOOC will come accompany the thematic exhibition "female artists and abstraction", which will open in May 2021 at the Centre Pompidou.
sábado, 5 de junho de 2021
ACONTECEU | «A Comissão para a Igualdade entre Mulheres e Homens - CIMH/CGTP-IN debateu, esta quarta-feira, a questão da igualdade no mundo do trabalho, na sua 8.ª Conferência Nacional, realizada em Lisboa, no Auditório António Domingues Azevedo»
«A Comissão para a Igualdade entre Mulheres e Homens - CIMH/CGTP-IN debateu, esta quarta-feira, a questão da igualdade no mundo do trabalho, na sua 8.ª Conferência Nacional, realizada em Lisboa, no Auditório António Domingues Azevedo.
A Conferência que se realiza de quatro em quatro anos e elege a Direcção Nacional para o mandato 2021/2025, contou com a presença de cerca de 200 Delegados/as de todo o país e de diversos sectores profissionais, para além de organizações convidadas, entre elas: CITE (Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego), CIG (Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género), ACT (Autoridade para as Condições de Trabalho) e OIT (Organização Internacional do Trabalho - Escritório de Lisboa).
Nos documentos em debate estiveram temas como: a qualidade do emprego, o teletrabalho e a digitalização, a igualdade salarial, a conciliação, os direitos de maternidade e paternidade, a violência e o assédio laboral e foram ainda divulgados os dados mais recentes (relativos a 2020) sobre as doenças profissionais que mais afectam as mulheres trabalhadoras no nosso país.
A Conferência contou com dezenas de testemunhos, com a intervenção de abertura, da Coordenadora da Comissão para a Igualdade, Fátima Messias e com a intervenção de encerramento, da Secretária-Geral da CGTP-IN, Isabel Camarinha». Saiba mais.
Um dos documentos disponibilizados:
sexta-feira, 4 de junho de 2021
«Sustainability Driven: Accelerating Impact with the Tire Sector SDG Roadmap»
«Foreword
The Sustainable Development Goals (SDGs) lay out a global agenda to tackle the world’s most pressing social, environmental and economic challenges by 2030.
It is well-accepted that business leadership and action are key to realizing this ambitious agenda. Companies that take an active role in leading this transformation and position the SDGs at the heart of operational decisions will ultimately be better equipped to harness market opportunities and manage risks. The Business and Sustainable Development Commission’s Better Business, Better World1 report makes a compelling case for companies to align with the SDGs. The report outlines that sustainable business models could unlock more than USD $12 trillion in new market value and create up to 380 million jobs by 2030. Furthermore, the report emphasizes the critical role of sectoral partnerships to drive industry transformation on the road to 2030 and beyond.
Formed in 2005, the World Business Council for Sustainable Development’s (WBCSD) Tire Industry Project (TIP) is the primary global forum for the tire industry on sustainability issues. TIP’s mission is to proactively identify and study the potential human health and environmental impacts associated with the life cycle impacts of tires to contribute to a more sustainable future. With a membership of leading tire manufacturers that represent more than 60% of global tire manufacturing capacity, TIP is well-positioned to develop this Roadmap as a resource that the sector-at-large can use.
As business leaders, we want to work together with sector peers and other stakeholders to help the tire sector navigate the sustainability challenges that lie ahead, and ensure that our industry continues to grow. We want to demonstrate leadership, apply our creativity, share our knowledge and provide innovative solutions to achieve a sustainable, resilient and inclusive future.
With this Roadmap, TIP offers a framework for action that outlines impactful pathways for the entire sector to contribute to the ambitions of the SDGs. The Roadmap aims to guide, inform and support decision-making along the value chain, encourage stakeholder dialogue and inspire action-oriented initiatives among industry peers and beyond».
quinta-feira, 3 de junho de 2021
MULHERES EM DESTAQUE | Conceição Matos | HOMENAGEADA PELA VOZ DO OPERÁRIO
(...)Alguma vez imaginou que a sua vida seria exactamente como foi?Quando era miúda, não. Mas quando comecei a conhecer aquela repressão no Barreiro... Eu fui para o Barreiro muito pequenita, nasci em São Pedro do Sul mas fui para o Barreiro com três anos. E o que se passa é que o meu pai foi para lá primeiro para arranjar trabalho e ficou como operário na CUF. E nessa altura a minha mãe foi com os filhos. E foi aí que eu cresci... uma vida difícil. Fiz a quarta classe e depois comecei a tentar arranjar coisinhas para ajudar os meus pais. Nos primeiros tempos fui para aprendiz de costura, mas aí eu não ganhava. Depois, mais tarde, comecei a ganhar qualquer coisa. Pronto, e depois trabalhei numa fábrica de cortiça, trabalhei também seis meses na CUF, mas antes disso comecei logo a sentir as dificuldades todas. O meu pai, como operário, não podia ganhar muito e a minha mãe não podia trabalhar e começámos a ver que passávamos mal, como é natural. Mas não foi só passar mal. Foi ver que havia uma grande repressão junto dos trabalhadores. Na própria fábrica havia um posto da GNR onde a PIDE [Polícia Internacional e de Defesa do Estado] interrogava pessoas, trabalhadores. Portanto, comecei a viver nessa [realidade], até que um irmão meu, o Alfredo, entrou no MUD [Movimento de Unidade Democrática] Juvenil, e eu acabei por lhe seguir os passos. Comecei a não me conformar com a vida que levávamos e com a situação das pessoas, do povo explorado, e acabei por me integrar naquele trabalho. Depois comecei a fazer coisas, como pichagens nas paredes, distribuir panfletos e mais tarde entregar o Avante! em certas casas, mas também encontros, manifestações. Não me podia rever naquela situação e por isso é que entrei na luta. Mais tarde, o meu irmão foi preso, quem me diria a mim que seria eu também a seguir.
Ser mulher fez diferença nesse percurso? Diferença de tratamento? Sim, é evidente. Uma mulher era muito mais explorada. Ainda hoje sabemos que há essa diferença. Mas mesmo assim, sendo mulher... por exemplo, a gente vivia na clandestinidade. Podiam-se fazer tarefas na clandestinidade, todos os homens podiam fazer as tarefas que lhes cabiam. As mulheres não. Estavam mais restritas a certas coisas. Porquê? Porque uma mulher não podia andar de noite na rua. Uma mulher não podia sair sozinha, porque era logo chamada de não-sei-quantos. Havia sempre esses condicionalismos… E mais exploradas, é evidente. Ganhávamos muito menos que os homens.
E continuam a ganhar.É verdade. Infelizmente ainda temos esse problema para resolver. Mas já resolvemos alguns. Aquelas lutas das miúdas enfermeiras para poderem casar… Todas essas coisas foram conseguidas com muito custo, com muita luta. (...)
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Uma nota pessoal: há uns tempos num encontro centrado nas mulheres proporcionou-se fazermos uma intervenção em que entre outras matérias sublinhámos, o que aliás é mote deste blogue, a força da cultura e das artes para a(s) IGUALDADE(S). E não é que no fim Conceição Matos, com quem nunca tínhamos falado, que estava na assistência, nos veio incentivar para continuarmos a mostrar a justeza do que tínhamos defendido! Com uma jovialidade e empenho de fazer inveja (boa!). Pequenos gestos de «gente, gente» que fazem diferença. Não esquecemos, e já nos temos lembrado daquele momento quando por algum motivo nem nos apeteceria argumentar perante audiência que sabemos mais pessimista...
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Saiba mais no Blogue Silêncios e Memórias:
aqui e também neste endereço.
quarta-feira, 2 de junho de 2021
EXPOSIÇÃO | GULBENKIAN | «Tudo o que eu quero» | 2 JUNHO A 23 AGOSTO 2021
«Nomes de referência como Maria Helena Vieira da Silva, Lourdes Castro, Paula Rego, Ana Vieira, Salette Tavares, Helena Almeida, Joana Vasconcelos, Maria José Oliveira, Fernanda Fragateiro, Sónia Almeida e Grada Kilomba, entre muitas outras, estão representadas nesta mostra com pintura, escultura, desenho, objeto, livro, instalação, filme e vídeo, oferecendo ao público uma imagem ampla dos seus respetivos universos artísticos.
O icónico autorretrato de Aurélia de Souza, pintado em 1900, é o ponto de partida para uma reflexão sobre um contexto de criação que durante séculos foi quase exclusivamente masculino. A exposição segue um conjunto de eixos que revelam uma vontade de afirmação das artistas perante os sistemas de consagração dominantes: o olhar, o corpo (o seu corpo, o corpo dos outros, o corpo político), o espaço e o modo como o ocupam (a casa, a natureza, o atelier), a forma como cruzam fronteiras disciplinares (a pintura e a escultura, mas também o vídeo, a performance, o som) ou a determinação com que avançam na utopia de uma construção transformadora, de si mesmas e daquilo que as rodeia.
O título da mostra, Tudo o que eu quero — Artistas portuguesas de 1900 a 2020, inspira-se em Lou Andreas-Salomé, autora que desenvolveu uma das mais notáveis reflexões sobre o lugar das mulheres no espaço social, intelectual, sexual e amoroso dos últimos séculos, situando, assim, as artistas selecionadas no espírito de subtileza, de afirmação e de poder. Contra todos os obstáculos, estas artistas de várias gerações e diferentes sensibilidades conquistaram o seu lugar, pela força da qualidade das suas propostas. Celebrar esta conquista exige resistir à abordagem ilustrativa que uma representação genérica (mulheres artistas) e nacional (portuguesas) sugere. Mas obriga também a que não esqueçamos que, em pleno século XXI, nada está consolidado no que à igualdade de género diz respeito, que estas obras são instâncias de um longo esforço coletivo pelo direito à existência artística plena.
Partindo deste pressuposto, a exposição contribui para sublinhar a importância do reforço do modelo social europeu, umas das prioridades centrais da Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia, cuja concretização passa também pelo combate às desigualdades e pela valorização da Mulher Artista.
Esta exposição é uma iniciativa do Ministério da Cultura com projeto curatorial da Fundação Gulbenkian. Exibida agora, pela primeira vez, por ocasião da Presidência Portuguesa, será, em 2022, apresentada no Centre de Création Contemporaine Olivier Debré, em Tours, no âmbito do programa geral da Temporada Cruzada Portugal-França. Curadoria: Helena de Freitas e Bruno Marchand . Saiba mais.